sábado, 29 de julho de 2023

#A Bíblia apoia uma guerra justa?

 A Bíblia apoia uma guerra justa? 

 

Normam L. Geisler 

 

Embora a Bíblia não aprove a guerra por qualquer motivo, e embora ela encoraje a paz com todas as pessoas (Rm 12.18), ainda assim ela indica que, às vezes, a paz e a justiça requerem a guerra (Mt 24.6). Isto fica claro, com base em muitas considerações. Em primeiro lugar, a Bíblia não proíbe todas as circunstâncias de assassinato. Por exemplo, matar em legítima defesa é justificado (Ex 22.2), assim como a morte nos casos em que se aplica a pena de morte (Gen 9.6). O governo está divinamente autorizado a usar a “espada” (Rm 13.4), como o próprio Senhor Jesus reconheceu (Jo 19.11). Em segundo lugar, sob a lei, Deus emitiu regras da guerra para Israel (Dt 20). Em terceiro lugar, embora Jesus proibisse os seus discípulos de usar a espada com fins espirituais (Mt 26.52), Ele incentivou os seus discípulos a comprarem uma espada, se fosse necessário, para sua proteção (Lc 22.36-38). Em quarto lugar, João Batista não disse que os exércitos deveriam ser abolidos, e não pediu o arrependimento pelo serviço na função de soldado (Lc 3.14). 

A Bíblia ordena que os cristãos obedeçam seus governantes (Rm 13.1-7; Tt 3.1; 1 Pe 2.13, 14). Contudo, há limitações para esta obediência. Quando o governo ordena a adoração de ídolos ou de um rei (Dn 3.6), proíbe a pregação do Evangelho (At 4.5) ou ordena a matança de crianças (Ex 1), então é dever do crente desobedecer. De igual maneira, se o governo se envolver em guerras injustas, os crentes podem discordar. Todavia, como nos casos de Daniel (Dn 6), os três jovens hebreus (Dn 3) e Pedro (At 4 – 5), os que desobedecem ao governo devem aceitar as consequências distribuídas pelo estado. 

A Bíblia apresenta várias condições para uma guerra justa. Em primeiro lugar, a guerra justa deve ser declarada por um governo (Rm 13.4). Em segundo lugar deve ser em defesa dos inocentes e/ou contra um agressor perverso (por exemplo Gn 14). Em terceiro lugar, ela deve ser travada por meios justos (Dt 20.19). 

Além das razões expostas acima para uma política justa de guerra, os argumentos bíblicos em prol do pacifismo total são imperfeitos. Por exemplo, a instrução de Jesus de dar a outra face (Mt 5.39) se refere a um insulto pessoal (como um tapa no rosto) e não a ferimentos físicos. A exortação de amar nossos inimigos não elimina o uso as força para impedir que eles nos matem (cf. a instigação que Paulo fez, pedindo a intervenção do governo para sua proteção em Atos 23. 


sábado, 15 de julho de 2023

 Em diversas oportunidades, pessoas, ao me ouvirem dizer algo que me identifique como cristão, seja um comentário sobre moral, ética ou qualquer ensinamento bíblico, logo disparam a afirmar:

_ “No cristianismo não pode nada, tudo é proibido, não pode transar, não pode separar do cônjuge, não pode isso nem aquilo….”

Frases como essa são comuns e, ditas com grande amargura muitas vezes. No entanto, que verdade essa frase contém?

Necessariamente nenhuma! A não ser que você seja um fariseu, vivendo no Antigo Testamento, mas aí não seria cristianismo. 

Se você também pensa assim, saiba: te ensinaram o caminho errado e, você preferiu ir pelo caminho errado.


Somos salvos pela graça, certo?

Hummm, está em dúvida né?

Vamos caminhar pela Palavra:


Todavia, Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, deu-nos vida com Cristo, quando ainda estávamos mortos em transgressões — pela graça vocês são salvos. Deus nos ressuscitou com Cristo e com ele nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus, para mostrar, nas eras que hão de vir, a incomparável riqueza de sua graça, demonstrada em sua bondade para conosco em Cristo Jesus. Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie. Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou de antemão para que nós as praticássemos.

Efésios 2:4-10


O que isso quer dizer?

Demorou…. eu respondo:

Nada do que eu faça pode me levar a salvação, não há nenhuma obra ou tentativa de ser santo que me leve a Deus. A salvação se dá por meio de Jesus Cristo, eu o aceito como meu senhor e salvador, filho de Deus, Deus filho, que encarnou (veio como homem), viveu como nós, nunca pecou, morreu em uma cruz para nos remir e redimir, na cruz levou todo o nosso pecado, ressuscitou ao terceiro dia, viveu entre os homens mais 40 dias e ascendeu aos céus. Essa é a crença básica para que alguém seja salvo.

_ Mas espera, então eu não tenho que ser “bonzinho” para ser salvo?

NÃO!!!!!

Ser bonzinho (bonzinho é legal né?) é consequência da salvação e não pré-requisito! Eu não me santifico para buscar a Deus, eu busco a Deus para me santificar. Eu não deixo de pecar para alcançar a Deus, eu aceito a Jesus como meu Senhor para que através do seu Santo Espírito, eu receba a capacitação (força, coragem, auxílio) para pecar menos. Não consigo abandonar minhas práticas pecaminosas sozinho, embora, tenho que querer abandonar, por amor a Ele. Eu busco o Espírito Santo de Deus, confesso a ele minhas práticas más e peço que Ele me capacite a deixá-las.

_ Por que?

Por que não é o pecado que me leva ao inferno.

_ Oh my god, como não?

O que leva ao inferno é não aceitar Jesus como seu Senhor e Salvador. Claro que, uma vez convertido, terei sede e fome das coisas de Deus e farei por “amor” a vontade de Deus. Uma vez que amo a Deus e busco a sua vontade, o Espírito Santo vai tratar meu ser, de maneira que eu passe, por amor a Deus, a viver pelo exemplo de Cristo, buscando as coisas de Cristo, e passando a não gostar das coisas que desagradam a Ele… é um processo… é causa e consequência. É óbvio também que, aceitar a Jesus Cristo quer dizer aceitar a Bíblia como Palavra de Deus aos homens… de maneira integral (não, não posso escolher que parte quero crer), texto dentro do contexto.

P.S. Isso não anula a necessidade de sermos disciplinados… fazer o que se tem q fazer, mesmo q no momento eu não queira.


Entendeu ou quer que eu desenhe?


Jair Tomaz


sábado, 8 de julho de 2023

#indivisíveis

 “Agrada-te do Senhor...”


O ensinamento dessas palavras deve ser muito surpreendente para aqueles que são estranhos à santidade vital, mas para o cristão sincero, é apenas a manifestação de uma verdade reconhecida. A vida do cristão aqui é descrita como agradável em Deus, e estamos, portanto, certos do grande fato de que a verdadeira religião transborda de felicidade e alegria. Pessoas ímpias e meros professos nunca olham para a religião como algo alegre; para eles é serviço, dever ou necessidade, mas nunca prazer ou alegria. Se eles prestarem mesmo atenção à religião, é porque, ou podem obter algum ganho ou, então, porque não ousam fazer o contrário. O pensamento de que há algo agradável na religião é tão estranho para a maioria dos homens, que nenhuma dupla de palavras se mantém tão distantes entre si, em sua linguagem, quanto “santidade” e “prazer”. Contudo, cristãos que conhecem a Cristo compreendem que prazer e fé são tão abençoadamente unidos, que os portões do inferno não podem triunfar na tentativa de separá-los. Aqueles que amam a Deus com todo o seu coração, descobrem que Seus caminhos são caminhos de encanto e todas as Suas veredas são de paz. Tais alegrias, tais pleno prazeres, tais bem-aventuranças transbordantes faz os santos descobrirem em seu Senhor que, longe de servir-lo por costume, eles o seguiriam mesmo que todo o mundo reputasse Seu nome como maligno. Não tememos a Deus por alguma compulsão; nossa fé não é entrave, nossa profissão de fé não é escravidão, não somos arrastados à santidade, nem levados ao dever. Não! Nossa piedade é nosso prazer, nossa esperança é nossa alegria, nosso dever é nosso deleite.

Deleite e religião verdadeira são tão ligados, quanto a raiz à flor; tão indivisíveis quanto a verdade e a certeza; são, de fato, duas joias preciosas brilhando lado a lado numa cama de ouro.


Então, quando provamos Teu amor,

Nossas alegrias crescem divinamente,

Indescritíveis como aquelas acima,

E o paraíso começa aqui embaixo.


C H Spurgeon