Posso imaginar alguém dizendo que não gosta da minha idéia de céu como um lugar em que levamos tapinhas nas costas. Por trás desse não gostar, no entanto, esconde-se um orgulhoso mal-entendido. No fim, essa Face que é o prazer ou o terror do universo deverá virar-se para cada um de nós com uma expressão ou outra, conferindo glória inexprimível ou infligindo vergonha que jamais será curada nem disfarçada. Li outro dia num periódico que o essencial é o que achamos de Deus. Pelo amor desse mesmo Deus, não é nada disso! O que Deus pensa de nós não só é mais importante, mas infinitamente mais importante. Na verdade, o que pensamos dele não tem importância alguma a não ser na medida que tenha a ver com o que Ele pensa a nosso respeito, está escrito que nós nos “apresentaremos diante” dele, mostraremos a ele, seremos inspecionados por Ele. A promessa de glória é a promessa, quase incrível e somente possível pela obra de Cristo, de que alguns de nós, qualquer um de nós que realmente escolhe, verdadeiramente sobreviverão a esse exame, encontrarão, aprovarão, agradecerão a Deus. Agradar a Deus... ser um verdadeiro ingrediente da alegria divina... ser amado por Deus, não simplesmente digno de pena, mas ser usufruído como a obra em que o artista se deleita, ou um pai no filho – isso parece impossível, é um peso da glória, ou ônus, que nossos pensamentos mal podem suportar. Mas é isso.
C S Lewis – O peso da glória – pág. 42 – editora Vida
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