sábado, 13 de janeiro de 2024

#inevitavelmente.

 Assim como Cristo sofreu no corpo, vocês também devem estar prontos, como ele estava, para sofrer. (1Pe 4.1)


Não devemos dizer em voz baixa (só para nós) nem em voz alta (para todo mundo ouvir) que estamos prontos para sofrer. Frequentemente, ainda não estamos. Será preciso mais alguns passos, ou muitos outros passos para chegarmos a essa disposição. Mesmo depois de ser advertido por Jesus a respeito da tentação diabólica pela qual passaria, Pedro exclamou euforicamente: “Estou pronto para ser preso e morrer com o Senhor!” (Lc 22.33). Porém, àquela altura, nem ele nem os outros discípulos estavam prontos para tanto. Mas se não estivesse pronto nesse momento, quando estava escrevendo sua primeira carta, Pedro não teria tido a coragem de pedir aos irmãos da Ásia Menor: “Vocês devem estar prontos para sofrer”.


Em nosso entusiasmo pelo reino, muitas vezes emitimos cheques de valor alto sem fundo. Eles voltam e nós passamos vergonha. O entusiasmo não é um mal. Ao contrário, é uma bênção! Ele nos faz sair da rotina, do marasmo, da acomodação, da frieza. Mas o entusiasmo não superficial exige maturidade, experiência, moderação, profundidade, amor apaixonado. Algo feito sem entusiasmo é mecânico, não têm óleo. O trabalho desenvolvido com entusiasmo é leve, gostoso, benfeito e deixa um sentimento muito grande de satisfação.


Pedro é muito corajoso: “Estejam prontos para sofrer”. Poucos pregadores e pastores hoje diriam algo assim. No momento, o mais comum é ouvir: “Estejam prontos para vencer!”, “Estejam prontos para o sucesso!”, “Estejam prontos para a bênção!”.


O “estejam prontos” de Pedro sugere não apenas decisão, disposição e coragem, mas também todo preparo possível, tanto emocional como espiritual. Não se trata de um sofrimento perdido, desnecessário, autoinfligido, masoquista, mas um sofrimento como o de Cristo e por causa de Cristo.


Morrer para o pecado implica inevitavelmente sofrimento!


sábado, 6 de janeiro de 2024

#importante X trivial

 Todo mundo gosta de uma lista. Listas nos trazem segurança. Elas nos confortam. Listar coisas é entender, solucionar, e até controlar. Moisés trouxe uma lista do topo da montanha. Há listas dos dons do Espírito. Listas de bons e maus frutos. Eu elaborei uma lista de umas verdades dadas por Deus, e provadas pelo tempo, que definem o curso para navegar a sua vida. Posso compartilhar?


Quando ninguém estiver olhando, viva sua vida como se alguém estivesse. Seja um sucesso em casa primeiro. Ore o dobro de vezes em que você se preocupa. Deus lhe perdoou; seria sábio você fazer o mesmo. Uma vez por semana, deixe uma criança lhe levar numa caminhada. Só guarde ressentimento quando Deus o guardar. Nunca deixe que o importante seja vítima do trivial.


Estas são apenas algumas ideias na minha lista. Que tal você também fazer sua própria?




sábado, 25 de novembro de 2023

#não é preciso ser cientista

Apesar da declaração de Dawkins, de modo geral, os novos ateus não parecem ter se conscientizado do fato de que seu ateísmo não só lhes priva de seus valores liberais, como também de qualquer valor moral. Consequentemente, todas as críticas morais feitas a Deus e à religião, pelos novos ateus, são inválidas, e não exatamente porque elas estão erradas, mas porque elas não tem sentido. Se tal negação da ética é o coração da hipótese do Deus-delírio, não é preciso ser um cientista para ver onde o delírio realmente se encontra. Afinal, se o DNA não sabe, nem se importa, e dançamos segundo a sua música, como é então que a maioria de nós sabe e se importa?


John Lennox

sábado, 18 de novembro de 2023

#amor real

 Um Deus que certamente é todo poderoso não poderia ter evitado todo esse mal e sofrimento terríveis, simplesmente por criar seres humanos incapazes de fazer o mal?

Bem, ele certamente poderia ter feito seres assim. Mas eles não teriam sido seres humanos, ou sim? Deixe-me tentar explicar. Uma parte essencial e maravilhosa de ser um ser humano é que fomos  dotados da capacidade de amar. Amar envolve dizer "sim" ao invés de "não" para outros, e isso não teria sentido se a capacidade de escolher entre essas duas alternativas não existisse. Em outras palavras, a capacidade de amar está intimamente ligada à possessão do que chamamos de "livre-arbítrio". Estamos conscientes, é claro, de que a liberdade implícita não é ilimitada: não somos livres para fazer tudo. Por exemplo, não sou livre para correr a mais de 110 quilômetros por hora! No entanto, para que um ser possa sentir-se livre para dizer sim, ele deve ser livre para dizer não; para que seja livre para amar, ele deve ser livre para odiar; para que seja livre para ser bom, ele deve ser livre para ser mau.

Deus poderia ter removido o potencial para o ódio e o mal de uma só vez, criando-nos como autônomos, ou seja, meras máquinas capazes de fazer apenas aquilo para o qual foram programadas. Mas isso teria sido remover tudo o que nós mesmos valorizamos e que constitui a nossa humanidade básica.


John Lennox - John Carson Lennox é um matemático, filósofo da ciência, apologista cristão e professor de matemática da Universidade de Oxford. Ele é conselheiro do Green Templeton College, Oxford e um Fellow em matemática e filosofia da ciência pela mesma universidade.