sábado, 9 de junho de 2018

"eu creio em Deus, mas..." (ensaio 1)




"eu creio em Deus, mas creio num Deus do meu jeito sabe... eu sei que Ele cuida de mim e tento ser bom. É isso."


Ouvi está frase em um pequeno grupo de colegas, em meio a um debate sobre A existência de Deus. 


Algumas considerações: inicialmente, parafraseando Agostinho, se você crê em um Deus que satisfaça as tuas condições ou as tuas vontades, não é em um Deus que você acredita mas em você mesmo, seja de maneira inconsciente ou não. Um deus, e aqui não estou me referindo ainda ao Deus cristão, que esteja ao seu dispor e diga somente o que você quer ouvir, está mais para um deus mitológico do que para um Deus real, algo que satisfaça o senso de moral mas que não interfira de maneira alguma em sua vontade... enfim é algo que você criou apenas para sentir-se moralmente bem, ainda que esse conceito de moral também seja algo que você mesmo definiu.

Bem, criar um deus que satisfaça a necessidade individual não é uma novidade, mas tem aumentado exponencialmente nesses tempos de pós-modernismo, onde o relativismo é frontalmente contra a ideia de verdade objetiva, principalmente se for uma verdade "moral". No entanto, embora esse conceito satisfaça o fator emocional, ele é ilógico e perigoso.

Onipotência, onisciência e onipresença, três princípios básicos para Deus. Se não tiver todo conhecimento é limitado, portanto não é Deus. Seguindo o mesmo raciocínio ser onipresente é indispensável, pois não seria lógico um deus que tem todo conhecimento não estar, de alguma maneira, "presente" em todos os lugares (é, não ficaria bem ter que marcar hora com um deus). Onipotência, ora, é um deus então seu poder é logicamente ilimitado. Não é o que desejamos ou imaginamos, é uma entidade divina, que embora deseje o nosso bem (sim, um deus deseja o bem da humanidade) tem seus princípios e objetivos, e esses princípios e objetivos não vão satisfazer nossas crenças ou vontades, afinal, é Deus não um reflexo de nosso ego. Ok, então a sua conclusão é que você não crê em Deus. Mas, se você admite que Deus não existe, então seus princípios morais são relativos, são frutos do que você crê que é certo, mas, e sempre há um mas, Hitler acreditava que estava certo, e então? O filósofo Ravi Zacharias fala sobre esse ponto com maestria:







jairtomaz@olheparaacruz.com.br





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