sexta-feira, 30 de março de 2012
quarta-feira, 28 de março de 2012
Não são bem nossas ações...
Como os raios de uma roda
Não são bem as nossas ações que preocupam Deus. O que lhe importa mais é que nos tornemos criaturas de um certo tipo ou qualidade - precisamente aquele tipo de criatura que ele pretendeu que nós fôssemos. Ele pretendeu que fôssemos criaturas que se relacionassem com Ele de uma determinada maneira. Não acrescento a isso "que se relacionassem umas com as outras de determinada forma", porque isso já está implícito; se você estiver bem com Ele, provavelmente estará bem com todas as criaturas com quem você se relaciona, da mesma forma que os raios de uma roda de bicicleta,quando encaixados da maneira correta entre o cubo e o aro, estão todos na posição certa uns em relação aos outros. Enquanto uma pessoa imaginar Deus como um examinador, incumbido da tarefa de aplicar um teste, ou em contrapartida de uma espécie de barganha - enquanto ela pensar na sua relação com Deus em termos de lucro e reivindicação de lucro -, estará longe de ter a relação certa com ele. Essa pessoa não terá entendido quem ela é nem quem é Deus. E jamais conseguirá ter a relação certa, enquanto não descobrir que somos falidos.
Quando eu me refiro a essa "descoberta", quero dizer uma verdadeira descoberta; não algo mecânico. É claro que qualquer criança, desde que tenha recebido alguma educação religiosa, logo aprenderá que não temos nada a oferecer a Deus que já não seja dele e que mesmo isso não somos capazes de oferecer sem guardamos algo para nós. Mas a verdadeira descoberta de que estou falando é a de se chegar à conclusão de que essa é a mais pura verdade, por meio de uma experiência pessoal.
C S Lewis - Cristianismo Puro e Simples
Quando eu me refiro a essa "descoberta", quero dizer uma verdadeira descoberta; não algo mecânico. É claro que qualquer criança, desde que tenha recebido alguma educação religiosa, logo aprenderá que não temos nada a oferecer a Deus que já não seja dele e que mesmo isso não somos capazes de oferecer sem guardamos algo para nós. Mas a verdadeira descoberta de que estou falando é a de se chegar à conclusão de que essa é a mais pura verdade, por meio de uma experiência pessoal.
C S Lewis - Cristianismo Puro e Simples
segunda-feira, 26 de março de 2012
Que o Senhor te responda...
Salmo 20
Que o Senhor te responda no tempo da angustia;
o nome do deus de Jacó te proteja!
Do santuário te envie auxílio e de Sião te dê apoio.
Lembre-se de todas as tuas ofertas e aceite os teus holocaustos.
Conceda-te o desejo do teu coração e leve a efeito todos os teus planos.
Saudaremos a tua vitória com gritos de alegria
e ergueremos as nossas bandeiras em nome do nosso Deus.
Que o Senhor atenda todos os teus pedidos!
Agora sei que o Senhor dará vitória ao seu ungido;
dos seus santos céus lhe responde
com o poder salvador da sua mão direita.
Alguns confiam em carros e outros em cavalos,
mas nós confiamos no nome do Senhor, o nosso Deus.
Eles vacilam e caem,
mas nós nos erguemos e estamos firmes.
Senhor, concede vitória ao rei!
Responde-nos quando clamamos!
sexta-feira, 23 de março de 2012
...e se renova
Como a Brisa
PG
Abro o coração e a janela
Vejo o sol de um novo dia
Sei que hoje estas aqui
Tu és como um vento que não avisa
Quando sopra traz a vida
Vem e sopra sobre mim
E meu coração volta a viver
E se renova
Se estás aqui
E meu coração chama por ti
Porque te espero
Volto a sorrir
Espirito de Deus, toma a minha vida
Como a chuva que tardou
E ao deserto vida deu
Descendo sobre mim como a brisa
Que derrame sobre mim
Teu poder venha fluir
quarta-feira, 21 de março de 2012
...avançar em nome dele
Não permita que a sua mente seja bloqueada!
Deus nos transmitiu as ordens de marcha. Devemos seguir para o campo de batalha de nossa mente e recuperar todo o "poder mental" que Satanás roubou de nós. Temos de apropriar-nos de toda a vida que Cristo derramou abertamente em nosso coração e vencer os poderes das trevas em nossos pensamentos, alcançando a mente restaurada de Cristo, pelo poder do sangue de Jesus em nós.
Quando nascemos de novo, Jesus "se entregou por nós a fim de nos remir de toda maldade e purificar para si mesmo um povo particularmente seu, dedicado a prática de boas obras" (Tt 2.14). Jesus pagou um grande resgate para que sejamos totalmente livres, totalmente redimidos.
Como filhos de Deus nascidos de novo, temos a capacidade de receber ou rejeitar os pensamentos que chegam a nossa mente. Isso significa que estamos em vantagem sobre os pensamentos que tentam invadir a nossa mente e escravizar-nos. A vitória já foi conquistada por Jesus Cristo. Agora tudo que precisamos fazer é avançar em nome dele e apossar-nos da vitória.
Lembre-se dos israelitas. Embora Deus já tivesse reservado a Terra Prometida para o seu povo, eles não podiam simplesmente entrar, descansar e regozijar-se. Durante quarenta anos, Deus treinou o seu povo para a guerra e capacitou-os para as batalha que teriam de enfrentar. Entretanto os israelitas ainda tinham de aprender por experiência própria que existe uma grande diferença entre ter a posse legal da terra e possuí-la.
Depois que eles finalmente cruzaram o Jordão para entrar em Canaã, tiveram ainda muito trabalho, porque encontraram a terra infestada de inimigos.
O mesmo acontece com nossa mente. Jesus Cristo já pagou o preço para redimi-la, mas quando nascemos de novo, ela já estava infestada com certos padrões de pensamento, hábitos, certas atitudes e ideais mundanos, implantados anos antes pelo Inimigo. Agora Deus quer que limpemos e ocupemos cada centímetro dessa "terra"com o seu Espírito. É isso que chamamos "mente renovada"(v. 23).
Em nossa caminhada com o Senhor, cada fortaleza em nossa mente representa uma parte de nossa vida com Ele que ainda não adentramos (ou da qual ainda não tomamos posse). Os inimigos instalados nessas fortalezas precisam ser destruídos. Não seremos consagrados a Deus o suficiente para realizar a sua obra enquanto não eliminarmos todos os vestígios do Inimigo. Enquanto houver fortalezas de medo, estaremos a serviço delas. Somos escravos daqueles a quem servimos (Rm 6.16).
Enquanto as fortalezas da nossa natureza antiga (que são hostis a Deus) não forem destruídas, o Espírito Santo sofrerá restrições no trabalho de restaurar a nossa mente e devolvê-la ao controle de Cristo. O Senhor jamais irá força-lo a abrir mão de uma área de sua mente que você não esteja disposto a entregar. Ele nunca irá violar o seu livre-arbítrio. Isso significa que você terá de tomar muitas decisões em sua caminhada para a restauração da mente.
Fonte: bíblia de estudo - editora central gospel
segunda-feira, 19 de março de 2012
...resultado inevitável
A Voz do Verbo
A. W. Tozer
"A Bíblia é o resultado inevitável da
contínua manifestação de Deus".
No princípio
era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus (Jo 1:1.)
Qualquer homem de inteligência média,
ainda que não instruído das verdades do cristianismo, chegando a ler esse
texto, certamente concluirá que João tencionava ensinar que falar faz parte da
natureza de Deus, ou seja, Ele deseja comunicar seus pensamentos aos outros
seres inteligentes. E teria plena razão. A palavra (verbo) é o meio através do
qual os pensamentos são expressos — pelo que também a aplicação do termo
“Verbo” ao Filho eterno de Deus leva-nos a crer que a auto-expressão faz parte
inerente da divindade, e que Deus está sempre procurando falar de Si mesmo às
Suas criaturas. E a Bíblia inteira apóia essa idéia. Deus continua falando.
Não somente falou, mas continua falando. Por força de Sua própria natureza,
Ele se comunica continuamente. Enche o mundo com Sua voz.
Uma das grandes realidades que
temos de levar em conta, e com a qual nos vemos a braços, é a voz de Deus neste
mundo. A hipótese mais simples sobre a formação do universo, e a mais certa, é
essa: “Ele falou, e tudo se fez.” A razão de ser da lei natural não é outra senão
a voz de Deus, imanente em Sua criação. E essa palavra de Deus, que trouxe à
existência todos os mundos criados, não pode ter sido a Bíblia, porquanto esta
não fora escrita nem impressa ainda, mas é a expressão da vontade de Deus,
manifesta na estrutura de todas as coisas. Essa palavra que vem de Deus é o
sopro divino que enche o mundo de potencialidade vital. A voz de Deus é a mais
poderosa força que há na natureza, e, na realidade, a única força que atua na
natureza, onde reside toda a energia pelo simples fato de que a palavra de
poder foi proferida.
A Bíblia é a Palavra escrita de
Deus; e, por haver sido escrita, está confinada e limitada pelas necessidades
da tinta, do papel e do couro. A voz de Deus, entretanto, é viva e livre como o
próprio Deus. “As palavras que eu vos tenho dito, são espírito e são vida.” (Jo
6:36.) A vida está encerrada nas palavras proferidas por Deus. A Palavra de
Deus, na Bíblia, só tem poder porque corresponde perfeitamente à palavra de
Deus no universo. É a voz presente no mundo que dá à Palavra escrita todo o seu
poder. De outro modo, estaria para sempre adormecida, aprisionada entre as
páginas de um livro.
Temos uma visão muito pequena e
primitiva das coisas, quando pensamos em Deus, no ato da criação, a entrar em
contato físico com essas coisas, a modelar, adaptar, e fabricar, como se fosse
um carpinteiro. A Bíblia ensina uma coisa totalmente diversa: “Os céus por sua
palavra se fizeram, e pelo sopro de sua boca o exército deles. . . Pois ele
falou, e tudo se fez; ele ordenou, e tudo passou a a existir” (Sl 33:6, 3).
“Pela fé entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de
maneira que o visível veio a existir das cousas que não aparecem.” (Hb 11:3.)
Uma vez mais, convém que nos lembremos de que Deus se refere aqui, não à Sua
Palavra escrita, à Bíblia, mas antes, à voz da Sua palavra. Isto se refere à
voz que enche antes o mundo, aquela voz que antecede a Bíblia em séculos e
séculos; aquela voz que não silenciou mais desde o início da criação, mas que
continua a soar, e alcança todos os recantos desse imenso universo.
A Palavra de Deus é viva e
poderosa. No princípio Ele falou ao nada, e o nada se tornou em alguma coisa. O
caos a ouviu e se fez ordem, as trevas a ouviram, e se transformaram em luz. “E
disse Deus. . . e assim se fez.” Essas sentenças gêmeas, como se fossem causa e
efeito, ocorrem em todo o relato da criação, no livro de Gênesis. O disse
explica o assim se fez. O assim se fez é o disse, poso em forma de presente
contínuo.
Deus está aqui, e está sempre
falando. Essas verdades são o pano de fundo de todas as demais verdades
bíblicas; sem elas estas últimas não poderiam ser revelações de forma alguma.
Deus não escreveu um livro para enviá-lo através de mensageiros e ser lido à
distância, por mentes desassistidas. Ele “falou” um livro e vive em Suas
palavras proferidas, constantemente afirmando as Suas palavras e
outorgando-lhes o poder que elas têm, pelo que também persistem através de
todos os séculos. Deus soprou sobre o barro, e este se transformou em homem;
Ele sopra sobre os homens, e estes se tornam barro. “Porque tu és pó e ao pó
tornarás” (Gn 3:19) foi a palavra proferida quando da queda, mediante a qual
decretou a morte física de todo homem, e não foi necessário dizer mais nenhuma
palavra. O triste curso da humanidade, em toda a face da terra, desde o
nascimento até à sepultura, é prova de que Sua palavra original foi o bastante.
sexta-feira, 16 de março de 2012
...um sentido mais amplo
O que é caridade?
"CARIDADE" não significa hoje nada mais do que "dar esmolas" - isto é, dar aos pobres. A caridade tinha um sentido mais amplo originalmente. (Você pode fazer ideia de como a palavra adquiriu seu sentido moderno. Se a pessoa é "caridosa", dar aos pobres é uma das coisas que mais se espera que ela faça, e com isso as pessoas acabam falando dela como se isso fosse tudo. Da mesma forma, a "rima"é o que mais se espera numa poesia, e assim as pessoas acabam reduzindo o que entendem por "poesia" à rima e nada mais.) Caridade significa "amor no sentido cristão". Porém o amor no sentido cristão não significa uma emoção. Não se trata de um estado de sentimentos, e sim de vontade; esse estado de vontade que nós temos naturalmente sobre nós mesmos e que precisamos aprender a ter em relação aos outros.
C S Lewis - Cristianismo Puro e Simples
quarta-feira, 14 de março de 2012
... o provável é que Ele não seja gentil
O Ministério da Noite
Se
Deus se dispõe a fazer de você um cristão incomum,o provável é que ele
não seja tão gentil como geralmente o descrevem os mestres populares.
O escultor não usa um estojo de manicuro para transformar o mármore
informe e rude num espécime de beleza. A serra, o martelo e o cinzel
são instrumentos cruéis, mas sem eles a tosca pedra continuará sendo
sempre informe e destituída de beleza.
Para fazer em você a suprema obra de sua Graça, Ele vai tirar do seu
coração tudo que você mais ama. Tudo aquilo em que você confia ir-se-a
de você. Cinzas amontoadas jazerão onde os seus tesouros mais preciosos
costumavam estar.
Isso não é ensinar o poder santificador da pobreza. Se ser pobre
tornasse os homens mais santos, todo vadio estendido num banco de jardim
seria santo. Mas Deus conhece o segredo para retirar as coisas dos
nossos corações, continuando elas a ficar para nós. O que Ele faz é
limitar-nos o seu usufruto. Ele permite que as tenhamos, mas nos torna
psicologicamente incapazes de deixar que os nossos corações sejam
atraídos por elas. Deste modo, são úteis sem ser nocivas.
Isso tudo Deus realizará à custa dos prazeres comuns que até o
presente davam sustentação à sua vida e a mantinham animada. Agora, sob o
cuidadoso tratamento ministrado pelo Espírito Santo, a sua vida pode
tornar-se árida, sem gosto e, em certa medida, um fardo para você.
Enquanto estiver nesse estado, você sobreviverá por uma espécie de
cego desejo de viver; não encontrará nada do encanto interior que antes
desfrutava. Nesse período, o sorriso de Deus ter-se-á retirado, ou, pelo
menos, estará oculto aos seus olhos. Então você aprenderá o que é a fé;
verá o caminho difícil, mas o único caminho aberto diante de si; verá
que a verdadeira fé está na vontade, que a indescritível alegria de que
fala o apóstolo não é propriamente a fé, mas um fruto da fé que
amadurece lentamente; e aprenderá que as alegrias espirituais do
presente podem vir e ir-se como se dá, sem que isso altere o seu nível
espiritual ou sem que afete de nenhum modo a sua posição como verdadeiro
filho do Pai Celeste. E você aprenderá também, provavelmente para seu
espanto, que é possível viver com a consciência tranquila diante de Deus
e dos homens e ainda não sentir nada da "paz e alegria" de que tanto
ouviu falarem cristãos imaturos.
Por quanto tempo você continuará nessa noite da alma, dependerá de
vários fatores, alguns dos quais você poderá identificar mais tarde,
enquanto que outros permanecerão com Deus, completamente ocultos para
você. As palavras, "Teu é o dia, tua também a noite" (Sl. 74:16), agora
serão interpretadas para você pelo melhor de todos os mestres, o
Espírito Santo; e você saberá por experiência pessoal que coisa
abençoada é o ministério da noite.
Mas há limite para a capacidade humana de viver sem alegria. Até
Cristo só pôde suportar a cruz "em troca da alegria que lhe estava
proposta" (Heb. 12:2). O aço mais forte se parte se for mantido muito
tempo sob tensão. Deus sabe exatamente quanto tempo poderemos suportar a
noite; assim, Ele dá alívio à alma, primeiro pelos gratos vislumbres da
estrela da manhã e, depois, mediante a luz mais completa que prenuncia a
manhã.
Devagar, você descobrirá o amor de Deus em seu sofrimento. O seu
coração começará a aprovar a coisa toda. Você aprenderá consigo mesmo o
que nenhuma escola do mundo poderia ensinar-lhe-á ação curativa da fé
desassistida do prazer. Você perceberá e compreenderá o ministério da
noite - o seu poder de purificar, liberar, humilhar, destruir o medo da
morte e, o que é mais importante para você no momento, o seu poder de
destruir o medo da vida. E aprenderá que às vezes a dor pode fazer o que
até a alegria não pode, como tornar manifesta a vaidade das futilidades
da terra, e encher o seu coração de anseio pela paz do céu.
O que escrevo aqui, de maneira nenhuma é original. Cada geração de
cristãos inquiridores descobre de novo isso, e é quase um clichê da vida
mais profunda. Todavia, é preciso dizê-lo a esta geração de crentes, e
dizê-lo muitas vezes e com ênfase, pois o tipo de cristianismo ora em
voga não inclui nada tão sério e difícil como isto. Ao que parece, a
busca do cristão moderno é de paz mental e alegria espiritual, com
apreciável grau de prosperidade material introduzida como prova do favor
divino.
Contudo, alguns aprenderão isso, ainda que seja relativamente pequeno
o número deles, e eles constituirão o sólido núcleo de santos
praticantes tão seriamente necessários nesta hora grave, para que o
cristianismo do Novo Testamento sobreviva até à próxima geração.
A. W. Tozer em
Este Cristão Incrível, Mundo Cristão, 2000
segunda-feira, 12 de março de 2012
Ser Membro e Ser Cristão
A Diferença Entre Ser Um Membro e Ser Um Cristão
Watchman Nee
"O cristão denota ser uma pessoa
individual, enquanto que ser um membro traz a visão do Corpo"
O Novo Testamento nos mostra que
existe uma diferença entre ser um membro e ser um cristão. Ser um cristão
denota ser uma pessoa individual, enquanto que ser um membro faz referência a
uma entidade Corporativa. Alguém é cristão para si mesmo, porém alguém é membro
para benefício do Corpo. Na Bíblia há muitas expressões que têm significados
opostos tais como: pureza e imundície, o santo e o comum, a vitória e a
derrota, o Espírito e a carne, Cristo e Satanás, o reino e o mundo, a glória e
a vergonha, todos estes são termos opostos; de igual forma, o Corpo está em
oposição com o indivíduo, assim como o Pai está em oposição ao mundo, o
Espírito em oposição à carne e o Senhor em oposição ao diabo. Da mesma forma o
Corpo é o oposto do individualismo. Uma vez que nós vemos o Corpo de Cristo
somos libertos do individualismo e já não vivemos para si, senão para o Corpo!
Ao ser liberto do individualismo espontaneamente
estamos no Corpo.
O Corpo de Cristo não é uma doutrina, mas um
ambiente, não é um ensinamento, mas uma vida. Muitos cristãos procuram ensinar
a verdade acerca do Corpo, porém, poucos conhecem a vida do Corpo. O Corpo de
Cristo é uma experiência que se tem numa esfera totalmente diferente. É
possível que alguém conheça todo o livro de Romanos e ainda assim não ser
justificado, de maneira semelhante. Um homem pode conhecer com muito detalhe o
livro de Efésios sem haver visto o Corpo de Cristo. Não necessitamos de
conhecimento, mas de revelação para compreender a realidade do Corpo de Cristo
e para entrar na esfera do Corpo. Somente uma revelação da parte de Deus nos
pode introduzir na esfera do Corpo e só então o Corpo de Cristo chega a ser
nossa experiência.
Em Atos 2 parece que Pedro estivesse pregando
o Evangelho sozinho e que 3000 pessoas foram salvas por intermédio dele, porém
devemos lembrar que os outros onze apóstolos estavam de pé junto com ele; o
Corpo de Cristo estava pregando o Evangelho, esta não era a pregação de um só
indivíduo. Se tivermos a visão do Corpo, veremos que o individualismo não nos
conduzirá a nenhum lado.
Watchman Nee
Extraído do livro: O Mistério de Cristo
sexta-feira, 9 de março de 2012
o que ligardes na terra...
O Poder da Harmonia na Oração
Watchman Nee
Extraído
e adaptado do livro “O Ministério de Oração da Igreja”, de
Watchman Nee (Editora Vida, edição esgotada)
“Em verdade
vos digo que tudo o que ligardes na terra terá sido ligado nos céus, e tudo o
que desligardes na terra terá sido desligado nos céus” (Mt 18.18).
As palavras de Jesus concedem
grande poder à igreja. De acordo com esse texto, a ação na Terra precede a ação
no Céu.
Não que o Céu liga primeiro, mas sim a Terra; não que o Céu desliga primeiro,
mas que a Terra desliga primeiro. A ação do Céu é governada pela ação da Terra.
Tudo o que contradiz a Deus precisa ser atado, e tudo o que concorda com Deus
precisa ser desatado. Seja o que for que deva ser atado ou desatado, o atar ou
desatar começa na Terra. A ação na Terra precede a ação do Céu, pois a Terra
governa o Céu.
Como pode ser isso? Primeiro, são
afirmações muito fortes que parecem colocar a Terra acima do Céu. A igreja hoje
(assim como o foi em outras épocas da sua história ) está cheia de pessoas que
gostariam muito de exercer esse poder, de mover Deus, de mudar as
circunstâncias, de ter domínio sobre as coisas. Sabemos que, na grande maioria
dos casos, o resultado não é o esperado, e o homem e a igreja na Terra
continuam não governando coisa alguma.
O contexto da passagem acima é
muito claro: Jesus estava falando à Igreja (veja Mt 18.17). Ele estava
entregando as chaves do Reino para a Igreja. Assim como Jesus possuía essas
chaves e ligava e desligava as coisas na Terra durante seu ministério aqui, ele
estava comissionando seus discípulos e seguidores, sua Igreja, a fazer o mesmo
(confere Lc 22.29; Jo 14.12 etc.).
Em outras palavras, Deus se autolimitou para agir por meio da Igreja. Não temos base bíblica para fazer declarações extremas, como, por exemplo, que Deus não pode fazer nada a não ser pela Igreja, mas podemos afirmar que esse é o seu princípio de ação. Desde a criação, seu grande plano é agir em cooperação com um instrumento frágil e impotente, que é o homem, para frustrar e vencer seu arquiinimigo, Satanás.
A Vontade de Deus
Em outras palavras, Deus se autolimitou para agir por meio da Igreja. Não temos base bíblica para fazer declarações extremas, como, por exemplo, que Deus não pode fazer nada a não ser pela Igreja, mas podemos afirmar que esse é o seu princípio de ação. Desde a criação, seu grande plano é agir em cooperação com um instrumento frágil e impotente, que é o homem, para frustrar e vencer seu arquiinimigo, Satanás.
A Vontade de Deus
Deus recusa-se a simplesmente usar
sua vontade superior para vencer Satanás, ou mesmo o homem. Ele está
trabalhando de acordo com um plano meticuloso para trazer a vontade do homem à
harmonia com a sua. A harmonia da vontade do homem com a vontade de Deus será
de fato o maior trunfo e a maior glória para Deus.
Dessa forma, podemos concluir que o
ministério ou vocação da Igreja não é meramente pregar o Evangelho, mas trazer
à Terra a vontade que está nos céus. E como a Igreja faz isso? Através do
ministério da oração, que não é uma atividade meramente devocional ou opcional,
mas uma obra relacionada com a função central da Igreja.
Como se define, então, o ministério
da oração? É Deus dizendo à Igreja o que ele deseja fazer, de modo que a Igreja
na Terra possa orar, expressando a vontade dele. Tal oração não é pedir que
Deus faça o que nós queremos, mas pedir-lhe que faça o que ele deseja
fazer. A Igreja precisa declarar na Terra que ela deseja a vontade de Deus. Se
ela falhar nisso, será de muito pouco valor para Deus. O mais alto propósito da
Igreja é permitir que a vontade de Deus seja feita na Terra.
Harmonia
Agora, para que isso seja feito, há
uma condição no versículo seguinte. “Em verdade também vos digo que, se dois dentre
vós, sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer coisa que, porventura,
pedirem, ser-lhes-á concedida por meu Pai, que está nos céus” (Mt
18.19).
A condição é harmonia. Se dois
dentre vós... Jesus está falando sobre a Igreja. Não é oração
individual. Dois é o número mínimo para que seja representada a Igreja. E eles
precisam concordar, ou seja, precisam estar em harmonia, em plena
unidade, como uma sinfonia executada por instrumentos musicais. Essa harmonia
não é uma concordância momentânea a respeito de um determinado pedido. É a
harmonia do Espírito Santo.
Nós não ligamos nem desligamos as
coisas na Terra de forma que sejam ligadas ou desligadas no Céu, simplesmente
porque duas ou mais pessoas decidiram que deveria ser assim. Devemos estar
cônscios de que não há possibilidade de harmonia na carne. Para estar em
harmonia, é preciso que as duas pessoas estejam sob o domínio do Espírito
Santo. Isso quer dizer que sou levado por Deus a um ponto em que nego todos os
meus desejos e quero somente o que o Senhor quer; uma outra pessoa, da mesma
forma, é levada pelo Espírito Santo ao ponto de negar todos os seus desejos e
querer somente a vontade do Senhor. Eu e ela, ela e eu, ambos somos levados a
um ponto em que há harmonia tal como a que existe na música. Então, tudo o que
pedirmos, Deus o fará no Céu por nós.
Tenha em mente que a oração não é a
primeira coisa a ser feita. A oração é um passo que segue os outros passos da
harmonia. O mais importante é descobrir quais são esses passos, como entrar em
sintonia com Deus e com nossos irmãos, através de verdadeira comunhão vertical
e horizontal, antes de tentarmos usar as chaves. É por isso que, num grupo de
oração, é importante não só orar, mas também conversar e buscar sintonia uns
com os outros na presença de Deus. Do contrário, estaremos orando juntos, mas
com a mesma ineficácia como se estivéssemos orando sozinhos.
Se nossa vida natural é trabalhada
pelo Senhor e somos levados a reconhecer a realidade do Corpo de Cristo, então
estaremos em harmonia e nossas orações também estarão em harmonia. Uma vez que
o que vemos é harmonioso, estamos qualificados para ser porta-vozes da vontade
de Deus. Descobriremos a vontade de Deus, usaremos as chaves do reino para
ligar e desligar, e o Céu atenderá a Terra.
O ministério principal da Igreja,
então, é sua função de corpo, fundamentado na unidade. Quando pelo menos dois
indivíduos estão em harmonia, eles não têm senão um só alvo, que é dizer a
Deus: “Queremos que tua vontade seja feita na Terra, assim como é feita no
Céu”. Quando a Igreja permanece em tal base e ora de acordo com ela, a vontade
de Deus será feita. Se assim não for, é vã a nossa vida de Igreja. O grau da
operação de Deus é determinado pelo grau de oração na Igreja. A manifestação do
poder de Deus não excederá à oração da Igreja. É Deus quem primeiro deseja
fazer certa coisa, mas a Igreja precisa preparar o caminho com oração de modo
que ele possa ter uma estrada. Se a oração for sempre centralizada no eu, em
problemas pessoais e em pequenos ganhos ou perdas, onde estará o meio pelo qual
o eterno propósito de Deus se manifestará?
A Presença de Jesus
A dimensão do poder da Terra sobre
o Céu é revelada no versículo 20: “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em
meu nome, ali estou no meio deles”. Por que há tanto poder na
Terra? Por que o orar em harmonia tem efeito tão tremendo? O que confere a duas
ou três pessoas, orando em harmonia, tanto poder? É porque a presença do
próprio Jesus está ali. É este o verdadeiro motivo da unanimidade. Quando nos
reunimos, não devemos vir como espectadores nem porque estamos buscando algo
para nós mesmos. Somos chamados para nos reunirmos em nome do Senhor, por amor
ao nome dele, para buscar glória para ele.
Nesse caso, haverá harmonia e o
próprio Jesus estará dirigindo tudo. Por isso, tudo que for ligado na Terra
será ligado no Céu, e tudo que for desligado na Terra será desligado no Céu. O
Senhor estará operando juntamente com sua Igreja. Se o Senhor está presente, a
Igreja pode ligar e desligar. Mas se o Senhor não está no meio dela, nada
poderá fazer. Tampouco esse poder é dado a indivíduos; somente a Igreja recebeu
tal autoridade. Deixemos de limitar a ação do Senhor na Terra – busquemos
cumprir o nosso chamado principal como sua Igreja!
Fonte - Revista
Impacto/outubro - 2005
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