sábado, 5 de outubro de 2019

@quem está disposto?

"Tenho, porém, um batismo com o qual hei de ser batizado; e quanto me angustio até que o mesmo se realize". O batismo, na bíblia, é sempre figura de morte e ressureição. No novo testamento há menção de quatro tipos de batismo.

Primeiro, há o batismo nas águas, quando somos separados de Satanás, do pecado e da morte. essas três realidades são como que "afogadas" nas águas batismais (ver 1 Coríntios 10.1, 2), e nós nos erguemos para uma vida nova com Deus.

Há também o batismo com o Espírito Santo. Nele morrem nossa força e capacidade próprias, e o Senhor passa a ser nossa fonte de poder. Aqui também observa-se morte e ressurreição.

O terceiro tipo de batismo é o do fogo, em que muitas velharias de nossa vida são destruídas para que a nova existência em cristo se desenvolva.

E, finalmente, em Lucas 12.50, Jesus fala de um batismo de sofrimento e morte, que também poderíamos denominar "batismo de sangue". "Tenho, porém, um batismo com o qual hei de ser batizado", declarou o Senhor e, ao fazê-lo, seus olhos estavam voltados para a cruz. Esse batismo representa a morte de nossa produtividade. depois que somos submetidos a ele, não produzimos mais nada de nós mesmos. Jesus disse: "Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, produz muito fruto". Morte e ressurreição. E foi contemplando o batismo de sofrimento, esse ato de dar tudo para servir os outros e sofrer por eles, que Jesus disse: "E quanto me angustio até que o mesmo se realize".

Enquanto não passarmos pelo batismo de sofrimento e morte, nossa capacidade de produção será muito limitada. Enquanto nossa vida não for crucificada, não haverá fruto. Isso não faz sentido para nós e nosso raciocínio, mas é o método de Deus. Será que podemos exclamar como Jesus: "Como eu me angustio até que minha vida seja apagada, a fim de que a energia divina comece a desenvolver-se em mim e a alcançar os outros, por meu intermédio"?

Estaremos dispostos a morrer para os privilégios, conforto, interesses pessoais, a fim de que nossos semelhantes possam obter vida eterna? O apóstolo Paulo diz o seguinte em 2 Coríntios 4.12: "De modo que em nós opera a morte; mas em vós, a vida". Quando renunciamos cabalmente nossos próprios interesses e privilégios, tal ato se constitui no ponto de partida para que a vida eterna brote em outra pessoa.

O grande líder do reavivamento galês de 1905 e 1906, Evan Roberts, foi designado por Deus para ser o principal porta-voz do Senhor, naquele evento. Quando ele compreendeu isso, saiu de casa e dirigiu-se para o campo, onde passou a noite toda, em prantos. Sabia que daí em diante seus privilégios seriam sacrificados. Sua vida teria que ser submetida a Deus, por causa do avivamento. Mas que vitalidade espiritual resultou daquele despertamento - vitalidade ainda hoje sentida na Igreja. E tudo por que um homem se dispôs a receber o batismo de morte.

Muitos anos depois, indagaram a Evan Roberts: "Será que nós ainda veremos outro avivamento como o galês?" E ele respondeu com uma pergunta: "Quem está disposto a pagar o preço?"

Foi o que Cristo quis dizer quando afirmou "Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me". Significa seguir seu exemplo de renúncia a todos os privilégios, ao emprego do tempo, aos prazeres mesquinhos, a fim de que outrem possa receber vida eterna.

Enquanto cada igreja cristã não se submeter a esse tipo de morte, a vida verdadeira não brotará dela. Se os membros de uma congregação ou grupo cristão, por menor que seja, estiverem dispostos a morrer para seus privilégios, esse grupo poderá abalar o mundo. Se cada crente que o compõe disser: "Meu tempo não me pertence, nem meu dinheiro, nem meus privilégios, nem minha família; estou nas mãos de Deus, do mesmo modo como Jesus estava, quando tomou a cruz". Essa célula cristã convulsionará o mundo.

A mente renovada - Larry Christenson



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