segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Chorar com os que choram... - Releituras

   Essa é uma Releitura q vale a pena... em um mundo maluco, onde o egoismo impera, é comovente a lição que as crianças nos dão. Leia e reflita!




          Chorar com os que choram

Romanos 12.15 Alegrem-se com os que se alegram; chorem com os que choram


Lendo o livro “Segredos do Coração do Homem” li este texto, e percebi que poucas vezes vi um exemplo tão claro do significado de Romanos 12. Leiam e comprovem...

“Sexta-feira à noite... meu filho de oito anos veio me perguntar o que é câncer. Nesse ponto, minha Enciclopédia Britânica valeu dez vezes o que paguei por ela. Sentei o garoto ao meu lado, li e expliquei para ele o verbete, e várias vezes perguntei por que desejava saber. Não quis me dizer. Fechei o livro e disse que só continuaria se ele me dissesse por quê.
Então ele me informou que um colega da escola, que faltara na aula várias semanas, estava com câncer. Contou também que os companheiros zombavam dele, porque havia perdido o cabelo. Aí acrescentou que ele e outro coleguinha estavam procurando ser atenciosos com o menino, visto que era amigo deles. E juntos decidiram fazer algo que pusesse fim a gozação da turma.
Quando perguntei o que pretendiam fazer, respondeu que queriam rapar a cabeça, para ficarem parecidos com o amigo que tinha câncer. Fiquei tão emocionado com essa demonstração de solidariedade, que no mesmo instante liguei para a mãe do outro garoto. Ela acabara de ter a mesma conversa com seu filho.
Sábado de manhã nos encontramos no barbeiro e mandamos rapar a cabeça dos dois. Hoje de manhã eu e a mãe do outro menino recebemos telefonemas de pessoas elogiando nossos filhos pelo elevado gesto de abnegação que tiveram para com outra criança. Ambos seriam recompensados por esse verdadeiro ato de bravura nas cerimônias de final de ano.”

Texto extraído do livro “Segredos do Coração do homem” – Gordon MacDonald – págs. 150 e 151

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

É necessário passar por "ela"...





Eu vou passar pela cruz

PG

Não quero ir por atalhos
Quero seguir o caminho
Que tu preparastes pra mim, senhor
Quero agradar o teu coração
Te obedecer é sempre o melhor
Não quero ter tuas bênçãos
Sem antes passar pela cruz

Eu vou passar pela cruz
E me quebrantar
Vou passar pela cruz
E me arrepender
Vou passar pela cruz
Que ainda está manchada de sangue
Por tanto me amar
Vou passar pela cruz
E nela me ver
Vou passar pela cruz
E erguer um altar
Onde a oferta sou eu
Crucifico o meu eu
Te agradeço, oh, Jesus
Pela cruz

Fui comprado na cruz
Gerado na cruz
Redimido na cruz
Restaurado na cruz
Fui comprado na cruz
Restaurado na cruz


quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Somente para quem tem fraquezas a vencer.



Se você se inclui na lista daqueles que tem fraquezas não desanime. Deus está trabalhando em você. Ele não terminou o trabalho ainda. Mais importante do que não ter fraqueza alguma é estar crescendo e sendo trabalhado por Deus. Se você se concentrar em suas fraquezas, pecados e erros você ficará desanimado, sentindo-se culpado e condenado por Deus. Não! Faça diferente hoje. Concentre-se no fato de que em Cristo você já é aprovado e justificado por Deus. É isto que significa vestir a couraça da justiça. Se revestir pela fé do fato de que Deus já justificou e aprovou você. Nada pode mudar este fato que foi consumado na Cruz. Somente quando você vê a si mesmo pela fé como aprovado, perdoado e justificado em Cristo e faz deste status a sua identidade é que você poderá, também pela fé, viver a altura de tal identidade. No mundo você primeiro trabalha e depois descansa. No evangelho só quem descansa na Graça que concede o selo da aprovação de Deus é capaz de trabalhar vivendo para Deus. Dois extremos devem ser evitados quando se fala de fraquezas. O primeiro é ter uma atitude negligente e acomodada de quem não quer crescer. "Meu temperamento é explosivo, não há nada que eu possa fazer. Vou ser sempre assim." A outra é viver em constante estado de culpa e condenação. Não! Você precisa ter uma atitude diferente.


Não pense que você precisa viver em estado de condenação enquanto Deus está trabalhando e mudando você. Falou o que não devia? Peça perdão a Deus, aceite o perdão e siga em frente. A vida é curta demais para ficar se lamentando por dias, meses ou anos cada vez que se comete um erro. A Bíblia diz que não há mais nenhuma condenação para quem está em Cristo Jesus (Rom 8:1). Se Deus não condena você, por que ficar se condenando numa tentativa carnal de se punir pelo erro cometido. O preço já foi pago na Cruz. Está consumado. Deus sabia o tempo todo que teríamos fraquezas. É nas nossas fraquezas que o poder de Deus se aperfeiçoa. Se você não tivesse fraquezas nem precisaria de Deus. Por favor não use tal liberdade para dar ocasião à carne permanecendo como está. Muitos podem assim fazer. Mas por outro lado muitas vezes nos condenamos tanto nos concentrando nos nossos pontos fracos que o Inimigo nem precisa se dar ao trabalho de nos acusar. Pare com isso hoje! Você é filho ou filha do Deus Altíssimo. Deus vê você como filho aprovado. Uma jovem me disse recentemente: "Paulo, Deus deve estar cansado de mim, cometí o mesmo erro de novo. Você não acha que Ele se cansa de me ouvir tantas vezes pedir perdão pela mesma coisa?" Eu disse: "Não! Para Ele é como se fosse a primeira vez. As outras vezes Ele não somente perdoou mas também esqueceu, Ele nem ao menos se lembra mais." E você? Porque não para de remoer o que Deus já esqueceu? "Paulo - você diz - Cuidado! Você está exagerando a Graça de Deus!!!" Não meu amigo! Isso seria impossível. Quem me dera poder expressar pelo menos um pequeno fragmento da Infinita Graça do Pai. "Paulo, você falando assim está dando permissão para as pessoas pecarem!!!" Meu amigo, minha experiência pastoral me diz que quem deseja pecar não precisa de permissão. Quem quer peca e pronto! Nem todo o rigor da Lei de Moisés conseguiu mudar o coração do ser humano. Mas há algo no meu coração, a Graça do Pai, que me permite fazer o que eu quiser mas antes mudou o meu querer. O meu querer é viver uma vida que agrade a Deus! Só quem nunca experimentou esta Graça é que precisa de normas e regulamentos. Precisa o controle e rigor da igreja, precisa o pastor-detetive vigiando para se manter na linha. Chega de religião externa. Venha para o Evangelho que lhe dá liberdade de fazer o que quiser mas antes muda o seu querer. Este é o único caminho para superar as fraquezas de dentro para fora.


Paulo Costa

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Comer Fugu...


Fugu, nada mais é que o nome oriental para o nosso simpático baiacu, aquele conhecido peixe com capacidade para inflar e desinflar como uma bola.
Trata-se de uma iguaria muito apreciada em vários lugares, mas especialmente no Japão.

O problema com o Fugu, é que além de saboroso, ele também é dotado de um veneno humanamente letal, presente em sua pele e alguns órgãos internos. Por isso, apenas chefs credenciado estão autorizados a preparar o Fugu.

O veneno do Fugu causa uma morte lenta e dolorosa pela paralisa os músculos, mantendo a pessoa em consciência enquanto morre por asfixia.
Morrer por ingestão de Fugu é uma possibilidade concreta, como comprovam as estatísticas anuais dando conta de vítimas desta causa.
Nada disso, porém, impede que pratos com sua saborosa carne continuem sendo preparados e apreciados cada vez mais.

Eu penso que certas práticas do nosso dia-a-dia se comparam a comer Fugu.
Para desfrutar do útil, belo e agradável disponível, algumas vezes é preciso incorrer em um risco até mesmo fatal.
Habilidade e destreza ajudam a minimizar o risco, mas não o eliminam. Ele está sempre presente e o limite para ele é bastante tênue.

Um campo em que isso se torna muito evidente para mim é o cultural. Entenda-se aí como cultura toda informação que chega até nós a cada dia pela imprensa, publicidade, artes e entretenimento, por canais mais variados de mídia, em doses cada vez maiores. Informação trabalhada com técnicas cada vez eficazes em formar opiniões, moldar carácteres e influenciar o comportamento das pessoas.
A cultura, evidentemente, pode ter coisas positivas a oferecer, porém, não deveria ser simplesmente assimilada da forma como é oferecida, em estado bruto, mas considerada, analisada e devidamente selecionada antes de ser consumida, como se faz com o Fugu. Somos criteriosos com a comida que compramos no mercado, com a escola que nossos filhos frequentam, com as pessoas que visitam nossa casa, mas aquilo que entra nela com o rótulo de cultura nem sempre passa por algum critério de seleção e acaba sendo assimilado de forma sutil e, não raro, automática.

A cultura em que estamos imersos – e na qual a oferta de informação é um aspecto cada vez mais relevante – pode ter uma influência grande ou pequena, um peso maior ou menor, dependendo da pessoa e do contexto particular de cada um, mas a única coisa que não se pode negar é que ela nos afeta.
Acreditar no contrário é uma grande ingenuidade. E a diferença entre uma iguaria e um veneno pode ser tão sutil quanto fatal.

Fonte: www.outramente.org

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

... e eu neles esteja.



Jesus ora por todos os crentes

"Minha oração não é apenas por eles. Rogo também por aqueles que crerão em mim, por meio da mensagem deles,para que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.

Dei-lhes a glória que me deste, para que eles sejam um, assim como nós somos um:
eu neles e tu em mim. Que eles sejam levados à plena unidade, para que o mundo saiba que tu me enviaste, e os amaste como igualmente me amaste."

"Pai, quero que os que me deste estejam comigo onde eu estou e vejam a minha glória, a glória que me deste porque me amaste antes da criação do mundo."
"Pai justo, embora o mundo não te conheça, eu te conheço, e estes sabem que me enviaste.

Eu os fiz conhecer o teu nome, e continuarei a fazê-lo, a fim de que o amor que tens por mim esteja neles, e eu neles esteja."

João 17

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

... santificados pela verdade.



Jesus ora por seus discípulos

"Eu revelei teu nome àqueles que do mundo me deste. Eles eram teus; tu os deste a mim, e eles tem obedecido à tua palavra.

Agora eles sabem que tudo o que me deste vem de ti.

Pois eu lhes transmiti as palavras que me deste, e eles a aceitaram. Eles reconheceram de fato que vim de ti e creram que me enviaste.

Eu rogo por eles. Não estou rogando pelo mundo, mas por aqueles que me deste, pois são teus.

Tudo o que tenho é teu, e tudo o que tens é meu. E eu tenho sido glorificado por meio deles.

Não ficarei mais no mundo, mas eles ainda estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, protege-os em teu nome, o nome que me deste, para que sejam um, assim como somos um.

Enquanto estava com eles, eu os protegi e os guardei no nome que me deste. Nenhum deles se perdeu, a não ser aquele que estava destinado à perdição, para que se cumprisse a escritura."

"Agora vou para ti, mas digo estas coisas enquanto ainda estou no mundo, para que eles tenham a plenitude da minha alegria.

Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, pois eles não são do mundo, como eu também não sou.

Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.

Assim como me enviaste ao mundo, eu os enviei ao mundo.

Em favor deles eu me santifico, para que também eles sejam santificados pela verdade."


João 17

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

...antes que o mundo existisse.



Jesus ora por Si Mesmo

Depois de dizer isso, Jesus olhou para o céu e orou:

"Pai, chegou a hora. Glorifica o teu Filho, para que o teu filho te glorifique.

Pois lhe deste autoridade sobre toda a humanidade, para que conceda a vida eterna a todos os que lhe deste. Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.

Eu te glorifiquei na terra, completando a obra que me deste para fazer.

E agora, Pai, glorifica-me junto a ti, com a glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse."




João 17

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

... sou eu!



Jesus estava no jardim do Getsêmani, orando com os discípulos. Enquanto oravam, a quietude da noite foi rompida pelas vozes iradas dos homens que se aproximavam.

O som ficava cada vez mais forte. Judas estava guiando os guardas dos principais sacerdotes e fariseus, que se aproximam rapidamente de Jesus e os discípulos. Tochas e lâmpadas iluminavam o céu.

Imagine que você estivesse ali, entre os discípulos. Jesus levanta-se e calmamente se aproxima dos soldados. Olha-os diretamente nos olhos e pergunta: "A quem vocês estão procurando?" (v. 4). E eles responderam: "A Jesus de Nazaré" (v. 5).

O mestre não foge. Permanece ali, encarando os inimigos, convicto do que estava fazendo. Ele sabia que era o Filho de Deus e que o Espírito do Deus Todo-poderoso estava nele.

Ele enfrenta os inimigos sabendo que Deus o designara como o nosso grande Sumo Sacerdote: Jesus estava ali sabendo que Deus o comissionara e enviara ao mundo e que era a vontade do Pai que o Filho sofresse e enfrentasse a morte na cruz.

Sem hesitação, Jesus declara, com voz firme: "Sou eu".
Ele sabe exatamente quem é. Em suma, está dizendo:

"Sou eu, o Alfa e o Ômega!"

"Sou eu, a Palavra Viva!"

"Sou eu, o Criador dos céus e da terra!"

"Sou eu, o Messias prometido!"

Há tanto poder de deus em suas palavras que os que vieram prendê-lo caem ao chão, prostados pelo poder das palavras de Cristo (v. 6).

Pedro então toma a espada e corta a orelha de um dos servos do sumo sacerdote. Jesus, porém o repreende: "Guarde a espada! Pois todos os que empunham a espada, pela espada morrerão. Você acha que eu não posso pedir a meu Pai, e ele não colocaria imediatamente à minha disposição mais de doze legiões de anjos? Como então se cumpririam as Escrituras que dizem que as coisas deveriam acontecer desta forma? [...] Mas tudo isso aconteceu para que se cumprissem as Escrituras dos profetas" (Mt 26.52-54,56).

Pedro não compreende que Jesus não precisa de ninguém que o defenda. Não é uma batalha entre carne e sangue, e sim um conflito entre os poderes de Deus e os de Satanás, a apenas a obediência plena de cristo ao chamado do Pai poderá derrotar o Diabo.







Fonte: Bíblia de Estudo - Editora Central Gospel

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

...pela fé. (parte final)


A Salvação pela Fé (Cont.)
por
John Wesley


“Pela graça sois salvos, mediante a fé” (Ef 2,8).


A primeira objeção dada a isso é:

Pregar salvação ou justificação só pela fé é pregar contra a santidade e as boas obras. Podemos dar uma breve resposta: seria certo se nós falássemos, como fazem alguns, de fé separada. Nós, porém, não falamos de uma fé, mas de uma fé que necessariamente produz todas as obras e toda a santidade.

Pode ser útil, porém, examinar essa objeção mais a fundo, especialmente, por não ser nova, mas antes, tão velha como a época de São Paulo, pois, então, perguntou-se: “Anulamos a lei pela fé?”. Respondemos, primeiramente, que todos os que não pregam fé anulam a lei. Fazem-no direta e grosseiramente, por limitações e comentários que corroem todo o espírito do texto, ou indiretamente, por não apontar o único meio pelo qual é possível cumprir a lei. Em segundo lugar, confirmamos a lei, tanto por mostrar a sua plena extensão e sentido espiritual, quanto por chamar a todos para aquele caminho da vida, “a fim de que a justiça da lei seja cumprida neles”. Estes, enquanto confiam somente no sangue de Cristo, usam todas as ordenanças que se estabeleceu; praticam todas as ”boas obras que ele de antemão preparou para que andássemos nelas” e gozam e manifestam todos os sentimentos santos e celestiais, ou seja, o “sentimento que houve em Cristo Jesus”.

Contudo, a pregação da fé não conduz as pessoas ao orgulho? Respondemos que, acidentalmente, isso pode acontecer. Todo o crente deve ser seriamente advertido pelas palavras do grande apóstolo Paulo: “por causa da sua incredulidade, os primeiros ramos foram quebrados, tu, mas mediante a fé, estás firme. Não te ensoberbas, mas teme. Porque se Deus não poupou os ramos naturais, também não te pouparás. Considerai a bondade e a severidade de Deus! Para os que caíram, a severidade, mas para contigo, a bondade de Deus se nele permaneceres; de outra sorte também tu serás cortado”. Enquanto ela permanece na fé, lembrará as palavras de São Paulo, provendo a resposta a essa própria objeção: “Onde, pois, a jactância? Foi de toda excluída. Por que lei? Das obras? Não, pelo contrário, pela lei da fé”. Se o homem fosse justificado pelas suas obras, ele teria algo de se gloriar, mas não há glória para aquele “que não trabalha”, porém crê naquele que justifica ao ímpio. As palavras que procedem e seguem ao texto tendem na mesma direção: “Mas Deus, sendo rico em misericórdia, mesmo estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo (pela graça sois salvos) para mostrar a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, mediante a fé, e isso não vem de vós, é Dom de Deus”. De vocês mesmos não vêm nem a sua fé e nem sua salvação: “É Dom de Deus", é livre e imerecida dádiva, a fé mediante a qual são salvos, bem como a salvação, que ele, da sua própria vontade, por mero favor, acrescenta a ela. O fato de vocês crerem é um exemplo de sua graça; que tendo crido são salvos, é outro. “Não de obras para que ninguém se glorie”, porque todas as nossas obras, toda a nossa justiça, que existiam antes de crermos, não mereciam nada de Deus senão a condenação; tão longe estavam de merecer a fé, que, portanto, quando dada, não procede “das obras”. A salvação não vem das obras que fazemos quando cremos, pois é “Deus quem opera em nós”. E, portanto, o fato de ele nos dar galardão pelo que ele próprio opera só exalta a riqueza da sua misericórdia e não deixa a nós coisa alguma de que possamos gloriar.

No entanto, o falar assim da misericórdia de Deus, salvando ou justificando livremente só pela fé, não encoraja pessoas a pecarem? Sem dúvida, pode fazer isso e o fará: muitos “permanecerão no pecado para que abunde a graça”, mas seu sangue estará sobre sua própria cabeça. A bondade de Deus deveria conduzi-lo ao arrependimento e assim o conduzirá os sinceros de coração. Sabendo que ainda existe com ele perdão, clamarão para que ele apague também seus pecados e pela fé em Jesus. E, se sinceramente clamam e nunca esmorecem; se o procurarem em todos os meios que ele apontou, se recusarem a serem confortados até que ele venha, “ele virá e não tardará”. E ele poderá fazer muito trabalho em curto espaço de tempo.

Muitos são os exemplos no livro de Atos dos Apóstolos em que Deus produz essa fé nos corações humanos tão rapidamente como um relâmpago que cai do céu. Assim, na mesma hora que Paulo e Silas começaram a pregar, o carcereiro se arrependeu, creu e foi batizado. Como também os foram os três mil, por São Pedro, no dia de Pentecostes. Todos os quais tendo se arrependido e crido à sua pregação. Graças a Deus, hoje ainda existem muitas provas vivas que Deus ainda é “poderoso para salvar”.

A mesma verdade sobre uma outra ótica, uma objeção contrária é levantada: “Se alguém não pode ser salvo por todos os seus atos, isso o levará ao desespero”. É verdade, isso o levará ao desespero de ser salvo pelas próprias obras, méritos ou justiça. E deve fazê-lo, pois ninguém poderá confiar nos méritos de Cristo, sem que totalmente renuncie os seus próprios. Aquele que “procura estabelecer a sua própria justiça” não pode receber a justiça de Deus. A justiça que é pela fé não lhe pode ser dada enquanto confiar na justiça que vem da lei.

Essa, dizem, é uma doutrina desoladora. O diabo falou consigo mesmo, isto é, sem verdade nem vergonha, quando ousou sugerir aos homens que assim é. Essa é a única doutrina que conforta, são “cheias de conforto” para todos os pecadores autodestruídos e autocondenados. “Aquele que nele crê não será confundido” e “o mesmo Senhor de todos é rico para com todos os que o invocam”. Eis aí o conforto alto como os céus, mais forte que a morte! Como? Misericórdia para com todos? Para Zaqueu, um ladrão notório? Para Maria Madalena, uma meretriz? Parece-me que ouço alguém dizendo: “Nesse caso, eu, mesmo eu, posso esperar misericórdia!” E você pode mesmo, aflito, a quem ninguém confortou. Deus não rejeitará sua oração. Pelo contrário, já na próxima hora, pode ser que ele diga: “Tenha bom ânimo. Estão perdoados os teus pecados”. Perdoados de tal forma que nunca mais o dominarão. E “o Espírito Santo testificará com o seu espírito que você é filho de Deus”. Boa nova! Boa nova de grande alegria enviada a todo o povo! “Todos vós que tendes sede, vinde às águas, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço”. Não importa de que natureza seja seus pecados, “embora vermelhos como carmesim”, ainda que sejam “mais que os seus cabelos”, “volte-se para o Senhor que se compadecerá de ti e ao nosso Deus porque é rico em perdoar”.

Quando nenhuma objeção ocorre, então, simplesmente nos dizem que a salvação pela fé não deveria ser pregada como primeira doutrina, ou, pelo menos, não deve ser pregada a todo o mundo. Mas o que diz o Espírito Santo? “Ninguém poderá lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo”. Portanto, o fato que “todo aquele que nele crê será salvo” é, e deve ser, o fundamento de toda nossa pregação. Deverá que ser pregado primeiro. “Está bem, mas não a todos”. A quem, então, não devemos pregar essa doutrina? Aos pobres? Não, pois eles têm um peculiar direito de ter o evangelho pregado a eles. Aos iletrados? Não. Deus revelou essas coisas aos iletrados e ignorantes desde o começo. Aos jovens? De forma alguma. Deixem que estes, de qualquer modo, venham a Cristo e não os impeçam. Aos pecadores? Aos pecadores muito menos. Ele não veio chamar justos e, sim, pecadores ao arrependimento. Então, se vamos excluir alguns, os ricos, os letrados, os de boa fama e os homens de integridade moral. É verdade que estes, freqüentemente demais, excluem a si de ouvir. Ainda assim, devemos falar as palavras de nosso Senhor, porque assim é o propósito da nossa comissão: “ide e pregai o evangelho a toda a criatura”. Se qualquer um torcer o evangelho ou qualquer parte dela para sua própria destruição, terá de “levar o seu próprio fardo”. “Tão certo como vive o Senhor. O que o Senhor nos disser, disso falaremos”.

Agora, especialmente, falaremos que “pela graça sois salvos, mediante a fé”, porque a afirmação dessa doutrina nunca foi mais oportuna que no presente. Nada pode efetivamente evitar o aumento do engano romanista entre nós. Atacar, um a um, todos os erros daquela Igreja não terá fim. Mas a salvação pela fé corta pela raiz, e todos eles caem de uma vez onde ela é estabelecida. Foi essa doutrina que nossa Igreja corretamente chamou de rocha forte e fundamento da religião cristã que primeiro expulsou o papismo desses reinos e só ela pode mantê-lo fora. Só isso pode controlar aquela imoralidade que inundou a terra como uma enchente. Você pode esvaziar o grande mar, gota a gota? Você pode, então, reformar por advertência contra vícios particulares. Venha, porém, “a justiça de Deus mediante a fé” e assim suas ondas orgulhosas serão detidas. Só isso pode silenciar aqueles “que se gloriam na sua infâmia” e “renegam abertamente o Senhor que os resgatou”. Podem falar tão sublimemente da lei, como aquele que a tem escrita por Deus no coração. Ouvir-lhes falar desse assunto poderia inclinar alguém a pensar que não estão longe do Reino de Deus. Contudo, tire-os da lei para o evangelho; comece com a justiça da fé, com Cristo “o fim da lei de todo o que crê”, e aqueles que momentos antes pareciam ser quase, se não inteiramente cristãos, são revelados como filhos da perdição, tão distantes da vida e da salvação (que Deus tenha misericórdia deles) como o abismo do inferno das alturas do céu.

Por esta razão, o adversário se enfurece quando a “salvação pela fé” é declarada ao mundo: ele agitou a terra e o inferno para destruir aqueles que primeiro a pregaram. E pela mesma razão, sabendo que só a fé poderia derrubar os fundamentos do seu reino, ele chamou todas as suas forças e empregou todas as suas artes de mentira e calúnia para afugentar aquele campeão do Senhor dos Exércitos, Martinho Lutero, de reavivá-la. Nem devemos nos maravilhar disso, porque, como observa aquele homem de Deus, “como haveria de irar um homem orgulhoso, forte e bem armado a ser parado e anulado por uma pequena criança que o enfrenta com um caniço na mão?” Sabe-se que aquela criancinha certamente iria derrubá-lo e calcá-lo aos pés. Assim, mesmo, Senhor Jesus! Assim o seu poder sempre “se aperfeiçoa na fraqueza!” Prossiga, então, criancinha que crê nele, e “sua destra te ensinará proezas”. Embora seja dependente e fraco como um recém nascido, o homem forte não lhe poderá resistir. Você vai prevalecer sobre ele, subjugá-lo e derrubá-lo e calcá-lo aos pés. Marcharás, sob o grande capitão da sua salvação, “vencendo e para vencer”, até que sejam destruídos todos seus inimigos e “a morte seja tragada pela vitória”.

Agora, graças a Deus que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo a quem o Pai e o Espírito Santo, seja benção, a glória, a sabedoria, as ações de graça, a honra, o poder e a força para sempre. Amém.


segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

...pela fé. (parte I)




A Salvação pela Fé
por
John Wesley


“Pela graça sois salvos, mediante a fé” (Ef 2,8).

1. Todas as bênçãos que Deus tem dado ao homem provêm da sua mera graça, generosidade ou favor; favor totalmente imerecido: o homem não tem nenhum direito à menor misericórdia divina. Foi a graça livre que formou o homem do pó da terra e lhe soprou nas suas narinas o fôlego da vida e imprimiu na alma a imagem de Deus e “pôs tudo sob seus pés”. (Gn 2,7; Sl 8,6).

2. A mesma graça livre nos concede hoje vida, respiração e tudo mais, pois não há nada que somos ou temos ou fazemos que não provenha da mão de Deus. “Todas as nossas obras, tu, oh Deus as fazes por nós” (At 17,25). Assim, elas são tantas outras manifestações de livre misericórdia, e toda justiça encontrada no homem, será também uma dádiva de Deus.

3. Então, como o pecador fará expiação pelo menor de seus pecados? Com suas próprias obras? Não ainda que estas sejam muitas ou sejam santas, não provêm dele, mas senão de Deus. Na verdade, todas são ímpias e pecaminosas, por si mesmas; portanto, todos carecem de uma nova expiação. Só frutos maus nascem de uma árvore corrupta. Como o coração do homem é totalmente corrupto e abominável, ele “carece da glória de Deus”, daquela gloriosa justiça primitiva expressa na sua alma, segundo a imagem de seu grande Criador. Assim, nada tendo, nem justiça nem obras para reivindicar, sua boca totalmente se cala perante Deus.

4. Se “os pecadores acharem graça diante de Deus, é graça sobre...” (Jô 1,16). Se Deus se digna ainda a derramar novas bênçãos sobre nós, sim, a maior de todas elas, a salvação; que podemos dizer a essas coisas senão “graças a Deus pelo seu Dom inefável”. E assim é. Nisto “Deus prova seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido para nos salvar, sendo nós ainda pecadores”. “Pela graça, então, sois salvos, mediante a fé”. A graça é a fonte e a fé a condição da salvação.

Agora, pois para não estarmos privados da graça de Deus, convém inquirir cuidadosamente:

I— Qual é a fé mediante a qual somos salvos?

II— Qual é a salvação que é mediante a fé?

III— Como podemos responder a algumas objeções?


Qual é a fé mediante a qual somos salvos?

Primeiramente, não é a mera fé de um pagão. Deus exige que um pagão creia “que Deus existe e que se torna doador dos que diligentemente o buscam” e que ele deve ser buscado, glorificando e louvando a Deus por tudo e por uma consciente prática da virtude moral da justiça, misericórdia e verdade para com seus semelhantes.

1. O grego ou romano, sim, um cita ou indiano não tinha desculpa se não acreditasse pelo menos nisto: a existência e os atributos de Deus, o estado futuro de recompensa ou punição, e a natureza obrigatória da verdade moral, pois essas coisas se constituem na crença de um pagão.

2. Nem é, em segundo lugar, a fé de um diabo, embora ela vá muito além da do pagão, Deus. Até aí vai a fé de um diabo.

3. Em terceiro lugar, a fé por meio de que somos salvos, no sentido que será explicado mais adiante, não é apenas aquela que os apóstolos tinham quando Cristo estava ainda no mundo. Embora crer a ponto de “deixar tudo e segui-lo” e quanto tivessem o poder de operar milagres, “a curar toda a espécie de doenças e enfermidades”, tinham “poder e autoridade sobre todos os demônios” e o que mais foram enviados pelo seu Mestre para “pregar o Reino de Deus”. No entanto, depois de realizadas todas essas proezas, o próprio Senhor deles os chama de “geração incrédula”. Ele lhes diz que “não podiam expelir um demônio por causa da sua incredulidade”. Mais tarde, supondo já terem uma medida da fé, eles lhe pediram: “aumenta a nossa fé”. No entanto, ele lhe diz claramente que não possuíam nada dessa fé, nem fé como a de um grão de mostarda. “Respondeu-lhes o Senhor: se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: arranca-te e transplanta-te no amor e ela vós obedecerá”.

4. Qual é, então, a fé mediante a qual somos salvos? Podemos responder, primeiro, de modo geral, é a fé em Cristo; Cristo e Deus. Através de Cristo, são os seus próprios objetos. Nisso se distingue suficiente e absolutamente da fé de pagãos, quer antigos, quer modernos. Ela se distingue plenamente da fé de um diabo por não ser meramente especulativa e racional, um frio e morto assentimento, um elenco de idéias na cabeça; é, antes, uma disposição do coração, pois a Escritura declara: “Com o coração se crê para a justiça” e “se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos será salvo”.

5. Difere daquela fé que os próprios apóstolos tinham quando nosso Senhor estava no mundo e reconhece a necessidade e o mérito de sua morte e o poder de sua ressurreição. Reconhece sua morte como suficiente meio de redimir o ser humano da morte eterna, e sua ressurreição como a restauração de todos nós a vida e mortalidade e isto porque ele “foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação”.

A fé cristã não é, então, um assentimento a todo o Evangelho de Cristo, mas antes uma plena confiança no sangue de Cristo, uma confiança nos méritos de sua vida, morte e ressurreição, um descansar nele como nossa propiciação e nossa vida, como dado por nós e vivendo em nós. É uma segura confiança que alguém tem em Deus e que, através dos méritos de Cristo, seus pecados estão perdoados, e ele está reconciliado ao favor de Deus e, como conseqüência, uma aproximação dele e um apego a ele, como nossa “sabedoria, justiça, santificação redenção” ou, numa palavra, nossa salvação.


O segundo ponto a ser considerado é: qual é a salvação que é mediante a fé?

Primeiramente, qualquer coisa mais que lhe esteja implícito, trata-se de uma salvação presente. É algo atingível, sim, na terra por aqueles que participam dessa fé. Assim, o apóstolo fala aos crentes de Éfeso, e por eles aos crentes de todos os tempos: “sereis (embora isso também seja verdadeiro), mas ele diz, “sois salvos mediante a fé”.

Sois salvos (para abarcar tudo numa só palavra) do pecado. Esta é a salvação mediante a fé: e aquela grande salvação predita pelo anjo, antes de Deus trazer ao mundo seu primogênito: “Tu o chamarás com o nome de Jesus, pois ele salvará o seu povo dos seus pecados”. Nem aqui, nem em outra parte do Escrito Sagrado, aparece qualquer limitação ou restrição. Todo o seu povo, ou como se diz em outros lugares, “todos o que nele crêem”, ele salvará de todos os seus pecados, do pecado original e atual, do pecado passado e presente, da carne e do espírito. Mediante a fé nele, são salvos tanto da culpa quanto do poder do pecado.

Primeiro da culpa de todo o pecado passado. Consideramos que “todo o mundo está culpado perante Deus”, ao ponto que, se ele fosse “observar todos as iniqüidades, ninguém subsistiria”. Consideramos que “pela lei vem somente o conhecimento do pecado”, nenhuma libertação advém dela, de forma que “ninguém será justificado diante dele por cumprir as obras da lei, mas agora, se manifestou a justiça de Deus, mediante a fé em Jesus Cristo”. Agora, “são justificados gratuitamente por sua graça, mediante a redenção que há em Jesus Cristo, a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação para manifestar a sua justiça pela remissão dos pecados anteriormente cometidos”. Agora, Cristo tirou “a maldição da lei, fazendo-se ele próprio, maldição em nosso lugar”. Ele tem “cancelado o escrito de dívidas que era contra nós, removendo-o inteiramente, encravando-o na cruz”. Agora, pois já nenhuma condenação há para os que crêem em Cristo Jesus.

E, salvos da culpa, são salvos do medo. Na verdade, não do temor filial de ofender (a Deus), mas de todo o medo servil, daquele “medo que produz tormento”, do medo da punição, do medo da ira de Deus, que eles não mais encaram como um Senhor severo, mas como Pai benigno. “Não receberam o espírito da escravidão, mas o espírito da adoção, baseado no qual clamam: Aba Pai. O próprio espírito testifica com o seu espírito, que são filhos de Deus”. São salvos do medo, embora não da possibilidade de caírem da graça de Deus e de não alcançarem as grandes e preciosas promessas; são “selados com o Santo Espírito da promessa, o qual é o penhor da sua herança”. Assim, “têm paz com Deus por meio de nosso senhor Jesus Cristo. Regozijam-se na esperança da glória de Deus. E o amor de Deus é derramado no seu coração pelo Espírito Santo que lhes foi outorgado”. Por isso, são “persuadidos” (embora talvez não sempre, nem com a mesma plenitude de persuasão) de que “nem morte, nem vida, nem coisas do presente, nem do porvir, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura os poderá separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso senhor”.

Ainda mais: mediante essa fé, são salvos do poder do pecado, bem como da culpa dele. Assim, o apóstolo declara: “Sabeis que ele se manifestou para tirar os pecados e nele não existe pecado. Todo aquele que permanece nele não peca”. Também, “filhinhos, não vos deixeis enganar por ninguém. Aquele que pratica o pecado procede do diabo”. “Todo aquele que crê é nascido de Deus” e “todo aquele que é nascido de Deus não peca, pois o que permanece nele é a divina semente; ora esse não pode pecar, porque é nascido de Deus”. Também: “nós sabemos que todo o que nasceu de Deus não peca; o que foi gerado por Deus o guarda e o maligno não o pode atingir”.

Aquele que, pela fé, nasce de Deus, não peca, (1) por qualquer pecado habitual, pois todo o pecado habitual é pecado dominante, mas o pecado não pode dominar a qualquer um que creia; nem (2) por pecado intencional, pois sua vontade, enquanto ele permanece na fé, está absolutamente contrária a todo pecado e o odeia como veneno mortal; nem (3) por qualquer desejo pecaminoso, porque ele deseja continuamente a santa e perfeita vontade de Deus; portanto, qualquer tendência a um desejo impuro a ele sufoca pela graça de Deus; também (4) ele não peca por fraquezas, quer em ato, palavra ou pensamento, pois suas fraquezas não são apoiadas pela sua vontade; e, sem isso, não são, propriamente, pecados. Assim, “todo aquele que nasceu de Deus não peca” e, embora não possa dizer que não tenha pecado, “ele não peca”.

Essa é, então, a salvação pela fé, mesmo no mundo presente: salvação do pecado e das suas conseqüências, ambas comumente implícitas na palavra justificação. Isto, tomado no seu sentido mais largo, implica em libertação da culpa e da punição, pela expiação, de Cristo, efetivamente aplicada à alma do pecador que agora crê nele, e em uma libertação de todo o corpo do pecado, por meio de Cristo formado em seu coração. De sorte que aquele assim justificado, ou salvo pela fé, realmente é nascido de novo. Nasceu novamente do Espírito para uma vida nova que “Ele é a nova criatura: as coisas velhas já passaram; eis que fizeram novas”. Como um recém nascido, alegremente recebe, o genuíno leite racional da palavra, cresce por meio dele e prossegue no poder do Senhor, seu Deus, de fé em fé, de graça em graça, até chegar, afinal, “à perfeita varonilidade, à moda da estatura da plenitude de Cristo”.