quarta-feira, 31 de maio de 2023

#psiquiatria e a esquerda - como destruir vidas por uma utopia

Todos os dias atendo amargurado crianças, púberes, adolescentes, que não são deficientes intelectuais graves, mas não conseguem acompanhar uma escola normal.

Infelizmente o Brasil acabou com as escolas especiais, a partir da tese de que não existem doenças psiquiátricas cerebrais que afetam a aprendizagem. Acabou com as que existiam e faz de tudo para sufocar as que querem existir. Para a turma do esquerdismo, estatismo, ou da antipsiquiatria, se a criança tem algum problema de aprendizagem, o problema é da família ou é da escola. Então há centenas de milhares de crianças e adolescentes que não conseguem ter rendimento na escola, mas ao mesmo, tempo tem uma capacidade pedagógica a ser desenvolvida (não são deficientes cognitivos sérios apenas treináveis, são educáveis). Ou seja , são crianças que se beneficiariam de atendimentos pedagógicos especializados ou feitos na medida para eles (p.ex., deixando de lado matemática formal, geografia, historia, biologia, etc, seriação regular, e focando apenas em habilidades lexicográficas e do cálculo elementar). A partir de experiências na França, (centros medicopsicopedagogicos - CMPP) eu tive um sonho de montar uma instituição para esse tipo de atendimento, uma escolinha com apoio médico-psiquiátrico intensivo, mas sinceramente estamos prestes a jogar a toalha. Vejam bem, nós montamos essa instituição, recebemos uma renda aproximada de 120.000 ao mês (sobretudo convênios), nesse ultimo mês, mas ,só de impostos ,eu tive de pagar 54.000. Ou seja não temos condição de bancar a instituição ,aluguel, pessoal ,impostos, etc. O governo simplesmente não deixa, não facilita em nada esse tipo de iniciativa. Cobra impostos e exigências como se fosse de um bordel. Donde provavelmente estaremos fechando essa unidade médicopedagógica. É uma pena porque no Brasil de hoje essas crianças ficam simplesmente sem aprender nada e também não aprendem a trabalhar, esperando um resultado pedagógico que não virá do ensino normal. E aí, quando chegar aos seus 25, 30 anos vão para as ruas, para as drogas ou ficam em casa vendo televisão, jogando videogame, trocando o dia pela noite, engordando, tomando café e coca-cola. Essa é a situação atual do nosso país.
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Marcelo Caixeta, médico psiquiatra infantil


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