A confissão de que o intérprete necessita de iluminação espiritual para entender o texto difere radicalmente da confissão - se bem que em geral não declarada - da maioria dos teólogos bíblicos e exegetas, desde o surgimento do Iluminismo. Em seu estudo ainda influente, J. A. Ernesti opõe o método científico ao método espiritual. Ele nega o pressuposto de que "as Escrituras não podem ser devidamente explicadas sem oração e sem uma simplicidade piedosa de mente". No entendimento de Ernesti, a "simplicidade piedosa de mente é inútil na investigação da verdade das Escrituras". Não se pode conhecer e entender de verdade o Autor divino do texto nem o sentido que quis dar ao texto sem um compromisso espiritual com ele. Nossa hermenêutica é sacra porque o Autor é espírito e é conhecido pelo espírito humano por intermédio de seu Espírito Santo. "Ninguém conhece as coisas de Deus, a não ser o Espírito de Deus" (1Cor 2.11). Martinho Lutero ensinava que, "se Deus não abrir nem explicar as Sagradas Escrituras, ninguém pode entendê-las; permanecerá um livro fechado, envolto em trevas".
Teologia do Antigo Testamento - Bruce K. Waltke - Editora Vida Nova
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