Pessimismo e otimismo são enfermidades da alma. Ambos trazem prejuízo e não poucos frustrações. O pessimismo perde oportunidades porque desconfia de tudo e de todos. O otimista envolve-se em muitas situações impróprias porque se precipita e recusa ponderação mais aprofundada. Pessimistas precisam abrir-se para Deus e Suas infinitas possibilidades. Otimistas precisam submeter-se a Deus em Sua soberania. Pessimistas e otimistas precisam render-se à visão cristã da vida e do mundo. Como ecreveu Jürgen Moltmann: "Quem crê em Deus não é um otimista. Ele não precisa do pensamento positivo. Quem crê em Deus não é pessimista. Ele não precisa da lógica da dialética negativa. Quem confia em Deus sabe que Deus aguarda por ele, que ele está convidado para o futuro de Deus e tem em suas mãos, com isso,o mais maravilhoso convite de sua vida". Há uma confiança na fé que que o pessimista não pode rejeitar. Há um realismo que o otimista não pode recusar.
Uma das melhores ilustrações da visão cristã do mundo vem do Antigo Testamento. Trata-se da atitude dos amigos de Daniel ante as ameaças do rei Nabucodonosor: "se,ao som dos instrumentos, vocês não se prostarem diante da imagem que criei, os lançarei na fornalha sete vezes aquecida; e quero ver quem é o Deus que irá livrá-los de minhas mãos" (conforme Daniel 3.15). Pessimistas se desesperariam. Otimistas negariam qualquer possibilidade de tragédia. Mas os jovens responderam: "fiquem sabendo,ó rei,que se o nosso Deus, a quem servimos, quiser nos livrar, Ele nos livrará. Se não quiser, ainda assim não nos prostraremos diante de sua imagem!" O final dessa história conhecemos bem.
Enfim, contra toda tendência de uma vida que oscile entre os extremos do pessimismo e do otimismo, a fé firme e sólida nas palavras de Jesus: "no mundo vocês terão aflições(nada otimista), mas tenham bom ânimo- eu venci o mundo! (nada pessimista).Assim seja!
Marcelo Gomes