segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Caminho difícil, destino glorioso



Neste caminho para a terra prometida existem serpentes. Às vezes, falta água, e o calor é intenso. Mas não estamos sós. O Senhor está conosco. Pode parecer contraditório. Como disse Gideão: "Se o Senhor é conosco, por quê tudo isso nos sobreveio?" (Jz.6). Nem o anjo respondeu. Apenas deu uma ordem: "Vai, Gideão, e livra Israel dos midianitas." Estamos sempre querendo entender a situação. Estamos fazendo tantas perguntas, mas muitas delas não são respondidas por Deus. No céu não tem departamento de informações. "As coisas ocultas pertencem ao Senhor." (Dt.29.29). Deus quer que deixemos as perguntas e nos concentremos na missão. "Vai, Gideão, e livra Israel." Você não precisa entender. Precisa obedecer.
O caminho é difícil, mas precisamos continuar caminhando.
Pensemos, por exemplo, na trajetória de José, filho de Jacó. Depois de seus sonhos maravilhosos, precisou encarar uma realidade que mais parecia um pesadelo. Nada parecia se encaixar com as promessas de Deus para ele. Primeiro, a inveja por parte dos irmãos. Depois, escravidão. Como se não bastasse, calúnia e prisão. E lembre-se de que ele era um servo fiel a Deus. José foi acusado de um crime que não cometeu. Ele foi vítima de uma injustiça. E o mais incrível é que Deus não interferiu para livrá-lo daquela situação. A acusação injusta foi mantida e José passou alguns anos na prisão. Podemos perguntar: por quê Deus permitiu essa injustiça na vida de José? Por quê Deus permite que sejamos vítimas de injustiças? Podemos responder apenas: faz parte do caminho. Aquele que comete a injustiça contra nós será penalizado, mas tudo isso contribuirá para alcançarmos o que Deus tem para nós no futuro. Todos os fatos da vida de José acabaram por conduzi-lo à realização dos seus sonhos. Todos aqueles males contribuíram para que José chegasse a se tornar governador do Egito.
Deus tem suas maneiras de fazer as coisas. Não vamos entendê-lo. O que nos cabe é continuarmos em nossa atitude de fidelidade ao Senhor. Ao seu tempo, Deus honrará a cada um de seus filhos. "Não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido." (Gal. 6.9). "E sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus." (Rom.8.28). "Porque, para mim tenho por certo que as aflições deste mundo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada." (Rom.8.18).

Anísio Renato de Andrade

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Espere em Deus

Esperar em Deus significa renúncia, coragem e determinação







“Esperei confiantemente pelo Senhor; ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro.” (Sl. 40.1.)






Muitas vezes deixamos de depender de Deus por causa da nossa auto-suficiência, mas no meio da adversidade nos voltamos para Ele em busca de auxílio.






No Salmo 40 Davi começa louvando ao Senhor pela oração respondida. Ele havia esperado no Senhor com paciência e não se desapontara. O Senhor respondeu ao seu grito de socorro e deu-lhe equilíbrio e um “novo cântico” que se tornou testemunho para os demais (v.3).






Sabemos que Davi teve que esperar muitos anos para que as promessas do Senhor se cumprissem em sua vida, e nesse período, ele teve que enfrentar muitos “gigantes”, muitas batalhas, sofrimento, dor e angustia, que estão relatados nos salmos. Mas tudo isto fazia parte dos planos de Deus para sua vida. Ele precisava ser lapidado e treinado para se tornar Rei de Israel.






Esperar em Deus significa renúncia, coragem e determinação.






Houve um tempo em que passei muitas lutas no ministério. Parecia que eu não iria vencê-las, olhava ao meu redor e não conseguia contemplar com os olhos da fé a transformação e restauração, tudo parecia contrário. Pensei em abandonar a liderança que Deus havia entregado em minhas mãos.






Cheguei a colocar minha vida emocional à frente do meu chamado levítico. Queria ver primeiro realizado o sonho do casamento para depois fazer a obra do Senhor como serva útil. “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o SENHOR.” (Is. 55.8.)






Foi quando cheguei à presença do Senhor, me rendi aos seus pés e disse: “Eis me aqui, cumpra-se a tua vontade, farei tua obra em primeiro lugar”.






A partir desta entrega Deus falou ao meu coração: “Filha agora darei o que queres”.






Sabemos que o “agora” de Deus não é o nosso tempo e isto Deus tem me ensinado a cada dia mais. “Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” (Mt. 6.33.)






A partir desta entrega comecei fechar meus olhos e contemplar a fidelidade do Senhor para com minha vida. As circunstâncias foram se transformando e o desejo de servi-lo a cada dia mais foi crescendo. Hoje posso contemplar as maravilhas que Ele está fazendo no meu ministério e continuo esperando no Senhor, pois sei que o “agora” se cumprirá no tempo certo.






Esperar em Deus significa renunciar nossa própria vontade e deixar que Ele venha agir por nós. Os que esperam no Senhor com paciência encontrarão segurança e restauração renovada na comunhão com Ele.






A linda canção do Ministério de Louvor Diante do Trono, “Deus é Fiel”, fala das promessas de Deus: “Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram/O que Deus preparou para nós/Um futuro certo, cheio de esperança/E paz, muita paz...”






Seja qual for a dificuldade que você está enfrentando, ore! Espere em Deus! Não desista! Ele lhe ouvirá. Pois os sonhos do Senhor jamais se frustrarão.






Deus lhe abençoe!

Suely Marques de Rezende


Igreja Missionária Vila Morangueira – Maringá/PR.


quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Quem poderia imaginar?



  Além de ser complicada, pela minha experiência, a realidade costuma ser inesperada. Ela não é clara, não é obvia, raramente é do jeito que você esperava. Por exemplo, quando você entendeu que a Terra gira em torno do Sol da mesma forma que todos os demais planetas, você naturalmente esperou que todos os planetas tivessem sido feitos para se emparelhar – todos a distâncias iguais uns dos outros, ou pelo menos, a distâncias que aumentam em uma mesma regularidade, ou, que fossem do mesmo tamanho, ou ao menos, que ficassem maiores ou menores à medida que você se distanciasse do Sol. Na verdade, você não pode encontrar explicações ou razão (que não podemos ver) para os tamanhos e nem para as distâncias. Alguns planetas tem uma lua; outro, quatro; outro, duas; alguns não têm nenhuma e um outro tem um anel.

  A realidade costuma, de fato, ser algo que você jamais teria imaginado. Essa é uma das razões por que eu acredito no cristianismo. Trata-se de uma religião que você nunca teria conseguido inventar. Se ela só nos oferecesse o tipo de universo que sempre desejamos, eu teria a forte impressão de que a estaríamos inventando. Mas, na verdade, não se trata do tipo de coisa que alguém pudesse ter inventado. Ela tem aquela singularidade imprevisível que as coisas reais têm.

C S Lewis – Cristianismo Puro e Simples

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Passando pelas Etapas


A conversão

“Se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus.” (Mt. 18.3.) “Convertei-vos” (At. 3.19) – Converter-se significa, muito simplesmente, voltar-se de uma direção para o sentido contrário, dar meia-volta. É o que, espiritualmente, o homem pecador precisa fazer, a fim de haver a Salvação de Deus. Está caminhando com as costas para Deus; há de parar, volver-se e passar a caminhar em direção a Deus. Note-se que o ponto de referência é o Senhor Deus. “Deixando os ídolos, vos convertestes a Deus, para servirdes o Deus vivo e verdadeiro...” (1Ts. 1.9-10.) Exemplos: Naamã (II Rs 5.11-15); Saulo (At 22.4-16). Em que consiste a conversão? Ou melhor: de que maneira o homem se converte? A conversão compreende dois fatores, um negativo e o outro positivo: o arrependimento e a fé.


O Arrependimento

O vocábulo do Novo Testamento traduzido por “arrependimento” significa mudança de pensamento, e o arrependimento evangélico tem sido definido como “mudança de pensamento que leva a novo modo de agir”. É a revolta, consciente e definitiva, do homem contra seu próprio pecado, que o leva a renegar esse pecado. Inclui três aspectos:

1.                           O aspecto intelectual, ou seja, o reconhecimento, pelo homem, do erro de sua vida até então, sua culpa diante de Deus, sua incapacidade para, em suas próprias forças, agradar a Deus.
2.                              aspecto emocional – Pesar ao seu pecado como uma ofensa contra um Deus santo e justo.
3.                              O aspecto volitivo ou da vontade – Mudança de propósito; resolução íntima contra o pecado e disposição para buscar de Deus o perdão, purificação e poder (Mt. 12.41; 3.2,8; At. 2.36-41; 3.19-21; 17.30-31; 20.21; Rm. 2.4; 2Co. 7.9-11).


A Fé

É o aspecto positivo da conversão. Note-se que, já no arrependimento, existe o fator fé, uma vez que o homem que se arrepende o faz porque reconhece a procedência do testemunho de Deus a seu respeito (Lc. 7.30).
A fé em nosso Senhor Jesus Cristo (At. 20.21), além de reconhecer a verdade a respeito do Salvador, deposita nele confiança, a ponto de receber dele a Salvação e de submeter-se integral e definitivamente ao Seu domínio. A isso é que o Novo Testamento chama de “obediência da fé” (Rm. 1.5; 16.26); pois fé que não envolve obediência não é fé.
É nesse sentido, de se depositar confiança, que temos de emprestar ao verbo “crer”, em passagens como João 3.15-16; 18,36; 5.24; At. 16.31, se quisermos compreender o sentido da Palavra de Deus. Os melhores tradutores recentes, reconhecendo essa falha, procuram reproduzir mais adequadamente o sentido de pisteuo, traduzindo-o por “ter fé”, “depositar confiança” e outros. (João 20.31; Rm. 4.7; 10.17; Ef. 2.8; 1 João 3.23; 5.9-12).





 


 

Fonte: Igreja Batista da Lagoinha - www.lagoinha.com

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Oração



Salmos 18

EU te amarei, ó SENHOR, fortaleza minha.
O SENHOR é o meu rochedo, e o meu lugar forte, e o meu libertador; o meu Deus, a minha fortaleza, em quem confio; o meu escudo, a força da minha salvação, e o meu alto refúgio.
Invocarei o nome do SENHOR, que é digno de louvor, e ficarei livre dos meus inimigos.
Tristezas de morte me cercaram, e torrentes de impiedade me assombraram.
Tristezas do inferno me cingiram, laços de morte me surpreenderam.
Na angústia invoquei ao SENHOR, e clamei ao meu Deus; desde o seu templo ouviu a minha voz, aos seus ouvidos chegou o meu clamor perante a sua face.
Então a terra se abalou e tremeu; e os fundamentos dos montes também se moveram e se abalaram, porquanto se indignou.
Das suas narinas subiu fumaça, e da sua boca saiu fogo que consumia; carvões se acenderam dele.
Abaixou os céus, e desceu, e a escuridão estava debaixo de seus pés.
E montou num querubim, e voou; sim, voou sobre as asas do vento.
Fez das trevas o seu lugar oculto; o pavilhão que o cercava era a escuridão das águas e as nuvens dos céus.
Ao resplendor da sua presença as nuvens se espalharam, e a saraiva e as brasas de fogo.
E o SENHOR trovejou nos céus, o Altíssimo levantou a sua voz; e houve saraiva e brasas de fogo.
Mandou as suas setas, e as espalhou; multiplicou raios, e os desbaratou.
Então foram vistas as profundezas das águas, e foram descobertos os fundamentos do mundo, pela tua repreensão, SENHOR, ao sopro das tuas narinas.
Enviou desde o alto, e me tomou; tirou-me das muitas águas.
Livrou-me do meu inimigo forte e dos que me odiavam, pois eram mais poderosos do que eu.
Surpreenderam-me no dia da minha calamidade; mas o SENHOR foi o meu amparo.
Trouxe-me para um lugar espaçoso; livrou-me, porque tinha prazer em mim.
Recompensou-me o SENHOR conforme a minha justiça, retribuiu-me conforme a pureza das minhas mãos.
Porque guardei os caminhos do SENHOR, e não me apartei impiamente do meu Deus.
Porque todos os seus juízos estavam diante de mim, e não rejeitei os seus estatutos.
Também fui sincero perante ele, e me guardei da minha iniqüidade.
Assim que retribuiu-me o SENHOR conforme a minha justiça, conforme a pureza de minhas mãos perante os seus olhos.
Com o benigno te mostrarás benigno; e com o homem sincero te mostrarás sincero;
Com o puro te mostrarás puro; e com o perverso te mostrarás indomável.
Porque tu livrarás o povo aflito, e abaterás os olhos altivos.
Porque tu acenderás a minha candeia; o SENHOR meu Deus iluminará as minhas trevas.
Porque contigo entrei pelo meio duma tropa, com o meu Deus saltei uma muralha.
O caminho de Deus é perfeito; a palavra do SENHOR é provada; é um escudo para todos os que nele confiam.
Porque quem é Deus senão o SENHOR? E quem é rochedo senão o nosso Deus?
Deus é o que me cinge de força e aperfeiçoa o meu caminho.
Faz os meus pés como os das cervas, e põe-me nas minhas alturas.
Ensina as minhas mãos para a guerra, de sorte que os meus braços quebraram um arco de cobre.
Também me deste o escudo da tua salvação; a tua mão direita me susteve, e a tua mansidão me engrandeceu.
Alargaste os meus passos debaixo de mim, de maneira que os meus artelhos não vacilaram.
Persegui os meus inimigos, e os alcancei; não voltei senão depois de os ter consumido.
Atravessei-os de sorte que não se puderam levantar; caíram debaixo dos meus pés.
Pois me cingiste de força para a peleja; fizeste abater debaixo de mim aqueles que contra mim se levantaram.
Deste-me também o pescoço dos meus inimigos para que eu pudesse destruir os que me odeiam.
Clamaram, mas não houve quem os livrasse; até ao SENHOR, mas ele não lhes respondeu.
Então os esmiucei como o pó diante do vento; deitei-os fora como a lama das ruas.
Livraste-me das contendas do povo, e me fizeste cabeça dos gentios; um povo que não conheci me servirá.
Em ouvindo a minha voz, me obedecerão; os estranhos se submeterão a mim.
Os estranhos descairão, e terão medo nos seus esconderijos.
O SENHOR vive; e bendito seja o meu rochedo, e exaltado seja o Deus da minha salvação.
É Deus que me vinga inteiramente, e sujeita os povos debaixo de mim;
O que me livra de meus inimigos; sim, tu me exaltas sobre os que se levantam contra mim, tu me livras do homem violento.
Assim que, ó SENHOR, te louvarei entre os gentios, e cantarei louvores ao teu nome,
Pois engrandece a salvação do seu rei, e usa de benignidade com o seu ungido, com Davi, e com a sua semente para sempre.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Atenção!

  Por problemas de ordem pessoal não estarei blogandonos próximos dias. Conto coma oraçãode vcs para vencer mais etapa.
  Deus nos abençoe!!!

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Por que não sou evangélico - Paradoxo



"Sem o menor sentimento de culpa admito que me tem sido coisa rara a afirmação "sou evangélico". Nem sempre foi assim. Houve tempos, já escondidos pela névoa do tempo, nos quais eu sentiria santo orgulho de tal identificação: que saudades! O tempo não para, dizia o poeta. E o tempo passou, sem muita poesia, assassinando poetas, e consagrando, quase sempre, gente cuja poesia maior é dedicada a ídolos. Nos esquecemos da primeira regra do Decálogo: adoramos personalidades, a nós mesmos, o sucesso, o dinheiro, o poder, os títulos eclesiásticos... Diante de Deus, nós, e nossos muitos deuses.

Recentemente questionaram qual minha opinão sobre o Padre Fábio de Melo, o cabeleira de gel, sem batina, que vive dizendo que tudo é "liiiiindo!", ter dito: "Eu também sou Evangélico!". Não deixa de ser uma declaração bonita e, quiçá, fruto de algum amadurecimento proporcionado em tempos pós Vaticano II. Tudo muito "liiiiiiindo!". Admitamos, por mais anti-catolicos sejamos, nada é tão prazeiroso que ouvir um padre reconhecendo que a salvação é por Graça, e que nossa missão principal é anunciar o Evangelho de Cristo. No entanto, creio que o padre precisa dar uma atualizada na cabeleira, já que a idéia que ele tem sobre o que é ser "evangélico" está defasada há, no mínimo, uma década e meia! Atualmente, ser evangélico pode significar qualquer coisa, o que nos leva a significado nenhum. Eis o grande mal dos evangélicos de nosso tempo: crise de identidade. A única coisa que o evangélico mediano parece saber sobre si mesmo, via de regra, inclui: que sua denominação é, em algum sentido, melhor; que ele é filho da promessa; que ele tem o selo da promessa, e que apesar de não ser dono do mundo, é filho do Dono! Não é "liiiiindo, minha gente"?

Assim, minha primeira razão para deixar de ser evangélico está no fato de que essa gente, os evangélicos, não sabe o que ser evangélico significa. Pergunte a maioria de seus amigos evangélicos: o que é o evangelicalismo? Qual sua origem? Quais seus postulados? Faça um teste, e comprove: quase absoluta ignorância. Somos uma geração que nada sabe sobre os Grandes Depertamentos, ou sobre nomes consagrados de nossa tradição evangélica, como Jonathan Edwards, John Wesley, Charles Finney, Dwigth L. Moody, etc. Nem mesmo o contemporâneo Billy Granham escapa imune a nossa ignorância crônica. Aliás, o Billy só volta ao imaginário dos "gospi" quando algum aloprado escatólogico faz malabarismo para associá-lo a sociedades secretas, e a complôs promotores do Anticristo... Em contrapartida, sabemos tudo sobre espiritos territóriais, ex-satanistas, ex-noivas-do-Capeta, símbolos satanistas ocultos, pregadores-sem-língua, maldições hereditárias, e, claro, campanhas de Sementes, com Bíblias superfaturadas.

Por falar em Bíblia, eis minha segunda razão para deixar de ser evangélico: somos um povo ignorante das Escrituras, e da Teologia! Não só isso, além de ignorantes, temos orgulho do fato! Dia após dia, cresce a idéia de que um cristianismo realmente bíblico, que segue o modelo da Igreja Primitiva, é um cristianismo anti-intelectual. Canonizamos a ignorãncia. Tal blasfêmia sempre esteve presente, com honrosas excessões, na religiosidade pentecostal (de onde eu venho), mas não é privilêgio apenas daquele grupo, infelizmente. Mas, como pentecostal de berço, vou me ater ao que diz respeito a minha experiência mais imediata. "Igreja do Senhor!" - esbraveja o falastrão: "eu tinha um sermão prontindo para vocês esta noite; porém, quando eu chegei neste lugar, o Espírito Santo mudou tudo – fez aquele rebuliço! Por isso, quero lhes dizer que tenho uma mensagem vinda diretamente do céu para vocês! Hoje, eu não quero nada com Teologia: Deus vai falar diretamente com você!”.

Só tem um nome para isso: apologia da burrice. Atitude que não encontra nenhum paralelo no exemplo deixado por Jesus Cristo: "E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que deles se achava em todas as Escrituras” (Lucas 24.27).Que ousadia têm aqueles pregadores e cristãos que desprezam o saber teológico, preferindo em seu lugar qualquer outra coisa, como experiencias e emoções! Eles se acham melhores que Cristo? Eles se consideram mais eficazes que o próprio Senhor, a quem dizem servir e amar? Do contrário, não é certo que deveriam seguir Seu exemplo? Como se atrevem a desprezar aquilo que Seu Deus valorizou?

Intimamente relacionado ao que foi dito na parte 1, identifico minha terceira razão para deixar de ser evangélico. Aqui, um boa dose de cautela, pois estarei pisando em terreno perigoso. Inicio meu argumento com uma exemplificação: que dirá um cristão evangélico contra um cristão católico que, por exemplo, acredita em Purgatório? Resposa bem fácil: "A Bíblia não fala nada sobre um Purgatório, meu filho, acorda!". De fato, e não falando, os evangélicos se recusam a se submterem a um dogma extra-bíblico. Sabem o motivo? É que um dos pilares do Evangelicalismo vem direto da Reforma Protestante: o sola scriptura, segundo o qual, nada do que não esteja explicitamente ensinado nas Escrituras possa ser imposto aos crentes. Mas, ironicamente, aqui nasce um problema para os evangélicos de nossos dias: quando se trata de passar suas próprias tradições e práticas pelo crivo das mesmas Escrituras, ele rapidamente se saírão com a excusa de "não julgueis para não serdes julgados", ou qualquer imbecilidade como "cuidado, o cara é ungido Senhor; e não se deve tocar nos ungidos". Santa hipocrisia!

Ainda sobre isto há mais a se dizer: não apenas usamos o Sola Scriptura na balança da hipocrisia, como também o elevamos a um status de ídolo cego e manco. Calvino? Wesley? Spurgeon? Agostinho? Cramer? Confisões de Fé? Livros de Oração Comum? Não precisamos de nada, nem de ninguém, só das Escrituras! Conseguem perceber o desvirtuamento, a falsidade insinuante? Inventamos a idéia de que ter a Bíblia como regra suprema de fé implica na rejeição do que Deus, por Seu Espírito, fez durante séculos de cristianismo! Porém, se alguém ousar questionar o desatino anti-biblico de algum apóstolo moderno, temos resposta rápida e eficaz: "Cuidado com a Letra, abra seu coração para o mover do Espírito!". Nada mais nos interessa, ao menos, nada que tenha acontecido antes do nosso profeta, apóstolo ou bispa preferidos.

Admito, meus queridos, que há gente na Igreja Brasileira que ainda faz jus ao título "evangélico". É possível que os mesmos sintam-se injustiçados com minhas generalizações. Me solidarizo, acreditem. Infelizmente, por mais triste que seja, o termo evangelico perdeu seu valor, não por si mesmo, mas pelo mau cheiro de quem não lhe soube extrair o perfume. E, cá entre nós, nada mais eficaz para despetar um moribundo que uma boa descarga eletrica no peito: ou acorda, ou bate as botas de vez!

De modo que, tomo a liberdade de me definir como "um cristão, a favor do Evangelho, mesmo que precise ir contra os evangélicos". Peraí! Acho que isso é bem Evangélico, com E maiúsculo, não acham?
"

Marcelo Lemos

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Somente para quem tem fraquezas a vencer



Se você se inclui na lista daqueles que tem fraquezas não desanime. Deus está trabalhando em você. Ele não terminou o trabalho ainda. Mais importante do que não ter fraqueza alguma é estar crescendo e sendo trabalhado por Deus. Se você se concentrar em suas fraquezas, pecados e erros você ficará desanimado, sentindo-se culpado e condenado por Deus. Não! Faça diferente hoje. Concentre-se no fato de que em Cristo você já é aprovado e justificado por Deus. É isto que significa vestir a couraça da justiça. Se revestir pela fé do fato de que Deus já justificou e aprovou você. Nada pode mudar este fato que foi consumado na Cruz. Somente quando você vê a si mesmo pela fé como aprovado, perdoado e justificado em Cristo e faz deste status a sua identidade é que você poderá, também pela fé, viver a altura de tal identidade. No mundo você primeiro trabalha e depois descansa. No evangelho só quem descansa na Graça que concede o selo da aprovação de Deus é capaz de trabalhar vivendo para Deus. Dois extremos devem ser evitados quando se fala de fraquezas. O primeiro é ter uma atitude negligente e acomodada de quem não quer crescer. "Meu temperamento é explosivo, não há nada que eu possa fazer. Vou ser sempre assim." A outra é viver em constante estado de culpa e condenação. Não! Você precisa ter uma atitude diferente.

Não pense que você precisa viver em estado de condenação enquanto Deus está trabalhando e mudando você. Falou o que não devia? Peça perdão a Deus, aceite o perdão e siga em frente. A vida é curta demais para ficar se lamentando por dias, meses ou anos cada vez que se comete um erro. A Bíblia diz que não há mais nenhuma condenação para quem está em Cristo Jesus (Rom 8:1). Se Deus não condena você, por que ficar se condenando numa tentativa carnal de se punir pelo erro cometido. O preço já foi pago na Cruz. Está consumado. Deus sabia o tempo todo que teríamos fraquezas. É nas nossas fraquezas que o poder de Deus se aperfeiçoa. Se você não tivesse fraquezas nem precisaria de Deus. Por favor não use tal liberdade para dar ocasião à carne permanecendo como está. Muitos podem assim fazer. Mas por outro lado muitas vezes nos condenamos tanto nos concentrando nos nossos pontos fracos que o Inimigo nem precisa se dar ao trabalho de nos acusar. Pare com isso hoje! Você é filho ou filha do Deus Altíssimo. Deus vê você como filho aprovado. Uma jovem me disse recentemente: "Paulo, Deus deve estar cansado de mim, cometí o mesmo erro de novo. Você não acha que Ele se cansa de me ouvir tantas vezes pedir perdão pela mesma coisa?" Eu disse: "Não! Para Ele é como se fosse a primeira vez. As outras vezes Ele não somente perdoou mas também esqueceu, Ele nem ao menos se lembra mais." E você? Porque não para de remoer o que Deus já esqueceu? "Paulo - você diz - Cuidado! Você está exagerando a Graça de Deus!!!" Não meu amigo! Isso seria impossível. Quem me dera poder expressar pelo menos um pequeno fragmento da Infinita Graça do Pai. "Paulo, você falando assim está dando permissão para as pessoas pecarem!!!" Meu amigo, minha experiência pastoral me diz que quem deseja pecar não precisa de permissão. Quem quer peca e pronto! Nem todo o rigor da Lei de Moisés conseguiu mudar o coração do ser humano. Mas há algo no meu coração, a Graça do Pai, que me permite fazer o que eu quiser mas antes mudou o meu querer. O meu querer é viver uma vida que agrade a Deus! Só quem nunca experimentou esta Graça é que precisa de normas e regulamentos. Precisa o controle e rigor da igreja, precisa o pastor-detetive vigiando para se manter na linha. Chega de religião externa. Venha para o Evangelho que lhe dá liberdade de fazer o que quiser mas antes muda o seu querer. Este é o único caminho para superar as fraquezas de dentro para fora.


Paulo Costa

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Unidade entre o casal - final



Tratando com desentendimentos

Os desentendimentos ocorrem, mesmo entre os crentes mais dedicados, mas devem ser tratados logo. Lemos que alguém pode se irar e não pecar, pois é uma reação emocional espontânea.
Mas o que cada um faz com o sentimento que teve pode se tornar pecado. Paulo aconselhou os irmãos de Éfeso a que não deixassem o sol se pôr sobre sua ira (Ef. 4.26-27). Em outras palavras, que deveria haver acerto, perdão, e que nenhuma pendência ficasse para trás.
Precisamos aprender a tratar com os desentendimentos no lar. Preservara unidade não significa nunca se desentender, mas saber dar a manutenção devida no relacionamento quando isto ocorrer. O tempo não apaga as ofensas. Deve haver reconciliação. Jesus ensinou isto: “Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta” (Mt. 5.23-24). Alguns acham que depois de um desentendimento é só deixar “para lá”. Mas a Bíblia nos ensina o princípio da reconciliação de maneira bem formal. Deve haver pedido de desculpas, de perdão.
Deve se conversar sobre o que aconteceu (o que machucou o íntimo de cada um e porquê se machucou). E não podemos perder de vista que devemos lutar para viver sem brigas, e não só reconciliar quando elas ocorrem (Ef. 4.31).

Acredito, ainda, que atenção especial deve ser dada à forma de falar. Talvez esta seja uma das áreas que mais sensíveis sejam nos desentendimentos que surgem no relacionamento, uma vez que a “comunicação” no lar não é só o que um fala, mas também a forma que o outro entende!

As conversas não devem ser exaltadas ou em tom de briga. E quando um dos cônjuges se perde numa explosão emocional, é importante notar que a Bíblia não nos ensina a “jogar o mesmo jogo”. O que lemos nas Escrituras é justamente o contrário: “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.” (Pv. 15.1.); “A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um.” (Cl. 4.6)

Os maridos devem ter cuidado redobrado, pois por natureza são mais racionais do que emocionais e suas palavras tendem a ser mais duras e grosseiras. Por isto a Bíblia nos adverte: “Maridos, amai a vossas esposas, e não as trateis com aspereza.” (Cl. 3.19); “Igualmente vós, maridos, vivei com elas com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais frágil, e como sendo elas herdeiras convosco da graça da vida, para que não sejam impedidas as vossas orações.” (1Pe.3.7)
Embora seja verdadeiro e aplicável aqui o ditado de que “é melhor prevenir do que remediar”, precisamos reconhecer que, muitas vezes, falhamos permitindo desentendimentos que poderiam facilmente ser evitados. Neste caso, devemos aprender a consertar e tratar com estas situações.

Mas não podemos esquecer também que mesmo havendo perdão e reconciliação depois do erro, quando ele se repete muito vai gerando desgaste e descrédito, e isto exige uma dimensão de restauração maior depois.
As intrigas no lar roubam o prazer de outras conquistas, como escreveu Salomão, pela inspiração do Espírito Santo: “Melhor é um prato de hortaliça, onde há amor, do que o boi cevado e com ele o ódio.” (Pv. 15.17.); “Melhor é um bocado seco, e tranqüilidade, do que a casa farta de carnes, e contenda.” (Pv. 17.1.); “Melhor é morar no canto do eirado do que junto com a mulher rixosa na mesma casa.” (Pv. 21.9)
Há casais que alcançaram tudo o que queriam financeiramente, mas não conseguem viver bem juntos. Eles, melhor do que ninguém, podem afirmar quão verdadeiras são estas declarações bíblicas. Não adianta ter outras realizações e deixar o relacionamento conjugal se perder.

Como alguém declarou: “Nenhum sucesso compensa o fracasso do lar”. Precisamos aprender a cultivar a unidade em nosso relacionamento. E isto acontece quando aprendemos a lidar de forma simples e prática nas questões do dia-a-dia.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Ano novo e o trenzinho!

Feliz ano novo a todos os nossos leitores.
Até parece incoerência, mas a cada virada de ano ouvimos tantas "renovações" de votos, que o óbvio é a tônica nesses dias.
Uns dizendo "vou fazer isso...", outros "vou fazer aquilo...", e ainda, "não farei mais isso...", como se compromissos e alianças consigo mesmo tivessem um marco gestacional a cada ano que se inicia.
Isso pode demonstrar uma tácita fragilidade em nossas atitudes no campo das decisões. As eras e o tempo não podem ser a nossa motivação única para gerarmos o "sim" e o "não" em áreas importantes de nossas vidas, ainda que, se tomarmos isso como um planejamento pessoal, que não é de todo errado. Algumas decisões poderão ter um curso natural de cumprimento, a longo prazo, o que seria necessário mais do que os 365 dias do ano.
Isso me faz lembrar um momento na vida de Jesus, quando passeava às margens do mar da Galiléia, e avistou Simão (Pedro) e André e disse-lhes: "Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. Então, eles deixaram imediatamente as redes e o seguiram." (Mateus 4:19,20).
Me impressiona a maneira como estes homens tomaram uma decisão tão abrupta, sobretudo pelo significado que isso daria à suas vidas. Não foi em um clima de euforia e festa, mas em um momento singular, no cotidiano, quando estavam lançando suas redes ao mar.
Encarar decisões sérias que irão mudar de alguma maneira o curso de nossa história, pode e deve ser em qualquer momento, quando o Mestre nos mandar. Nesse contexto, Simão e os outros discípulos foram chamados a uma tomada de decisão. Talvez o nosso cenário seja um pouco diferente. Temos alguns projetos e carecemos de encorajamento, motivação e iniciativa para os colocar em prática. Aqui vai uma dica importante: leia o primeiro versículo do capítulo 16 de Provérbios: "O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do Senhor." Não importa o teor da sua decisão, desde que esta seja absolutamente endossada, aprovada, revestida do "sim" do Senhor. Isso pode demandar algum tempo. Ouvir a voz de Deus requer estar disposto a ouvi-lo. Requer intimidade. Requer estarmos sensíveis ao natural e ao sobrenatural. E o mais importante é que a resposta pode ser 'sim' ou pode ser 'não'.
Nunca me esqueci de um episódio da minha infância; era garotinho e, em um período de final de ano qualquer, meu pai (terreno) viajou e me prometeu trazer um brinquedo que eu tanto sonhava: um trenzinho com pistas. Ah que intensa ansiedade aquilo me gerou. Mal esperava o momento de sua chegada para sentar-me ao chão e brincar, brincar e brincar com meu trenzinho. Quando ele entrou pela porta, eu e todos meus irmãos fomos ao seu encontro com abraços e beijos e, talvez o mais importante: cada qual querendo o seu respectivo brinquedo. Que sensação de total expectativa!
Quando chegou minha vez, ele me entregou um embrulho (menor do que imaginava para o tão esperado), porém acompanhado de algumas palavras de considerações que, para mim, soaram como um sonido póstumo: "O teu trenzinho, papai não pode trazer, mas eu comprei esse carrinho!". Aquilo foi uma canção do "inesperado" aos meus ouvidos. Eu queria muito o 'sim'. Veio o 'não'. Eu não entendia o porque desse não. Só queria meu trenzinho. Claro que isso estava completamente fora do meu alcance em mudar o curso final. Para mim, não importava muito se meu pai não tinha dinheiro suficiente para comprar o trenzinho. Não importava muito se ele tinha, talvez, esquecido e comprado o brinquedo errado. Não importava muito se ele decidiu que o outro brinquedo era melhor do que o trenzinho que eu tanto almejava. O que realmente me importava naquele momento foi que eu queria o 'sim' e veio o 'não'.
Confesso que esse episódio nunca me deixou traumatizado (graças a Deus!), entretanto minha memória provavelmente sempre se lembrará dele.
Isso nos faz refletir em algo, sobre Deus em nossas decisões e planos.
Talvez o seu "trenzinho" virá do jeito que você planejou e pediu. Amém por isso! Talvez não. Então surge uma nova reflexão de como reagirmos diante do 'não' do Pai. O coração deve estar preparado para ambos. Isso também nos ensina que sempre devemos planejar nossos alvos e pedir ao Senhor os nossos anseios. É bíblico: "O coração do homem PODE fazer planos...". Faça sempre seus planos! Tome sempre suas decisões! Apenas permita que Deus seja o anuente delas.
Que em 2011 "...o Senhor Te abençoe e Te guarde; o Senhor faça resplandecer o Seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o Seu rosto e Te dê a paz." (Números 6:24-26).