segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Unidade entre o casal - final



Tratando com desentendimentos

Os desentendimentos ocorrem, mesmo entre os crentes mais dedicados, mas devem ser tratados logo. Lemos que alguém pode se irar e não pecar, pois é uma reação emocional espontânea.
Mas o que cada um faz com o sentimento que teve pode se tornar pecado. Paulo aconselhou os irmãos de Éfeso a que não deixassem o sol se pôr sobre sua ira (Ef. 4.26-27). Em outras palavras, que deveria haver acerto, perdão, e que nenhuma pendência ficasse para trás.
Precisamos aprender a tratar com os desentendimentos no lar. Preservara unidade não significa nunca se desentender, mas saber dar a manutenção devida no relacionamento quando isto ocorrer. O tempo não apaga as ofensas. Deve haver reconciliação. Jesus ensinou isto: “Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta” (Mt. 5.23-24). Alguns acham que depois de um desentendimento é só deixar “para lá”. Mas a Bíblia nos ensina o princípio da reconciliação de maneira bem formal. Deve haver pedido de desculpas, de perdão.
Deve se conversar sobre o que aconteceu (o que machucou o íntimo de cada um e porquê se machucou). E não podemos perder de vista que devemos lutar para viver sem brigas, e não só reconciliar quando elas ocorrem (Ef. 4.31).

Acredito, ainda, que atenção especial deve ser dada à forma de falar. Talvez esta seja uma das áreas que mais sensíveis sejam nos desentendimentos que surgem no relacionamento, uma vez que a “comunicação” no lar não é só o que um fala, mas também a forma que o outro entende!

As conversas não devem ser exaltadas ou em tom de briga. E quando um dos cônjuges se perde numa explosão emocional, é importante notar que a Bíblia não nos ensina a “jogar o mesmo jogo”. O que lemos nas Escrituras é justamente o contrário: “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.” (Pv. 15.1.); “A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um.” (Cl. 4.6)

Os maridos devem ter cuidado redobrado, pois por natureza são mais racionais do que emocionais e suas palavras tendem a ser mais duras e grosseiras. Por isto a Bíblia nos adverte: “Maridos, amai a vossas esposas, e não as trateis com aspereza.” (Cl. 3.19); “Igualmente vós, maridos, vivei com elas com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais frágil, e como sendo elas herdeiras convosco da graça da vida, para que não sejam impedidas as vossas orações.” (1Pe.3.7)
Embora seja verdadeiro e aplicável aqui o ditado de que “é melhor prevenir do que remediar”, precisamos reconhecer que, muitas vezes, falhamos permitindo desentendimentos que poderiam facilmente ser evitados. Neste caso, devemos aprender a consertar e tratar com estas situações.

Mas não podemos esquecer também que mesmo havendo perdão e reconciliação depois do erro, quando ele se repete muito vai gerando desgaste e descrédito, e isto exige uma dimensão de restauração maior depois.
As intrigas no lar roubam o prazer de outras conquistas, como escreveu Salomão, pela inspiração do Espírito Santo: “Melhor é um prato de hortaliça, onde há amor, do que o boi cevado e com ele o ódio.” (Pv. 15.17.); “Melhor é um bocado seco, e tranqüilidade, do que a casa farta de carnes, e contenda.” (Pv. 17.1.); “Melhor é morar no canto do eirado do que junto com a mulher rixosa na mesma casa.” (Pv. 21.9)
Há casais que alcançaram tudo o que queriam financeiramente, mas não conseguem viver bem juntos. Eles, melhor do que ninguém, podem afirmar quão verdadeiras são estas declarações bíblicas. Não adianta ter outras realizações e deixar o relacionamento conjugal se perder.

Como alguém declarou: “Nenhum sucesso compensa o fracasso do lar”. Precisamos aprender a cultivar a unidade em nosso relacionamento. E isto acontece quando aprendemos a lidar de forma simples e prática nas questões do dia-a-dia.

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