sábado, 31 de dezembro de 2016

Criando um deserto.


Estamos sempre contemplando duas paisagens ao mesmo tempo: a paisagem diante de nossos olhos - o mundo fenomenológico - e a paisagem em nossa mente, aquilo a que o poeta Gerard Manley Hopkins se referiu como "nossa essência interior". Uma está em interação constante com a outra. Se, portanto, concebemos o mundo como um deserto, também o fazemos assim.

James Houston






sábado, 24 de dezembro de 2016

Seja cuidadoso!

Se somos salvos por boas obras, não precisamos de Deus - lembretes semanais do que fazer e do que não fazer vão nos levar ao céu. Se somos salvos pelo sofrimento, certamente não precisamos de Deus. Tudo o que precisamos é de um chicote e uma corrente, e o evangelho da culpa. Se somos salvos pela doutrina, pelo amor de Deus, vamos estudar! Não precisamos de Deus. Precisamos de um dicionário. Pese as questões. Explore as opções. Decifre a verdade.



Mas seja cuidadoso, aluno. Pois se a salvação depende da doutrina correta, então um erro pode ser fatal. Isso serve para aqueles que acreditam que podem se justificar perante Deus por meio das obras. Espero que a tentação nunca seja maior que a força. Se for, uma queda pode ser um mau presságio. E aqueles que acham que somos salvos pelo sofrimento, tomem cuidado também, pois nunca se sabe quanto sofrimento é exigido.

De fato, se estiver salvando a si mesmo, você nunca tem certeza de nada. Você nunca sabe se foi ferido o suficiente, se chorou o suficiente ou se aprendeu o suficiente. Este é o resultado da religião computadorizada: medo, insegurança, instabilidade. E, mais ironicamente, arrogância.

É isso mesmo - arrogância. O inseguro é aquele que mais se gloria. Aqueles que estão tentando salvar a si mesmo se autopromovem. Aqueles que são salvos pelas obras exibem obras. Os que se salvam pelo sofrimento revelam cicatrizes. Aqueles que são salvos pelas emoções demonstram seus sentimentos. E aqueles que são salvos pela doutrina - você entendeu. Eles penduram a doutrina no pescoço.

Você ousa se colocar diante de Deus e pedir que ele o salve por conta do sofrimento, de seu sacrifício, de suas lágrimas ou de seu estudo?
Eu também não.
Paulo também não. Foram necessárias décadas para ele descobrir o que escreveu em apenas uma frase.
"O homem é justificado pela fé" (Rm 3.28)

Não é por boas obras, sofrimento ou estudo. Tudo isso pode ser resultado da salvação, mas não são a causa dela.

Como você pode escapar do julgamento de Deus? Só existe uma maneira. Pela fé no sacrifício de Deus. Não é o que você faz; é o que Ele fez.


Max Lucado


 

sábado, 17 de dezembro de 2016

Reflita... pense... exercíte




"Não há lugar na cristandade para uma cultura do espírito que negligencie a mente"

Harry Blamires



sábado, 10 de dezembro de 2016

Atemporal!


Jesus não se contenta em simplesmente curar o corpo - ele também quer curar a alma. Ele deixa o físico de lado e trabalha com o espiritual. A cura do corpo é temporal; a cura da alma é eterna.

 

sábado, 3 de dezembro de 2016

Vento Impetuoso.

 
 
 

 
1E ao completar-se o dia de Pentecoste, estavam todos reunidos num só lugar. 2De repente, veio do céu um barulho, semelhante a um vento soprando muito forte, e esse som tomou conta de toda a Casa onde estavam assentados. 3Então, todos viram distribuídas entre eles línguas de fogo, e pousou uma sobre cada um deles. 4E todas as pessoas ali reunidas ficaram cheias do Espírito Santo, e começaram a falar em outras línguas, de acordo com o poder que o próprio Espírito lhes concedia que falassem.
5Ora, estavam morando em Jerusalém, judeus, tementes a Deus, vindos de todas as partes do mundo. 6Ao ouvirem aquele estrondo, ajuntou-se um grande número de pessoas; e ficaram maravilhados, pois cada um ouvia falar em sua própria língua. 7 Perplexos e admirados comentavam uns com os outros: “Porventura, não são galileus todos esses que estão falando? 8Como, então, cada um de nós os ouve falar em nossa própria língua materna? 9Nós que somos partos, medos e elamitas; habitantes da Mesopotâmia, Judeia e Capadócia, do Ponto e da província da Ásia, 10Frígia e Panfília, Egito e das partes da Líbia próximas a Cirene, e romanos que estão morando aqui, tanto judeus como convertidos ao judaísmo; 11cretenses e árabes, todos nós os ouvimos discursar sobre as grandes realizações de Deus em nossa própria língua!” 12E todos estavam absolutamente assustados e confusos, perguntando uns aos outros: “O que significa tudo isto?” 13Entretanto, outros, para ridicularizá-los, exclamavam: “Esses estão cheios de vinho novo!” A ministração de Pedro
14E aconteceu que, colocando-se em pé, juntamente com os Onze, Pedro tomou a palavra e, em alta voz, pregou à multidão reunida: “Homens judeus e todos os que habitais em Jerusalém, permitais que vos esclareça o que se passa! Dai, pois, atenção às minhas palavras. 15Estes homens não estão embriagados, como pensais. Até porque são apenas nove horas da manhã. 16Muito diferente disto. O que está ocorrendo foi predito pelo profeta Joel:
17‘Nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre todos os povos, os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os jovens terão visões, os velhos terão sonhos.
18Sobre os meus servos e as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e eles profetizarão.
19Mostrarei maravilhas em cima, no céu, e sinais embaixo, na terra: sangue, fogo e nuvens de fumaça.
20O sol se tornará em trevas e a lua em sangue, antes que venha o grande e glorioso Dia do Senhor.
21E todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo!’.
22Israelitas, escutai estas palavras: Jesus de Nazaré, homem aprovado por Deus diante de vós por meio de milagres, feitos portentosos e muitos sinais, que Deus por meio dele realizou entre vós, como vós mesmos bem sabeis, 23este homem vos foi entregue por propósito determinado e pré-conhecimento de Deus; mas vós, com a cooperação de homens perversos, o assassinaram, pregando-o numa cruz. 24Contudo, Deus o ressuscitou dos mortos, rompendo os laços da morte, porque era impossível que a morte o retivesse.
25A respeito dele afirmou Davi: ‘Eu sempre via o Senhor diante de mim. Porque está à minha direita.
26Por esse motivo, o meu coração está alegre e a minha língua exulta; o meu corpo também repousará em esperança,
27porque tu não me abandonarás no sepulcro, nem permitirás que o teu Santo sofra decomposição.
28Tu me fizeste conhecer os caminhos da vida e me encherás de alegria na tua presença’.
29Caros irmãos, concedei-me a licença de falar-vos com toda franqueza que o patriarca Davi morreu e foi sepultado, e o seu túmulo está entre nós até o dia de hoje. 30Todavia, ele era profeta e sabia que Deus lhe prometera sob juramento que colocaria um dos seus descendentes em seu trono. 31Antevendo isso, profetizou sobre a ressurreição do Cristo, que não foi abandonado no sepulcro e cujo corpo não sofreu decomposição. 32Deus ressuscitou este Jesus, e todos nós somos testemunhas deste fato. 33Exaltado à direita de Deus, Ele recebeu do Pai o Espírito Santo prometido e derramou o que vós agora vedes e ouvis.
34Porquanto, Davi não foi elevado aos céus, mas ele mesmo declarou: ‘O Senhor disse ao meu Senhor: Senta-te à minha direita
35até que Eu ponha os teus inimigos como estrado para os teus pés’. 36Sendo assim, que todo o povo de Israel tenha absoluta certeza disto: Este Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Messias!” Os primeiros cristãos
37Ao ouvirem tais palavras, ficaram agoniados em seu coração, e desejaram saber de Pedro e dos outros apóstolos: “Caros irmãos! O que devemos fazer?” 38Orientou-lhes Pedro: “Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em o nome de Jesus Cristo para o perdão de vossos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo. 39Porquanto a promessa pertence a vós, a vossos filhos e a todos os que estão distantes. Enfim, para todos quantos o Senhor, nosso Deus, chamar!” 40E com muitas outras palavras dava seu testemunho pessoal e os encorajava, proclamando: “Sede salvos desta geração que perece!” 41Assim, todos quantos aceitaram a sua palavra foram batizados; e naquele mesmo dia juntaram-se a eles cerca de três mil pessoas. Como viviam os novos cristãos
42Eles perseveravam no ensino dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações.
43E na alma de cada pessoa havia pleno temor, e muitos feitos extraordinários e sinais maravilhosos eram realizados pelos apóstolos. 44Todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em comum. 45Vendiam suas propriedades e bens, e dividiam o produto entre todos, segundo a necessidade de cada um. 46Diariamente, continuavam a reunir-se no pátio do templo. Partiam o pão em suas casas e juntos participavam das refeições, com alegria e sinceridade de coração, 47louvando a Deus por tudo e sendo estimados por todo o povo. E, assim, a cada dia o Senhor juntava à comunidade as pessoas que iam sendo salvas.
 
King James Atualizada
 
 

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Perdão de Deus




A graça não é cega. Ela enxerga muito bem a mágoa. Mas a graça escolhe ver ainda mais o perdão de Deus. Ela recusa-se a envenenar seu coração


Max Lucado


 

sábado, 26 de novembro de 2016

Cristianismo??




...cristianismo não é "religião". Não é o homem tentando, pelo esforço próprio, "ajudar" um Deus Santo. É o próprio Deus alcançando com amor o homem necessitado por meio do sacrifício de seu Filho Jesus, na cruz, pelos nossos pecados. Por meio dele temos esperança, amor incondicional, perdão e libertação das nossas culpas. Também encontramos em sua Palavra a receita para lidar com nossa amargura e dor.

 Depressão e Graça - Judith Kemp



sábado, 19 de novembro de 2016

A Cruz

Havia alguma coisa na crucificação que fez cada testemunha ou ir ao encontro dela ou se afastar. Ela compeliu e, ao mesmo tempo, repeliu.

Hoje, dois mil anos depois, o mesmo continua sendo verdade. É o divisor de águas. É a linha divisória. É o dia DE você estar de um lado ou de outro. Uma escolha é exigida. Podemos fazer o que quisermos com a cruz. Podemos examinar sua história. Podemos estudar sua teologia. Podemos refletir sobre suas profecias. Contudo, a única coisa que não podemos fazer é nos afastar em neutralidade. Não é permitido ficar em cima do muro. A cruz, em seu esplendor absurdo, não permite isso. É um luxo que Deus, em sua enorme misericórdia, não concede.

De que lado você está?



Max Lucado


sábado, 12 de novembro de 2016

A Voz de Deus.


Antes de a Palavra ser posta por escrito, a maioria das pessoas tementes a Deus não tinha nenhuma outra garantia acerca da divindade das doutrinas senão o fato de que recebiam bênçãos por meio do ministério dos poucos receptores da palavra. Assim que a mente de Deus foi colocada por escrito, cada ser mortal que as Escrituras podem vir a alcançar experimenta Deus falando a ele de uma forma não menos direta do que se ouvisse Deus a lhe falar com a própria voz, como aconteceu com Adão, quando ouviu a voz do Senhor no jardim. Mesmo a voz falada é incapaz de alcançar os ouvidos das pessoas sem um instrumento de comunicação, a saber, o ar no qual a voz se forma. Assim, não se pode negar que é a voz de Deus a falar a pessoas, embora seja transmitida por meio do instrumento de comunicação, que é a escrita. Tendo sido revelado àqueles homens escolhidos que já mencionamos, a Palavra não é de modo algum diminuída quando posta por escrito, pois o elemento divino permanece tão claramente na Palavra escrita de Deus quanto nas revelações imediatas que demonstraram de modo bastante claro a verdade espiritual de tais revelações àqueles a quem foram concedidas.

John Owen






sábado, 5 de novembro de 2016

Deixe Deus falar...



Antes da Palavra ser posta por escrito, a maioria das pessoas tementes a Deus não tinha nenhuma outra garantia acerca da divindade das doutrinas senão o fato de que recebiam bênçãos por meio do ministério dos poucos receptores da Palavra. Assim que a mente de Deus foi colocada por escrito, cada ser mortal que as Escrituras podem vir a alcançar experimenta Deus falando a ele de uma forma não menos direta do que se ouvisse Deus falar com a própria voz, como aconteceu com Adão, quando ouviu a voz do Senhor no Jardim. Mesmo a voz falada é incapaz de alcançar os ouvidos das pessoas sem um instrumento de comunicação, a saber, o ar no qual a voz se forma. Assim, não se pode negar que é a voz de Deus a falar a pessoas, embora seja transmitida por meio do instrumento de comunicação, que é a escrita. Tendo sida revelada àqueles homens escolhidos que já mencionamos, a Palavra não é de modo algum diminuída quando posta por escrito, pois o elemento divino permanece tão claramente na Palavra escrita de Deus quanto nas revelações imediatas que demonstram de modo bastante claro a verdade espiritual de tais revelações àqueles a quem foram concedidas.

John Owen




sábado, 29 de outubro de 2016

selada com o testemunho interior do Espírito.




A Palavra não encontrará aceitação no coração dos homens antes que seja selada com o testemunho interior do Espírito. Por isso, o mesmo Espírito que falou pela boca dos profetas tem de penetrar em nosso coração a fim de nos persuadir de que eles proclamaram com fidelidade aquilo que lhes havia sido ordenado por Deus [...].
Mesmo que, devido à sua própria majestade, por si mesma conquiste o respeito, ela somente nos afeta de maneira séria quando, por meio do Espírito, é selada em nosso coração. Portanto, iluminados pelo poder do Espírito, é selada em nosso coração. Portanto, iluminados pelo poder do Espírito, cremos, não com base em nosso próprio juízo nem no de qualquer outra pessoa, que as Escrituras procedem de Deus; mas, acima de juízo humano, afirmamos com certeza absoluta [...] que a Palavra chegou até nós vinda da própria boca de Deus, por intermédio do ministério de homens.

João Calvino



quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Da série: quer que eu desenhe?


"...por que sem mim NADA podeis fazer."
 
 
 
 
 
 
Significado de nada:
nada
pronominal
  1. 1.
    pronominal indefinido
    coisa nenhuma.
    "n. se faz ali"
  2. 2.
    advérbio
    de modo nenhum, em grau nenhum.
    "não é n. bobo"
     
     
     
     
     
    jairtomaz@olheparaacruz.com.br
     

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Alimento.


"Alimente seus medos, e sua fé morrerá de fome. Alimente sua fé, e seus medos é que morrerão."

sábado, 8 de outubro de 2016

Pode alguma coisa ser verdadeira para você e não para mim?




"Tudo é relativo". "É verdade para você, mas não para mim". "É apenas a sua realidade". "Quem é você, para impor os seus valores aos outros?"

O relativista crê que a verdade funciona como a opinião ou perspectiva, e que a verdade depende da nossa cultura, do contexto, ou até mesmo de escolhas pessoais. Assim se explicam os atos perversos de nazistas ou terroristas ("Não gostamos, mas eles tem as suas razões"). O relativismo, no entanto, tem sérias falhas.

O relativismo não pode deixar de proclamar uma verdade que corresponde à realidade. "A lua é feita de queijo" é uma afirmação falsa, porque não está de acordo com a maneira como as coisas são. Como cristãos, declaramos que a história bíblica é verdadeira, porque está em conformidade com as realidades da existência de Deus e das suas atitudes para com os seres humanos. A verdade é um relacionamento - uma combinação com aquilo que é real ou com aquilo que é fato. Uma ideia é falsa quando não combina com o que é real ou fato. Mas o que dizer dos que fazem declarações como: "A realidade é como um monte de barro - podemos moldá-la da maneira que quisermos!" (uma ideia relativista, conhecida como antirrealismo). Nós podemos com razão, questionar estas declarações. Afinal, estas pessoas creem que o seu ponto de vista corresponde à maneira como as coisas são. Se você discordar delas, elas provarão que você está errado. Observe também que elas acreditam que exista pelo menos uma coisa que não está sujeita à manipulação humana - especificamente, a realidade inabalável de que a realidade é como um monte de barro que podemos moldar da maneira como quisermos! Assim, podemos perguntar: "Esta ideia do monte de barro é algo que você inventou?" Se ela se aplica a todos, então a declaração é incoerente. Se não se aplica a todos, então não é nada além da perspectiva de uma pessoa. Por que levá-la a sério? E se não existir uma verdade ou realidade objetiva, como saberemos que as nossas crenças não são ilusórias ou enganosas?

O relativismo contradiz a si mesmo. Se alguém afirmar ser um relativista, não acredite. Um relativista dirá que sua crença é verdadeira para você, mas a dele é verdadeira para ele, e que não existe uma verdade objetiva que se aplique a todas as pessoas. O único problema é que esta mesma afirmação é uma verdade objetiva, que se aplica a todas as pessoas! (Mesmo quando ele diz: "É verdade para você, mas não para mim", ele acredita que a sua perspectiva se aplica a mais do que uma pessoa!). Para mostrar a natureza contraditória do relativismo, podemos simplesmente introduzir declarações relativistas da seguinte forma, com os seguintes prefácios: "É objetivamente verdade que "isto é para você, mas não para mim"", ou: "É verdade que "Não existe verdade"". A contradição torna-se aparente. Ou o que dizer da vertente de que a crença sincera torna alguma coisa (budismo, marxismo, cristianismo) verdade? Devemos perguntar: este princípio é universal e absoluto? É verdade, ainda que eu não acredite nele sinceramente? Isto é, e se eu acreditar sinceramente que a crença sincera não torna alguma coisa verdadeira? As duas perspectivas não podem, obviamente, ser verdadeiras.

A base e a conclusão do relativismo são objetivamente verdadeiras. Pergunte a pessoa relativista por que ela adota esta perspectiva. Provavelmente, ela dirá: "Muitas pessoas acreditam em muitas coisas diferentes". O problema aqui é que ela acredita que isto seja universalmente verdadeiro e indiscutível. Além disso, ela acredita que a conclusão lógica a se extrair da grande coletânea de crenças é que o relativismo deve ser o correto. A pessoa relativista não acredita que todas estas crenças diferentes sejam uma questão de preferência pessoal. A base para o relativismo (a variedade de crenças) e a conclusão de que o relativismo obviamente deriva dela, acabam sendo lógicas e objetivamente verdadeiras - para todas as pessoas, não apenas para a pessoa relativista!

O relativismo será sempre seletivo. As pessoas normalmente não são relativistas sobre a lei da gravidade, sobre bulas de remédio ou sobre o rendimento de ações. Normalmente, são relativistas no que diz respeito à existência de Deus, à moralidade sexual, ou a trapaças em exames. Os direitos e o relativismo não se misturam. Mas se "tudo é relativo", por que se irritar com os outros?

O relativismo normalmente é motivado por um objetivo pessoal - a busca de autocontrole. John Searle, filósofo ateu, revela o que está por trás do relativismo: "Ele satisfaz uma necessidade básica de poder. Mas, de alguma maneira, parece excessivamente desagradável e revoltante que tenhamos de estar à mercê do 'mundo real'". Nós queremos estar no controle. Agora, apontar a motivação de alguém não é um argumento contra o relativismo; ainda assim, é uma consideração digna de nota. A verdade frequentemente é menos importante do que a liberdade. Mas está claro: quando uma pessoa ignora os argumentos em favor da inevitabilidade da verdade objetiva com um "tanto faz", tem em mente outro objetivo. O relativismo não nos faz exigências pessoais - amar a Deus, ser uma pessoa íntegra, ajudar a melhorar a sociedade. Embora o relativismo seja falso, é conveniente para algumas pessoas.


Paul Copan




quarta-feira, 5 de outubro de 2016

O que é certo...

Fé não é crer que Deus vai fazer aquilo que você quer. Fé é crer que Deus vai fazer o que é certo.

sábado, 1 de outubro de 2016

A pedra da oração.



Observe o vale entre seu polegar e o indicador. Para passar de um para o outro, você tem de atravessá-lo. Deixe que ele o faça se lembrar da queda de Davi. Antes de subir, Davi desceu; antes de subir para lutar, Davi desceu para se preparar. Não enfrente seu gigante sem, primeiro, fazer o mesmo. Dedique tempo a oração.

O apóstolo Paulo escreveu: "Orem no Espírito em todas as ocasiões, com todo oração e súplica;tendo isso em mente, estejam atentos e perseverem na oração" (Efésios 6.18).

A oração gerou os sucessos de Davi. Sua sabedoria junto ao ribeiro de Besor brotou do momento em que ele "(se fortaleceu) no SENHOR, o seu Deus" (1 Samuel 30.6). Quando os soldados de Saul tentaram capturá-lo, Davi voltou-se para Deus: "Tu és o meu alto refúgio, abrigo seguro nos tempos difíceis " (Salmo 59.16).

Como você sobrevive a uma vida de fugitivo nas cavernas? Davi sobreviveu com orações desse tipo: "Misericórdia, ó Deus; misericórdia pois em ti a minha alma se refugia. Eu me refugiarei à sombra das tuas asas, até que passe o perigo. Clamo ao Deus altíssimo, a Deus, que para comigo cumpre o seu propósito" (Salmo 57.1,2).

Quando Davi mergulhava sua mente em Deus, ele levantava-se. Quando não, ele caía. Você acha que ele passou muito tempo em oração na noite em que seduziu Bate-Seba? Que ele escreveu um salmo no dia em que assassinou Urias? Improvável.

Marque bem essa promessa: "Tu, SENHOR, guardarás em perfeita paz aquele cujo propósito está firme, porque em ti confia" (Isaías 26.3).  Deus não promete apenas paz, mas perfeita paz. A paz não adulterada, não manchada, não impedida. Para quem? Para aqueles cuja mente está "concentrada" em Deus. Esqueça as espiadas ocasionais. ponha de lado as reflexões feitas ao acaso. A paz prometida àquele que fixa os pensamentos e os desejos do rei.

Peça a ajuda de Deus. Escolha a pedra da oração. E não negligencie...


Max Lucado

quarta-feira, 28 de setembro de 2016




A Teologia Bíblica é a aprendizagem mediante a qual um ser humano torna-se completo.

Não é!


Cristianismo não é religião... cristianismo é o meu relacionamento com Deus, restaurado através de seu Filho Jesus!!

sábado, 24 de setembro de 2016

Perdão é optar por ver o ofensor com olhos diferentes.




      Seja rápido em mostrar compaixão pelo pastor imoral. Mas não tenha pressa em dar-lhe um púlpito. A sociedade pode conceder graça e condenações ao mesmo tempo. Dê uma segunda chance àquele que molesta crianças, mas mantenha-o longe de parquinhos de diversões.

      Perdão não é loucura.

      Perdão é, em essência, optar por ver o ofensor com olhos diferentes. Quando alguns missionários morávios levaram a mensagem de Deus aos esquimós, eles sofreram para encontrar uma palavra para perdão na língua nativa. Por fim, chegaram a essa difícil opção de 24 letras: issumagijoujungnainermik. Esta formidável junção de letras é literalmente traduzida como "não há mais como pensar nisso".

     Perdoar é seguir em frente, não pensar mais na ofensa. Você não justifica, endossa ou aceita o ofensor. Você simplesmente coloca o que pensa sobre ele no caminho que leva ao céu. Você vê seu inimigo como filho de Deus e a vingança como algo que cabe a Deus.

      A propósito, como nós, recipientes da graça, podemos fazer menos que isso? Será que temos coragem de pedir graça a Deus quando nos recusamos a transmiti-la?

Max Lucado




sábado, 17 de setembro de 2016

Ajuda nos momentos difíceis.





“O sermão e o Espírito sempre trabalham juntos para produzir libertação. Às vezes o Espírito e o sermão trazem respostas diretas às necessidades humanas, mas muitas vezes respondem de forma indireta. Muitos problemas não são respondidos pela audição de sermões. O sermão, não importa quão sincero, não pode resolver problemas insolúveis. Portanto, se o sermão não for solucionador de problemas, onde devemos buscar a solução? Junto com o Espírito, o sermão existe para mostrar que ter respostas não é essencial para viver. O essencial é a noção da presença de Deus durante os períodos sombrios de questionamento... nossa necessidade de respostas específicas é dissolvida na questão maior do senhorio de Cristo acima de todas as dúvidas – as que têm respostas e as irrespondíveis.”


Calvin Miller



 

sábado, 10 de setembro de 2016

A Bíblia ensina que os humanos são mais que seus corpos?




Ao longo da história, muitos cristãos creram "nas almas dos homens e dos animais", usando uma expressão de Gottfried Wilhelm Leibniz. Os animais e os humanos são compostos de uma entidade não material - uma alma - e um corpo. A principal ênfase da Bíblia está na unidade funcional e holística do ser humano. Mas esta unidade inclui uma distinção dualista entre corpo e alma. A alma humana, imortal por natureza, é capaz de entrar em um estado intermediário e desencarnado depois da morte, e ser depois reunida a um corpo ressuscitado. Em contraste, as almas dos animais não refletem a imagem de Deus e muito provavelmente não sobrevivem à morte.

O dualismo apresenta duas correntes principais de argumentação: termos antropológicos bíblicos e o ensinamento bíblico sobre a vida após a morte.

1. Termos antropológicos do Antigo Testamento. Os termos antropológicos bíblicos exibem uma ampla variedade de significados, e por isso devemos nos preocupar em interpretar cada ocorrência em seu contexto. Os dois termos mais importantes do Antigo Testamento são nephesh (frequentemente traduzido como alma) e ruach (frequentemente traduzido como "espírito").
As vezes, nephesh se refere a Deus como um ser imaterial e transcendente, onde se concentram mente, vontade, emoções, etc. (Jó 23.13; Am 6.8). Isto se aplica, de maneira similar, aos humanos (Dt 6.5; 21.14; Pv 21.10;Is 26.9; Mc 7.1) e também se refere à entidade vital que torna todas as coisas vivas (Sm 30.3; 86.13; Pv 3.22). Finalmente, nephesh se refere ao centro continuado da identidade pessoal, que parte para a vida após a morte, depois do último suspiro (Gn 35.18; cf. 1Rs 17.21,22; Sl 16.10; 30.3; 49.15; 86.13; 139.8; Lm 1.1). A Bíblia fala regularmente de morte e ressurreição em termos de partida e do retorno da alma. Na realidade, o problema da necromancia, por toda a história de Israel (o costume de tentar se comunicar com os mortos no seol, confira Dt 18.9-14, 1Sm 28.7-25) parece pressupor a ideia de que as pessoas continuam a viver vidas conscientes depois da morte de seus corpos.
Ruach, palavra frequentemente traduzida como "espírito", às vezes significa um poder vital, que imbui alguma coisa, e a anima, e lhe dá vida e consciência. Assim, a ruach no homem é formada por Yahweh (Zc 12.1), se origina dele e retorna a Ele, sendo o que dá a vida ao homem (Jó 34.14). Em Ezequiel 37, deus toma ossos secos, reconstitui corpos humanos de carne, e então adiciona uma ruach a esses corpos, para torná-los pessoas vivas (Gn 2.7). Não existe ruach em ídolos físicos, e por isto eles não podem se levantar e ganhar consciência (Jr 10.14; Hc 2.19). Ruach também se refere a um ser independente, invisível, consciente, como quando deus emprega um espírito para realizar algum propósito (1Rs 22.21-23; 2Rs 19.7). Neste sentido, Yahwed é chamado de Deus dos espíritos de toda carne (Nm 27.16;cf. 16.22).  Aqui, "espírito" significa um ser individual e consciente, distinto do corpo. Além disto, ruach também se refere à sede de vários estados de consciência, incluindo a vontade (Dt 2.30; Sl 51.10-12; Jr 51.11), o pensamento (Is 29.24), a emoção (JZ 8.3; 1Rs 21.4), e  condição moral ou espiritual de uma pessoa (PV 18.14; Ec 7.8).

2. O que o Antigo Testamento diz sobre a vida após a morte. O Antigo Testamento retrata a sobrevivência individual depois da morte física, em uma forma desencarnada. Os mortos no seol são chamados rephaim. O ensino do Antigo Testamento sobre a vida após a morte é mais bem interpretado em termos de uma forma reduzida, embora consciente, de sobrevivência pessoal desencarnada, em um estado intermediário. Em primeiro lugar, o Antigo testamento comumente retrata a vida no seol como letárgica, inativa, e semelhante a um estado de coma inconsciente (Jó 3.13; Sl 88.10-12; 115.17,18; Ec 9.10; Is 38.18). Todavia, ele também descreve os mortos no seol como em meio a suas famílias, despertos e ativos (is 14.9,10). Em segundo lugar, as Escrituras hebraicas proíbem claramente a prática da necromancia (a tentativa de comunicação com os mortos - Lv 19.31; 20.6; Dt 18.11; 1Sm 28; Is 8.19 - versão NTLH). Em terceiro lugar, de acordo com o Antigo Testamento, a nephesh - uma pessoa consciente sem carne e sem ossos - parte para Deus na morte (SL 49.15).

3, Termos antropológicos do Novo Testamento. Várias passagens do Novo Testamento usam pneuma (espírito) ou psyche (alma) em um sentido dualista. Hebreus 12.23 se refere aos seres falecidos, mas existentes, na Jerusalém celestial, como "os espíritos dos justos aperfeiçoados". Apocalipse 6.9-11 se refere aos santos mortos como as "almas" dos mártires que estão em estado intermediário, esperando pela ressurreição final (20.5,6). Vários textos se referem à morte como "entregar o espírito" (Mt 27.50; Lc 23.46; 24.37; Jo 19.30). Mateus 10.28 diz, "não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo". Neste texto, psyche parece se referir claramente a algo que pode existir sem o corpo.

4. O ensinamento do Novo Testamento sobre o estado intermediário. Certas passagens do Novo Testamento parecem afirmar um estado intermediário e desencarnado entre a morte e a ressurreição final. Por exemplo, há a passagem da transfiguração (Mt 17.1-13), em que Elias (que nunca morreu) e Moisés (que tinha morrido) aparecem a Jesus. A maneira mais natural de interpretar este texto é com o entendimento de que Moisés e Elias continuavam a existir (Moisés não foi recriado para este evento), e foram tornados temporariamente visíveis. Assim, a passagem da transfiguração parece sugerir um estado intermediário e desencarnado.

Em Lucas 23.43, Jesus prometeu ao ladrão n cruz, " hoje estarás comigo no Paraíso". A palavra "hoje" deve ser interpretda no seu sentido natural, ou seja, significando que o homem estaria com Jesus naquele mesmo dia, no estado intermediário, depois de suas mortes.

Em 2 Coríntios 5.1-10, e Filipenses 1.21-24, Paulo se referiu a um estado posterior à morte, e anterior à ressurreição, em que as pessoas tem uma exist~encia consciente e desencarnada ("nua", "despida") na presença de Deus.

Em 2 coríntios 12.1-4, Paulo admitiu que, durante uma experiência visionária, ele não sabia se estava em seu corpo ou se estava temporariamente desencarnado. Como Paulo se considerava como alma/espírito unido a um corpo, o futuro estado desencarnado era uma possibilidade real para ele.


J P Moreland



segunda-feira, 5 de setembro de 2016


Filosofia moderna - Deus não está morto - Vince Vitale (Professor de Filosofia - Oxford)





sábado, 3 de setembro de 2016

criando raizes.





Estranhamente, algumas pessoas gostam da proteção da igreja ao mesmo tempo que se recusam a criar qualquer tipo de raiz. Deus, sim. Igreja, não. Elas gostam do benefício, mas resistem ao compromisso. A música, a mensagem, a consciência limpa - elas aceitam as vantagens da igreja. Assim, namoram com ela, visitam-na. Gostam de uma reunião ocasional. Elas usam a igreja. Mas compromisso com a igreja? Nem pensar. Precisam manter as opções em aberto. Não querem perder nenhuma oportunidade.

Sugiro que elas já estão perdendo. Distancie-se da igreja e você estará se distanciando da ferramenta aprovada para a promoção de Deus. Pois a igreja é o principal lugar para você fazer aquilo que sabe fazer melhor para a glória de Deus.

Max Lucado



sábado, 27 de agosto de 2016

"sentimentos..."





Sabe-se que pessoas justificam a estupidez com base em "sentimentos". Senti que Deus estava me conduzindo a trair minha esposa... a desconsiderar minhas contas... a mentir para o meu chefe...a flertar com minha vizinha casada". Tome nota disto: Deus não o levará a violar sua Palavra. Ele não contradiz seu próprio ensinamento. Cuidado com a frase "Deus me levou a...". Não brinque com isso. Não disfarce seu pecado como se fosse uma orientação de Deus.Ele não vai lavá-lo a mentir, trair ou ferir. Ele o guiará fielmente através das palavras das Escrituras e do conselho de seus fiéis.


Max Lucado - Deus está no controle.



sábado, 20 de agosto de 2016

!?





Quando se sentiu pronto,
faltava tanto, foi duro de encarar.
E quando se sentiu santo,
Um tapa bem na face te colocou no seu lugar.



Errando e Aprendendo  - Banda Resgate


 

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Imerso.







Escute.

Você não foi borrifado pelo perdão.

Você não foi salpicado pela graça.

Você não foi polvilhado pela bondade.

Você foi imerso nela.

Você está coberto pela misericórdia.

Você é um peixinho no oceano da misericórdia de Deus.

Deixe que ela o transforme!



Max Lucado



sábado, 13 de agosto de 2016

Inferno -- Reflexões




Inferno: conceito

Para responder a esta questão é necessário identificar o que significam os conceitos de Paraíso e Inferno. Estes não podem ser "locais" no sentido estrito do termo, pois são estados metafísicos, e portanto supra espaço e tempo. Estes estados se referem a uma condição de maior ou menos proximidade em relação a Deus. Na doutrina cristã, Paraíso é um estado consciente de Proximidade e União com Deus. Inferno é um estado consciente de distância e desunião com Ele.

Ora, se Deus é A Realidade, o SER, único que tem real existência, todos os outros existindo apenas na medida em que participem deste SER Absoluto(conceito cristão de Deus), segue-se que o Paraíso é um estado mais pleno de ser. O ente que se une conscientemente a Deus tem maior participação na Realidade Absoluta e é, então, mais pleno e real ele mesmo. O Paraíso nada mais é do que um estado de união com o Absoluto, e, portanto, um estado superior de existência(Daí: ”Vim para que tenham vida, e a tenham em abundância”).

O Inferno é o contrário disto, é um estado inferior de existência na medida em que é o grau da distância de um ente em relação ao SER.

Salvação da alma é um conceito que remete à idéia de união com o Absoluto. A alma está salva quando participa da Natureza Divina em máxima semelhança com Ela, podendo vivenciá-la sem intermediários.

Falta definir mais um conceito antes de entrar no assunto específico do tópico: O que os Patriarcas, que escreveram sobre a Justiça Divina considerando-a um atributo divino, queriam dizer com o termo?


 II: Justiça Divina em relação a Criação
Nos textos da Antiguidade Clássica e dos Patriarcas cristãos, bem como nos dos pensadores hebreus, a Justiça Divina tem, para além dos aspectos morais(que estão englobados na análise que eu vou fazer), os seguintes significados:

1)A Criação é um Cosmos, ou seja, Ordem. O caos indiferenciado e homogêneo é o contrário de criação, pois esta pressupõe uma multiplicidade de entes que interagem uns em relação aos outros em determinada forma organizacional. As metáforas utilizadas pelos antigos para falar a respeito da Criação eram as de um organismo. Um organismo é Uno em sua Totalidade, mas múltiplo devido a sua complexidade. Em um organismo, a ordenação de suas múltiplas partes têm de contribuir para a Unidade Total. Se não contribuírem, a unidade, ou seja, o organismo, entra em crise e morre. Em outras palavras, deixa de existir.

Ora, O Cosmos(a criação entendida em toda a sua totalidade e unidade espaço temporal, e não apenas atual) é também um organismo, cujas partes têm de contribuir para o seu sentido geral. Justiça é justamente a atividade ordenadora das diferentes partes do Cosmos, de modo que este se sustente no tempo e espaço, em vez de voltar ao Caos, ou seja, a fim de evitar que o Cosmos morra, ou que não cumpra seu sentido último, sua finalidade.

A Justiça de Deus é, então, uma atividade pela qual Ele, exercendo uma ordenação absolutamente correta das partes do organismo cósmico, sustenta a existência do mesmo de modo que este possa chegar ao seu fim, cumprir sua finalidade.

Este é o primeiro significado da Justiça Perfeita Divina: Aquela que impede que o Caos, o retorno a matéria indiferenciada(a matéria prima dos escolásticos), se implante devido a uma má ordenação das partes em relação ao Todo. Se Deus não ordenasse o Universo, o Cosmos não existiria, pois é esta atividade ordenadora, que mantém a diferenciação entre os entes, e a existência, portanto, de cada um deles e do Todo(Criação) do qual fazem parte.


III: A Justiça Divina é também Amor
A Justiça Divina é Perfeita porque sua atividade ordenadora é tal que impede um desequilíbrio entre as partes de modo que se instaure uma doença que leve o organismo cósmico à morte. Em outras palavras, a Justiça Divina mantém cada coisa em seu lugar, a fim de que elas(cada uma delas e a totalidade delas) possuam existência e que o Cosmos como um todo cumpra a finalidade para o qual ele existe.

Este é um ponto que considero muito importante: A Justiça de Deus não está, então, separada de Seu amor(o que é óbvio: todos os atributos de Deus são, na verdade, um só, já que a Essência Divina é absolutamente simples e Una): O exercício de Justiça garante a existência de cada ser.

IV: A Justiça aplicada ao indivíduo
2)O segundo significado de Justiça não é diferente deste primeiro, mas apenas sua aplicação a nível individual. Neste caso, a Justiça é a atividade Divina que mantém cada ente em uma correta relação com o Todo. É a atividade que não permite que um ente introduza, por sua ação, um desequilíbrio tal que afete o Cosmos, comprometendo a sua existência.
No caso de seres com livre arbítrio, a Justiça atua de forma tal que, apesar(e por meio) do exercício da liberdade, seja qual for a escolha singular que daí advenha, esta seja sempre reequilibrada, ou não deixe de estar harmonizada, em relação ao Todo final e seu sentido último.


Se Deus permitisse que a ação de uma parte comprometesse a existência de outras, Sua Justiça não seria Perfeita, pois sua atividade ordenadora teria sido vencida pelo caos gerado por tão somente uma parte.

Ao mesmo tempo, Ele ordena as consequências desta escolha atuando sobre o ser que a realizou de modo que ele ganhe um novo lugar, uma nova posição, no ordenamento geral das coisas. Ou seja, uma nova posição no Cosmos.

Em virtude de suas próprias escolhas, e da atividade ordenadora de Deus (Justiça), cada ser com livre arbítrio decide sua própria posição, seu próprio lugar atual, no Todo da Criação. Assim a Justiça é cumprida tanto a nível individual quanto a nível Cósmico, ou total.Cada ser com livre arbítrio decide sua posição no ordenamento geral do Cosmos. Ao mesmo tempo o Cosmos não tem sua existência comprometida, pois continua ordenado de modo que possa cumprir o fim pelo qual foi criado. Deus é então Justo. Mais ainda: Perfeitamente Justo.

A Justiça de Deus é, então, Amor, ao mesmo tempo que dá ao homem a liberdade para se utilizar deste amor gratuitamente oferecido do modo como quiser.

Vou abordar agora o tema específico do tópico, a questão da Justiça do Inferno:


V: o limitado não pode conhecer o Absoluto
Aplicando o conceito de Justiça, pelo qual um ser com livre arbítrio escolhe sua própria posição no ordenamento geral da criação, vou tentar responder a questão se não há o caso de um homem, por seus próprios méritos, realizar sua salvação – a união consciente com o Absoluto em máxima semelhança com Ele.

Vou então abordar a Justiça do Inferno por meio da avaliação da possível Justiça do seu estado oposto, ou seja, o Paraíso.

Em outras palavras: um homem, poderia, por meio da obediência à Justiça Divina, e através mesmo dela, alcançar a posição, ou o estado, de união com o Absoluto em máxima semelhança com Ele(Salvação da Alma)?

Sendo Deus Absoluto e Infinito, como um ente pode alcançá-lo e unir-se a Ele sem intermediários de qualquer espécie? Pode o homem alcançar o Absoluto? Ora, o homem é um ser limitado(ou, dizendo teologicamente, pecador).Daí se conclui que se algum homem alcançar, por seus próprios méritos, o Absoluto, este não é realmente Absoluto, pois pode ser alcançado (há diversas formas teológicas de se afirmar isto, enfatizando o aspecto moral: Se um pecador enquanto tal fosse admitido no Paraíso isto violaria a Santidade de Deus - o limitado não pode alcançar o Ilimitado).

O Absoluto, por sua própria Natureza, é Ilimitado. Como um homem poderia romper sozinho as suas limitações de ser criado e cósmico e se unir ao Ilimitado? Se por mais infinita que for a existência de uma alma algo nela faltar para que ela se una ao Infinito e Ilimitado, este algo, em virtude do próprio conceito de Absoluto, será sempre um infinito. Um ser limitado, por mais que acresça e some a si mesmo, jamais alcançará o Ilimitado. Da mesma forma, uma soma de finitos, não pode dar por resultado o Infinito, pois este é ausência de finitude, e não a totalidade dos finitos.


VI: O Inferno é Justo
Nenhum ser humano tem, em si próprio, capacidade de romper a barreira de suas limitações e vivenciar diretamente a Realidade Última (salvação da alma). Os seres humanos não podem, em virtude de suas imperfeições, atingir o estado necessário para alcançarem a natureza íntima do SER, participando dela, e realizando em si a Vida Eterna(dizendo teologicamente, nenhum de nós tem capacidade ou mérito para "ver Deus face a face")

A conclusão é: Não é possível apenas pelo rigoroso cumprimento da Justiça a união com o Absoluto.

É injusto então que os homens não se salvem? Não, pelo contrario! A não união com o Absoluto advém da rigorosa aplicação da Justiça Divina. Por isto mesmo é justo que ninguém se salve, ou seja, que ninguém se una com o Absoluto.

Ninguém pode ir ao Absoluto pela aplicação da Justiça, ou dizendo em termos teológicos, ninguém pode por méritos próprios vivenciar o Paraíso, e ver Deus face a face.Pela rigorosa aplicação da Justiça Perfeita, estamos todos "condenados" a não participarmos conscientemente de Deus e, portanto, permanecermos em um estado inferior de existência, desprovidos de vida plena. E tudo que não é plenitude de vida é, em alguma medida, morte e impermanência.

Resta uma última pergunta: Deus nos criou sem condições de vivenciá-lo diretamente?


VII: O Homem é Livre
A resposta cristã é não: A Queda, por meio da qual o homem se afastou de Deus, se deu por livre arbítrio humano. Além disto, pode ser suplantada também pela aplicação desta mesma liberdade. Mas não por meio da Justiça tão somente (entendendo este conceito de maneira analítica), e sim pelo da Graça. Mas isto é outro papo.

Concluindo: O inferno, estado metafísico possível do homem após a morte, é absolutamente justo. Não é um ato de crueldade, muito pelo contrário: é também um ato de amor.

A Justiça Divina ordena os entes que se recusam a vivenciá-lo de maneira consciente em um estado condizente com esta escolha.

Mantém a existência dos entes que se recusaram a participar conscientemente do SER, o único subsistente por Si mesmo, e sem o qual nada tem real existência: Logo após o Juízo Final, cada ser deste, mesmo não participando dos "Novos Céus e Nova Terra", continuará a existir já que Deus está presente, por meio de Sua Justiça, tb no Inferno.(ou seja, aqueles que condenam a si mesmos não retornam ao nada).                
E, sendo eu sim um pouquinho cruel: Deus dá a cada homem a oportunidade de se livrarem da consciência da Presença do próprio Deus, eternamente. E tem gente que ainda diz que Ele é tirano. Muito pelo contrário :)



                                                                                   Por André Luiz Dos Reis em Pão Vinho.





quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Genialidade da graça.




A confiança de Deus nos deixa ansiosos para fazer o que é certo. Essa é a genialidade da graça. A lei pode nos mostrar onde estamos errando, mas não pode nos deixar ansiosos para fazer o que é certo. A graça pode.


Max Lucado