Dizer que Deus é “amor” e, em razão
disso vai aceitar o comportamento pecaminoso é negar os ensinamentos bíblicos
de maneira simplista e sem compromisso com a palavra de Deus.
segunda-feira, 27 de julho de 2015
segunda-feira, 6 de julho de 2015
Niver de Casamento - 24º Ano
Te amo não somente pelo que tu és,
mas sim pelo que eu sou
quando estou contigo
Te amo pelo que
estás fazendo de mim.
Te amo porque puseste tua mão
no meu coração
e passando por alto
minhas fraquezas
fizeste sair à luz
toda a beleza que ninguém antes
de ti conseguiu encontrar.
mas sim pelo que eu sou
quando estou contigo
Te amo pelo que
estás fazendo de mim.
Te amo porque puseste tua mão
no meu coração
e passando por alto
minhas fraquezas
fizeste sair à luz
toda a beleza que ninguém antes
de ti conseguiu encontrar.
Marcos 10, 6:9 – Mas no princípio da criação Deus ‘os fez homem e mulher’. ‘Por esta razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, os dois se tornarão uma só carne’. Assim, eles já não são dois, mas sim uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, ninguém separe”.
Feliz Aniversário de Casamento Nair!
quinta-feira, 2 de julho de 2015
A prática homossexual é igual a qualquer outro pecado?
Em meu trabalho sobre a Bíblia e a prática homossexual, com frequência deparo com o seguinte argumento: (1) nenhum pecado é pior do que qualquer outro pecado;2 portanto, (2) a prática homossexual não é pior do que nenhum outro pecado. Normalmente é feita, então, comparação com pecados aos quais muitas vezes os cristãos fazem concessões (como glutonaria ou recasamento após divórcio), em vez de com pecados aos quais não se fazem concessões (como incesto e homicídio), como uma forma de calar totalmente a oposição cristã à prática homossexual ou de argumentar que participantes confessos da prática homossexual ainda assim ‘vão para o céu’. Até mesmo muitos evangélicos que não apoiam a prática homossexual nem eximem do julgamento divino quem persiste nela sem se arrepender subscrevem a essas duas visões.
Às vezes tais afirmações são reforçadas por analogia, como quando Alan Chambers, ex-líder do ministério Exodus International, declarou na noite de abertura da sessão geral da conferência de Exodus International em 2012: ‘Jesus não ficou suspenso na cruz um pouquinho mais por aqueles que ... tenham se envolvido com atração por pessoas do mesmo sexo ou que tenham sido gays ou lésbicas’. Isto soa como uma bela frase de efeito e pode até ajudar quem pense que a prática homossexual é ruim demais para ser perdoada por Deus. Mas não prova a afirmação de que não existe nenhuma ‘hierarquia de pecados’. A duração de tempo em que Jesus ficou suspenso na cruz é irrelevante. É o fato da morte de Jesus que conta para a expiação. Nem tampouco se está argumentando que a morte de Jesus não pode cobrir grandes pecados. Cobre ‘pecadinhos’ e ‘pecadões’ daqueles que se arrependem e creem no evangelho.
De forma simples, a cobertura universal do pecado efetuada por Cristo por meio de sua morte na cruz não significa que todos pecados são iguais em todos aspectos, mas apenas que todos pecados são iguais em um aspecto: são todos cobertos. Se não o fossem, ninguém entraria no reino, pois Deus é tão santo que qualquer pecado impediria a entrada de qualquer pessoa, caso o mérito moral fosse a base da aceitação. Por analogia, alguém pode ter cobertura médica de todas lesões corporais, grandes e pequenas, e pagar a mesma quantia pela cobertura, independentemente da lesão; isso não quer dizer, porém, que todas as lesões são de igual gravidade. Como veremos, existe um acúmulo de provas das Escrituras (além da razão e da experiência) que mostram que (1) os pecados diferem em importância diante de Deus e (2) Deus considera a prática homossexual como um pecado particularmente grave.
O porquê da visão igualitária do pecado
Por que, então, tantos insistem na ‘visão igualitária do pecado’? Deve haver diversos motivos agindo em conjunto.
Primeiramente, muitos cristãos são ávidos por fazer o que for possível para abrandar as críticas de defensores homossexualistas. Estes últimos, muitos dos quais são muito bons em se sentir ultrajados com qualquer coisa que discorde de sua agenda, ficam indignados quando ouvem a prática homossexual descrita como pecado grave. Em segundo lugar, há quem promova uma visão igualitária do pecado ao menos em parte por preocupações pastorais, de modo a não afastar homossexuais abertos à discussão com uma mensagem que talvez achem difícil de aceitar. O outro lado da história é que talvez busquem um fundamento teológico para criticar qualquer senso de superioridade ou espírito insensível por parte da igreja. Outros creem que a igreja é responsável por criar uma comunidade pelos ‘direitos dos gays’ que se mostra raivosa e ressentida, já que dá passe livre aos cristãos envolvidos em pecados heterossexuais enquanto agride quem se envolve com o comportamento homossexual.
Há um quê de verdade nesta perspectiva. No entanto, a ideia de que, se a igreja tivesse passado com mais amor e mais equilíbrio a mensagem sobre a prática homossexual, não haveria nenhuma expressão de raiva e ressentimento por parte da comunidade dos direitos dos gays é absurda. Jesus era amoroso, e mesmo assim foi crucificado por falar a verdade. O pecado odeia qualquer restrição ao seu poder, e aqueles sob a influência controladora da atração por pessoas do mesmo sexo não escapam disso. Além do mais, expressões de indignação e esforços de intimidação são parte integral da estratégia homossexualista para coagir a sociedade a aprovar a prática homossexual.
Os cristãos deveriam tomar cuidado para, em sua pressa para apaziguar os defensores homossexualistas, não acabar negando as próprias Escrituras, que de fato caracterizam a prática homossexual em termos muitos negativos — evidentemente não como o único pecado, mas ainda assim como grave ofensa. É de se perguntar se os cristãos que denunciam outros cristãos por dizer que a prática homossexual é pecado grave no fundo pensem que o apóstolo Paulo é um extremista por dar atenção especial à prática homossexual em Romanos 1.18-32, dizendo que se trata particularmente de prática autodegradante, vergonhosa e antinatural, que em parte é a ‘recompensa’ àqueles que se envolvem nela.
Embora eu simpatize com a motivação pastoral que procura enfatizar o elemento de pecado universal àqueles abertos à discussão que talvez, de outro modo, teriam seus preconceitos anticristãos ativados, não posso aceitar a descarada falsificação da Bíblia na afirmação de que a igreja, ao enxergar alguns pecados (como a prática homossexual) como piores do que outros, tenha criado uma visão tremendamente danosa que a própria Bíblia não sustenta. Mostrarei adiante que tanto a visão geral de que determinado pecado seja mais abominável para Deus do que outros quanto a visão específica de que a prática homossexual é ofensa sexual particularmente grave aos olhos de Deus (em gravidade, algo entre o incesto consensual entre adultos e a bestialidade) são bem documentadas nas Escrituras. Em parênteses, se levam realmente a sério a visão de que nenhum pecado é pior do que outro, não deveriam se incomodar com a comparação com o incesto consensual (uma vez que, pelo raciocínio deles, incesto não é pior do que nenhum outro pecado).
O que a visão hierárquica de pecados deve e não deve fazer
Entende-se que a visão bíblica de que alguns pecados são piores do que os outros não autoriza ninguém a:
1. Negar a própria pecaminosidade sem Deus e a necessidade da expiação de Cristo.
2. Buscar desculpas para seu próprio pecado.
3. Tratar os outros de maneira odiosa ou desejar que não venham ao arrependimento (à maneira da visão inicial de Jonas em relação aos ninivitas).
4. Enxergar qualquer pessoa como imoral ou espiritualmente inferior simplesmente por experimentar impulsos para fazer o que Deus proíbe firmemente.
Em relação aos pontos 1 e 2, Paulo cria tanto que (1) determinado pecado é pior do que outros (idolatria e imoralidade sexual eram grandes preocupações, por exemplo; e, dentro da categoria de imoralidade sexual, tinha particular repulsa à prática homossexual, e então ao incesto (entre adultos), e enfim ao adultério e ao sexo com prostitutas, cf. Rm 1.24-27; 1 Co 5; 6.9,15-17; 1 Ts 4.6); quanto que (2) ‘todos pecaram e carecem da glória de Deus’, e só é possível ser justificado pela graça de Deus por meio da obra redentora de Cristo (Rm 3.23-25). Os dois pontos não estão em oposição e nem mesmo em tensão. O fato de que todo pecado é igual em um certo aspecto — qualquer pecado pode impedir uma pessoa de entrar no reino de Deus, se não receber a Cristo —, não leva à inferência de que todo pecado é igual em todos os aspectos — alguns pecados levam Deus a trazer julgamento sobre seu povo mais do que outros pecados.
No que diz respeito ao terceiro ponto, reconhecer a gravidade específica da prática homossexual não deveria de forma alguma diminuir o amor e cuidado pastorais dispensados àqueles que agem conforme suas atrações por pessoas do mesmo sexo. Pelo contrário: quanto maior a gravidade do pecado, maior a extensão do amor. É esta lição que aprendemos de Jesus em sua aproximação aos cobradores de impostos e pecadores na área sexual. Existe a tendência na igreja, em ambos os lados do espectro teológico, de correlacionar gravidade da ofensa e falta de amor. Assim, o liberal argumenta que, a fim de amar alguém, temos de reduzir a gravidade da ofensa da qual participa o pecador ou eliminar totalmente a ofensa. O conservador às vezes defende a gravidade da ofensa à custa de mostrar amor ao pecador. Jesus (e Paulo) nos ensinou a guardar o amor e uma ética sexual reforçada simultaneamente. Não teve de diminuir a gravidade da ofensa de abusivos cobradores de impostos a fim de amá-los. Antes, por ser sua ofensa tão grave (isto é, colocar os outros em risco de fome ao cobrar taxas acima do que lhes fora designado, tirando proveito disso), dedicou uma proporção maior de seu ministério para alcançá-los. A relação inversa entre a gravidade da ofensa e a extensão do amor (quanto maior a ofensa, menor a extensão do amor; quanto maior a extensão do amor, menor a ofensa) é puro paganismo que devemos excluir da igreja completamente.
No que concerne ao quarto ponto, ninguém tem culpa meramente por experimentar impulsos que não buscou experimentar e não procurou cultivar. Por exemplo, o fato de que alguém experimente atrações por pessoas do mesmo sexo de maneira alguma é motivo de fazê-lo moralmente culpável nem justifica designá-lo como moralmente depravado. Desejos sexuais homoeróticos, assim como quaisquer desejos para fazer o que Deus expressamente proíbe, são desejos pecaminosos (isto é, são desejos para pecar), e é por isso que quem experimenta os desejos não deveria ceder a eles, seja em sua vida de pensamento consciente, seja em seu comportamento. Sentimentos de inveja, cobiça, avareza, orgulho ou excitação sexual por uma união ilícita são todos desejos pecaminosos, mas ninguém é culpável por eles, a não ser que voluntariamente os alimente em sua mente ou os evidencie em seu comportamento.
O que a visão bíblica sobre diferentes gravidades dos pecados autoriza a fazer é o seguinte:
1. Usá-la para avaliar a distância do desvio alheio em relação à graça de Deus e, assim, o nível de intervenção necessário.
2. Negar que concessões sociais ou eclesiásticas a alguns pecados (como divórcio e recasamento após divórcio) justifiquem concessões a pecados maiores (adultério, incesto, prática homossexual, pedofilia, bestialidade). Pode-se logicamente partir apenas das ofensas maiores para as menores, e não das menores para as maiores.
Deus nos deu a todos um senso de certo e errado em nossas consciências. Com razão, temos um senso de que algumas ações são mais malignas do que outras e codificamos este senso em nossas leis, ainda que imperfeitamente. É verdade que mesmo as nossas consciências são afetadas pela influência corruptora do pecado, e em nenhum caso isso é mais evidente do que quando buscamos desculpas para nosso próprio pecado. Contudo, o princípio de que alguns pecados são mais abomináveis do que outros, não apenas em seus efeitos sobre seres humanos, mas também na avaliação divina, foi dado por Deus. Se não tivéssemos este senso em nosso compasso moral, a sociedade seria muitíssimo mais perversa do que já é.
Lógica, experiência e as grandes tradições cristãs
Naturalmente, todas as pessoas razoáveis reconhecem que uma mulher contar a seu marido uma ‘mentirinha’ sobre ter gastado 25 dólares, em vez de 50, em um novo relógio, não é tão ruim quanto ele ter praticado adultério contra ela com outras cinco pessoas. Naturalmente, pessoas razoáveis devem admitir que, aos olhos de Deus (e não apenas aos nossos olhos ou aos da vítima), é pior um pai estuprar seu filho do que lhe dar uma bronca um pouco além do necessário por causa de um erro.
Ninguém realmente vive como se cresse que todos os pecados são igualmente graves no plano moral. De fato, muitas vezes são aqueles que argumentam em relação à prática homossexual que todo pecado é igual que ficam particularmente irritados se alguém compara uniões homossexuais com incesto (entre adultos), bestialidade ou pedofilia. E o fazem precisamente porque consideram incesto, bestialidade e pedofilia como realmente malignos e não querem que o comportamento homossexual seja associado com aquelas práticas. Tal reação, contudo, já é concessão ao princípio óbvio de que alguns pecados são piores do que outros. Não passa um dia sequer sem que as pessoas regularmente avaliem algumas ações como erros maiores do que outros. Na minha casa, se minha filha mais nova for para a cama, mas sorrateiramente pegar uma lanterna para ler ou desenhar bem depois da hora de dormir e contra os desejos de seus pais, terá cometido um erro, mas relativamente mais leve se comparado com, digamos, bater no irmão.
A crença de que todos os pecados são iguais para Deus em todos aspectos não apenas é absurdo à lógica e experiência humanas; as grandes tradições cristãs também concordam que determinado pecado é pior do que outros. Isto é reconhecido mesmo na tradição reformada, que enfatiza (corretamente) a depravação humana universal (nota: sou presbítero ordenado da Igreja Presbiteriana dos EUA — PC-USA). Por exemplo, o Catecismo Maior presbiteriano da Confissão de Fé de Westminster (1647) afirma: ‘As transgressões da lei de Deus não são todas igualmente abomináveis, mas alguns pecados por si sós, e em razão de diversos agravantes, são mais abomináveis aos olhos de Deus do que outros’ (7.260, grifo meu; elaboração em 7.261; cf. o Catecismo Menor 7.83).
Esta não é somente uma visão protestante, mas também católica (note a diferença entre pecados veniais e mortais, bem como diferenciações de gravidade dentro da categoria de pecados mortais) e ortodoxa. Convido qualquer um a citar uma formulação confessional de alguma denominação cristã importante que defenda que todo pecado é igualmente ruim na avaliação divina (talvez exista, mas desconheço). Para uma perspectiva evangélica contemporânea, veja o artigo de J. I. Packer para a revista Christianity Today (2005) intitulado ‘All Sins Are Not Equal’ [Os pecados não são todos iguais].3
Ora, devo admitir que citar a visão consensual das principais tradições cristãs não prova que alguns pecados são realmente mais abomináveis para Deus do que outros. Meu objetivo é simplesmente mostrar que a visão sobre o assunto adotada neste artigo se enquadra na corrente histórica da fé cristã.
O fundamento escriturístico da visão de que alguns pecados são piores do que outros
Ainda assim, continuo sendo um ‘homem da Bíblia’; então, atentemos para ela. Provas para a visão de que a Bíblia considera alguns pecados como piores do que outros são praticamente infindáveis, de modo que encerrarei a lista quando chegar numa dúzia de exemplos.
(1) No Antigo Testamento, existe claramente uma classificação de pecados. Por exemplo, em Levítico 20, que reordena as ofensas sexuais do capítulo 18 conforme a severidade da ofensa/pena, com as ofensas sexuais mais graves agrupadas primeiro (20.10-16). Dentro do primeiro nível de ofensas sexuais (ao lado de adultério, as piores formas de incesto, e bestialidade) está a relação sexual com alguém do mesmo sexo. Obviamente, variadas penas para diferentes pecados se encontram por todo o material legal do Antigo Testamento.
(2) Após o episódio do bezerro de ouro, Moisés disse aos israelitas: ‘Cometestes um grande pecado. Agora, porém, subirei ao Senhor; talvez eu possa fazer expiação pelo vosso pecado’ (Êx 32.30). Obviamente, o episódio do bezerro de ouro foi um enorme pecado por parte dos israelitas, algo confirmado pela gravidade do julgamento divino. Deve ter havido muitos tipos de pecados entre os israelitas, desde o momento em que partiram do Egito. Apenas em ocasiões específicas, no entanto, a ira de Deus se acendeu contra as ações dos israelitas — por que motivo, se todos pecados são igualmente abomináveis para Deus?
(3) Números 15.30 refere-se às ofensas praticadas com ‘punhos cerrados’ (deliberadamente e, talvez, em tom de desafio) como se fossem de natureza mais séria do que pecados relativamente involuntários (15.22,24,27,29).
(4) Em Ezequiel 8, o profeta é erguido por um anjo ‘nas visões de Deus’ e levado até Jerusalém, onde vê diferentes graus de idolatria ocorrendo nos arredores do Templo e o anjo declarando duas vezes a frase: ‘Verás abominações ainda maiores que estas’ (isto é, coisas detestáveis para Deus; 8.6,13,15; 8.17), depois de uma sequência de visões.
(5) Jesus referiu-se ao ‘que há de mais importante na Lei’ (Mt 23.23), como justiça, misericórdia e fidelidade — era mais importante obedecer a estas coisas do que ao dízimo de especiarias, mesmo que não se devesse desprezar tais ofertas. Formulações deste tipo implicam que violações do que há de mais importante ou dos principais mandamentos (como não defraudar os pobres de seus recursos tendo em vista ganho pessoal) são mais graves do que violações de mandamentos menores ou ‘mais leves’ (por exemplo, dar o dízimo de pequenos alimentos, como especiarias), que, segundo Jesus, deveriam ser praticados sem deixar de lado as questões mais importantes. Jesus acrescenta a seguinte crítica: ‘Guias cegos! Coais um mosquito e engolis um camelo’ (23.24). Qual é a diferença entre um mosquito e um camelo, se todos os mandamentos e todas as violações são iguais?
(6) Famosa também é a identificação que Jesus fez dos dois mandamentos mais importantes (Mc 12.28-31). Ele também disse: ‘Quem desobedecer a um desses mandamentos [da lei], por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino do céu’ (Mt 5.19). Novamente, apresentar mandamentos maiores e menores significa apresentar violações maiores e menores.
(7) Sugeriria que a especial aproximação de Jesus a quem explorava os outros economicamente (cobradores de impostos) e a quem pecava na área sexual, sempre no esforço de restaurá-los para o reino de Deus que ele proclamava, não era tanto uma reação ao abandono deles pela sociedade quanto uma indicação da especial gravidade desses pecados e o perigo espiritual extremo que tais pessoas encaravam. Nesse sentido, pode-se pensar na história da mulher pecadora que lavou os pés de Jesus com lágrimas, enxugou-os com seus cabelos, beijou-os com seus lábios, e ungiu-os com óleo (Lc 7.36-50). Jesus explicou o ato extraordinário da mulher contando uma parábola de dois devedores: aquele a quem o credor mais perdoa é quem mais o ama. A dedução óbvia é que a mulher pecadora tinha feito algo pior aos olhos de Deus. Embora o anfitrião fariseu de Jesus não tenha gostado que a mulher tenha tido contato com Jesus, este louvou as ações dela: ‘Os pecados dela, que são muitos [ou grandes], lhe são perdoados, pois ela amou muito [ou grandemente]; mas aquele a quem se perdoa pouco, este ama pouco’ (7.47). Muitos cristãos tratam a ideia de ser perdoado de maiores pecados como algo ruim. Jesus subverteu-a. Pense só como cristãos que enfatizam que todos pecados são iguais poderiam empregar o conceito bíblico de alguns pecados serem mais graves do que outros: alguns de nós talvez precisassem de mais perdão, mas posso dizer que isto nos fez entender a graça do Senhor de uma forma melhor e, portanto, amar o Senhor ainda mais.
(8) Outro caso óbvio de priorização de algumas ofensas como piores do que outras é a caracterização de Jesus sobre a ‘blasfêmia contra o Espírito Santo’, ‘pecado eterno’ do qual nunca se terá perdão — no contexto, refere-se aos fariseus terem atribuído os exorcismos de Jesus ao poder demoníaco (Mc 3.28-30).
(9) De acordo com João 19.11, Jesus disse a Pilatos: ‘Nenhuma autoridade terias sobre mim, se do alto não te fosse dada; por isso, aquele que me entregou a ti incorre em pecado maior’. A referência é a Judas (6.71; 13.2,26-30; 18.2-5) ou ao sumo sacerdote Caifás (18.24,28). ‘Pecado maior’ naturalmente implica que a ação de Pilatos é pecado menor.
(10) Paulo fala sobre diferentes níveis de ação em 1Coríntios 3.10-17: é possível construir de qualquer jeito sobre o fundamento de Cristo e sofrer perda, mas ainda assim herdar o reino. No entanto, ‘destruir o templo de Deus’, a comunidade local de cristãos, por questões indiferentes traria sobre a pessoa sua própria destruição efetuada por Deus. Contrasta-se esta destruição com ser ‘salvo ... pelo fogo’ por causa das ofensas menores. Importantes comentaristas de 1Coríntios (por exemplo, Gordon Fee [pentecostal], Richard Hays [metodista], David Garland [batista] e Joseph Fitzmyer [católico]) concordam (1) que se faz distinção entre o grau de gravidade das ações; e (2) que Paulo aborda a salvação individual do cristão. Assim diz Gordon Fee: ‘Que Paulo atenta para uma verdadeira ameaça de punição eterna parece também ser o sentido óbvio do texto’. ‘Quem é responsável por desmantelar a igreja pode esperar julgamento à altura; é difícil fugir do sentido de juízo eterno neste caso, dada a sua proximidade com os vv. 13-15’ (The First Epistle to the Corinthians [NICNT; Grand Rapids: Eerdmans, 1987], pp. 148-149). O mesmo pensa Garland, que de forma sucinta afirma que ‘juízo desolador’ aguarda a quem destrói a comunidade em Corinto: ‘sua salvação está em risco’ (p. 121).
(11) Se todo pecado é igualmente grave para Deus, por que Paulo destacou a ofensa do homem incestuoso em 1Coríntios dentre todos os pecados dos coríntios como motivo para exclusão da comunidade? Por que tamanha expressão de choque e indignação da parte de Paulo? Além disso, se não existisse uma classificação de mandamentos, como Paulo poderia ter rejeitado de imediato um caso de incesto que mostrava consenso entre dois adultos, era monógamo e comprometido? Se os valores da monogamia e compromisso pelo resto da vida fossem de mesmo peso que a exigência de certo nível de alteridade familiar, Paulo poderia não ter tomado uma decisão quanto ao que fazer. Naturalmente, para Paulo, não foi uma questão difícil de decidir. Ele sabia que a proibição de incesto era mais fundamental.
(12) Primeira João 5.16-17 diferencia entre ‘pecado que não é para morte’ (pelo qual a oração pode surtir efeito e salvar a vida do pecador) e ‘pecado para a morte’ (pecado mortal, pelo qual a oração não surtirá efeito).
Estes doze exemplos (será que precisamos mesmo de mais?) já devem deixar claro que a afirmação de que a Bíblia não indica em lugar algum que determinados pecados são piores aos olhos de Deus não tem nenhum mérito.
Cristãos às vezes ficam confusos sobre a questão ao pensar no argumento de Paulo acerca do pecado universal em Romanos 1.18—3.20. Sim, Paulo argumenta que todos seres humanos, judeus e gentios sem nenhuma distinção, estão ‘debaixo do pecado’ e ‘sujeito[s] ao julgamento de Deus’. De fato, sua posição não é simplesmente que ‘todos pecaram e estão destituídos [ou carecem] da glória de Deus’ (3.23), mas também que todos ‘substituíram a verdade de Deus’ e de nós mesmos acessível nas estruturas materiais da criação (1.18-32) ou na revelação direta das Escrituras (2.1—3.20). Paulo argumenta o seguinte: não podemos dizer que pecamos, mas não sabíamos que pecamos. Pecamos e sabíamos (em algum lugar nos recônditos da nossa alma) ou, ao menos, recebemos muitas provas disso. Em resumo, todos são ‘indesculpáveis’ por não glorificar Deus como Deus (1.20-21).
O que Paulo diz é que qualquer pecado pode excluir alguém do reino de Deus, se esse alguém pensa que pode conquistar a salvação por mérito pessoal ou que dispensa a morte reparadora e a ressurreição vivificadora de Jesus. O que Paulo não diz é que todo pecado é igualmente ofensivo a Deus em todos aspectos. O argumento em Romanos 2, por exemplo, não é que os judeus pecam tanto (quantitativamente) ou tão notoriamente quanto (qualitativamente) os gentios de maneira geral. Qualquer judeu, incluindo Paulo, teria rejeitado esta conclusão de imediato. Idolatria (1.19-23) e imoralidade sexual / homossexualidade (1.24-27) não era nem de longe um problema tão grande entre os judeus como o era entre os gentios (evidentemente, ‘os pecados comuns’ de 1.29-31 já eram mais problemáticos). Antes, o argumento é que, embora os judeus pequem menos e de forma menos notória em relação aos gentios de maneira geral, todavia têm mais conhecimento porque têm mais acesso às ‘palavras de Deus’ nas Escrituras (2.17-24; 3.1,4,9-20). Então, tudo fica nivelado, por assim dizer, no que diz respeito à necessidade de receber a obra graciosa de Deus em Cristo (3.21-31).
Paulo, no entanto, não começou a extensa lista de vícios em Romanos 1.18-32 com idolatria e imoralidade sexual (especificamente, prática homossexual) e dedicou tanto espaço para estes dois tipos de pecado (9 versículos, comparados com 4 versículos para todos os outros juntos) só para então demonstrar que todo pecado é igual. Sim, parte do propósito de Paulo ao dar especial atenção aos dois pecados pode ter sido uma armadilha para o seu confiante (e imaginário) interlocutor judeu, apelando aos seus preconceitos antigentílicos. Com certeza, também, podem ter sido exemplos particularmente bons para provar o argumento apresentado em 1.18-20 sobre os humanos suprimirem uma verdade óbvia acerca de Deus e de si mesmos visível nas ‘coisas criadas’ (1.20). Existe, todavia, um terceiro motivo para Paulo dar especial atenção aos dois vícios. Tem a ver com o fato de que Paulo quase sempre começava listas de vícios ou pecadores com idolatria e imoralidade sexual, tanto fazendo a ordem destes dois, em suas palavras dirigidas aos cristãos — não apenas em Romanos 1.18-32. Ele assim o fazia porque considerava idolatria e imoralidade sexual como ofensas particularmente graves (dentro de um conjunto de pecados não incomuns), que não apenas traziam destruição para o povo de Deus, mas também, francamente, ‘irritavam’ a Deus sobremaneira.
Este ponto é reforçado por Paulo com a história das peregrinações de Israel no deserto após deixarem o Egito, história que Paulo discute em 1 Coríntios 10.1-13. O que realmente aborreceu a Deus e precipitou a destruição divina foi a idolatria e imoralidade sexual deles:
Essas coisas aconteceram como exemplo para nós, a fim de que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram. Não vos torneis idólatras, como alguns deles ... Nem pratiquemos imoralidade, como alguns deles fizeram, e caíram num só dia vinte e três mil. (1 Co 10.6-8, grifo meu)O fundamento escriturístico da visão de que a prática homossexual é pecado sexual particularmente grave
Pois bem, se os autores bíblicos e Jesus tratam alguns pecados como piores aos olhos de Deus do que outros pecados, será que consideram a prática homossexual como um dos pecados sexuais mais graves? Muitos cristãos que consideram a prática homossexual pecado diriam ‘não’ (obviamente, ‘liberais’ que não veem a prática homossexual como pecaminosa descartariam a questão prontamente.) A seguir vão sete bons argumentos para mostrar por que creio que a resposta à questão é ‘sim’.
(1) Tanto a descrição fortemente desfavorável e a atenção que Paulo dá extensamente à prática homossexual em Romanos 1.24-27 indicam que Paulo considerava a prática homossexual como uma infração particularmente séria da vontade de Deus. Em complemento à idolatria no vetor vertical das relações divino-humanas, Paulo escolheu a ofensa da prática homossexual como seu exemplo principal no vetor horizontal das relações humanas a fim de ilustrar a perversidade humana ao substituir a verdade óbvia de Deus para nossas vidas percebida na criação ou natureza. Faz pouco sentido argumentar que Paulo dedicou mais espaço em Romanos 1.24-27 para falar sobre como a prática homossexual é ‘desonrosa’ ou ‘degradante’, ‘contrária à natureza’, uma ‘indecência’ ou ‘comportamento obsceno/vergonhoso’, e uma ‘recompensa’ adequada ao seu desvio de Deus só com o intuito de mostrar que a prática homossexual não é pior do que nenhum outro pecado. Paulo claramente gastou mais tempo discutindo a idolatria e a prática homossexual porque eram exemplos clássicos e não incomuns da grande depravação humana que somente poderiam ocorrer depois que os seres humanos fechassem os olhos para a verdade ao seu redor. No caso da prática homossexual, os seres humanos teriam de suprimir a evidente complementaridade sexual de homem e mulher (anatomicamente, fisiologicamente, psicologicamente) antes de se envolver em relação sexual com pessoas do mesmo sexo.
(2) O apelo que Jesus fez a Gênesis 1.27 (‘homem e mulher os criou’) e 2.24 (‘o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne’), em suas observações sobre divórcio e recasamento em Marcos 10.6-9 e Mateus 19.4-6, mostra como era importante para Jesus o pré-requisito de homem e mulher para o casamento. Jesus argumentou que a dualidade dos sexos ordenada por Deus na criação era o fundamento para limitar a dois o número de pessoas em união sexual, seja simultaneamente (em contraste com a poligamia) ou sequencialmente (contra o divórcio reiterado e recasamento). Se Jesus considerava homem e mulher como pré-requisito fundamental para extrair outros princípios de ética sexual (isto é, monogamia conjugal e indissolubilidade), não seria uma violação direta do fundamento (prática homossexual) mais grave do que uma violação de princípios construídos a partir daquele fundamento (poligamia, adultério, recasamento após divórcio)?
O argumento segundo o qual Jesus deve ter considerado divórcio e recasamento após divórcio como questões mais sérias (isto é, porque ele explicitamente os critica) perde de vista que Jesus não teve que argumentar contra a prática homossexual no judaísmo do século I, pois a própria ideia de se envolver neste comportamento era impensável para judeus (não há exemplos de judeus em defesa do comportamento, muito menos de judeus envolvidos nele, nos séculos em torno da vida de Jesus). Jesus estava determinado a fechar as brechas remanescentes na ética sexual judaica (outra era o adultério no coração), e não recapitular proibições mais severas já aceitas universalmente pelos judeus. Por exemplo, o fato de que Jesus não disse nada sobre o incesto é indicação de que ele aceitou as fortes restrições da lei levítica. Não é indicação de que considerava o recasamento após divórcio como ofensa igualmente ou mais séria.
(3) Além da exclusão do sexo entre humanos e animais, a exigência de homem e mulher para as relações sexuais é a única mantida absolutamente para o povo de Deus desde a criação até Cristo. A primeira diferenciação humana na criação é a diferenciação entre homem e mulher. Em Gênesis 2.21-24, a criação da mulher é retratada como a extração de uma ‘costela’ ou (melhor) ‘lado’ do ser humano, de modo que homem e mulher são partes de um todo integrado e único. A mulher é retratada como a ‘contrapartida’ ou ‘complemento’ (heb. negdo). O pré-requisito de homem e mulher é, portanto, fundamentado no primeiro ato da criação. Compare a situação com proibições ao incesto: a maioria delas não pôde ser implementada até que a família humana se espalhasse e se tornasse numerosa. Além disso, enquanto se vê uma concessão limitada da poliginia no Antigo Testamento (múltiplas mulheres para homens, mas nunca poliandria, múltiplos esposos para mulheres), subsequentemente revogada por Jesus, e certa concessão limitada nos primórdios de Israel daquilo que posteriormente seria denominado incesto na lei levítica (por exemplo, o casamento de Abraão com sua meia-irmã Sara; o casamento de Jacó com duas irmãs enquanto ambas estavam vivas), não existe absolutamente nenhuma concessão à prática homossexual na história de Israel. Praticamente todas as leis, narrativas, poesias, provérbios, exortações morais e metáforas que lidam com questões sexuais no Antigo Testamento pressupõem o pré-requisito de homem e mulher. As únicas exceções são períodos de apostasia no Israel antigo (por exemplo, a existência de prostitutas cultuais homossexuais, que os narradores bíblicos também classificam como abominação).
Por que não há exceções inegáveis? O motivo é óbvio: o pré-requisito de homem e mulher pertence ao fundamento inviolável, sumamente sagrado a Deus. Poliginia é violação do princípio de monogamia, extrapolando apenas de forma secundária o pré-requisito de homem e mulher. Incesto é violação da exigência de alteridade corpórea, extrapolando apenas de forma secundária a analogia fundamental da alteridade sexual estabelecida na criação. Consequentemente, a prática homossexual é pior do que incesto e poliamor porque (1) é ataque direto ao paradigma sexual instituído no próprio início da criação, ao passo que proibições de incesto e poliamor foram elaboradas apenas de forma secundária, a partir do paradigma homem-mulher; e (2) a prática homossexual, diferentemente de incesto e poliamor, nunca é concretizada por personagens positivos na narrativa do Antigo Testamento nem sancionada pela lei israelita.
(4) Levítico 20 elenca a prática homossexual no primeiro nível de ofensas sexuais (adultério, as piores formas de incesto, e bestialidade, 20.10-16) que são piores do que o segundo nível de ofensas sexuais (20.17-21). Em Levítico 18, embora no resumo conclusivo (Lv 18.26-27,29-30) todas as ofensas sexuais de Levítico 18 sejam rotuladas conjuntamente como ‘abominações’, atos ‘repugnantes’ (to’evoth), apenas a relação sexual entre homens em 18.22 (e 20.13) é especificamente rotulada com o singular to’evah. Fora do Código de Santidade de Levítico 17—24, o termo normalmente é usado para diversas ofensas morais graves (não apenas atos de impureza ritual), incluindo ocasionalmente a prática homossexual (Dt 23.18; 1 Rs 14.24; Ez 16.50; 18.12; provavelmente também Ez 33.26).
(5) Uma trilogia de histórias sobre depravação extrema — o pecado de Cam contra seu pai Noé (Gn 9.20-27), a tentativa de agressão sexual dos visitantes de sexo masculino pelos homens de Sodoma (19.4-11) e a tentativa de agressão sexual do levita que passava por Gibeá (Jz 19.22-25) — apresenta a tentativa ou concretização de um ato de relação sexual entre homens como elemento integral da depravação.
(6) A natureza grave da prática homossexual se confirma amplamente em textos judaicos do período do Segundo Templo e posteriores (para citações, especialmente de Fílon e Josefo, ver meu livro The Bible and Homosexual Practice, pp. 159-183). Os judeus no período greco-romano consideravam a relação sexual entre homens como o exemplo primeiro, ou ao menos como um dos principais exemplos, da impiedade gentílica (por exemplo, Oráculos sibilinos 3; Carta de Aristeas 152). Apenas a bestialidade parece ser classificada como ofensa sexual maior, ao menos dentre os atos ‘consensuais’. Existe certa discordância no judaísmo antigo, discutindo-se se sexo com a própria mãe é pior, comparável ou mais grave. A ausência do registro de um caso específico de relação entre pessoas do mesmo sexo no judaísmo antigo do século V a.C. até cerca de 300 d.C. também testifica a gravidade da ofensa. A propósito da possibilidade de judeus envolver-se nesta prática repugnante, o texto rabínico da Toseftá comenta pura e simplesmente: ‘Israel está acima de qualquer suspeita’ (Quidusim 5.10).
(7) A posição histórica da igreja ao longo dos séculos é que a Bíblia entende a prática homossexual como ofensa sexual extrema. Por exemplo, entre os pais da igreja, Cipriano (200-258) chamou-a de ‘algo indigno até de ver’. João Cristóstomo (344-407) referiu-se a ela como ‘insanidade monstruosa’, ‘prova clara do grau último de corrupção’ e ‘cobiça por algo monstruoso’. Teodoreto de Ciro (393-457) chamou-a de ‘impiedade extrema’. João Calvino, nem um pouco negligente quando se tratava de enfatizar a depravação universal, mesmo assim taxou a prática homossexual de ‘o temível crime da cobiça antinatural’, pior do que ‘desejos bestiais, uma vez que [reverte] toda a ordem da natureza’, além de ‘corrupção viciosa’, ‘feitos monstruosos’ e ‘esse ato abominável’.
Considerações finais
A Bíblia é clara e coerente nestes quatro pontos:
1) Algumas ordens divinas são mais severas, maiores e mais fundamentais do que outras.
2) Algumas violações, portanto, são maiores do que outras.
3) Violações de ordens maiores são forte indicação de uma alma enferma e de uma vida que nunca foi guiada pelo Espírito ou, então, que agora se desvia da condução do Espírito.
4) Apenas quem é guiado pelo Espírito e anda na luz participa da obra redentora da cruz. Como diz 1 João 1.7: ‘se andarmos na luz, assim como ele está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado’. O texto não diz: se você creu em Jesus em algum momento de sua vida, o sangue de Cristo o purificará de todo pecado, independentemente de como você se comporte. Diz, porém: ‘se estivermos andando na luz ... o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado’. Não existe nenhuma transferência de pecado para Cristo sem que haja também transferência do ego; nenhuma vida sem morte; nenhum salvação da própria vida sem perdê-la.
Se deparasse com um irmão em Cristo sendo um pouco descontrolado em relação a dinheiro ou questões materiais; começando a ter limites muito lassos em interações com pessoas que lhe possam ser sexualmente interessantes ou começando a ter mais lutas com o desejo sexual em sua mente; ou reclamando demais, provavelmente não concluiria que houvesse algo gravemente errado na vida espiritual daquele irmão. Mas, se descobrisse que aquele mesma pessoa, que se dizia irmão na fé, tinha se tornado ladrão de banco ou estava usando o esquema de pirâmide para faturar em cima da economia alheia; que estava envolvido em caso de adultério ou estava dormindo com sua própria mãe ou tendo relações sexuais com pessoas do mesmo sexo, ficaria um pouco mais preocupado sobre o relacionamento daquela pessoa com Cristo. Por quê? Quanto maiores os pecados, maior a indicação de que a pessoa não vive uma vida guiada pelo Espírito, algo que necessária e naturalmente flui da fé genuína. Será que existe algum cristão que não pensa (corretamente) desta forma?
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1Publicado em 7 de janeiro de 2015. Original disponível em http://www.robgagnon.net/articles/is_homosexual_practice_no_worse.htm. Traduzido por Djair Dias Filho.
2Este artigo é uma versão levemente modificada das páginas 15-25 de um artigo que escrevi em 30 de junho de 2012, intitulado ‘Time for a Change of Leadership at Exodus?’ [Tempo para uma mudança de liderança no ministério Exodus?]. O artigo questionava se Alan Chambers deveria continuar como presidente de Exodus International, um ministério para aqueles que tinham atração por pessoas do mesmo sexo e buscavam ajuda para viver em obediência sexual a Jesus Cristo. Como aquele artigo lidou com uma questão que agora está resolvida (Chambers enfim destruiu Exodus; outro grupo, Restored Hope Network [Rede da Esperança Restaurada], apareceu em seu lugar), esta seção que aborda uma questão atemporal poderia cair no esquecimento.
3Disponível em http://www.christianitytoday.com/ct/2005/january/19.65.html
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