sábado, 14 de março de 2020

#inequivocadamente

Vimos que o propósito de Deus na Bíblia e por meio dela é rigorosamente prático. Ele a estabeleceu como seu instrumento principal a fim de trazer as pessoas para a "salvação", entendida em seu mais amplo e completo sentido. A Bíblia inteira é um evangelho de salvação, e o evangelho é "o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê" (Rm 1.16). Ela então aponta seus muitos dedos inequivocamente para Cristo, de modo que seus leitores o vejam, creiam nele e sejam salvos.

O apóstolo João escreve algo bem parecido no final de seu evangelho. Ele havia registrado apenas uma seleção dos sinais de Jesus - diz ele - pois Jesus havia realizado muitos outros. Ele prossegue:

Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome. (João 20.31)


João vê o propósito último da Escritura ("o que foi registrado") da mesma forma que Paulo vê. João o chama de "vida", Paulo, de "salvação", mas as palavras são quase sinônimas. Os dois apóstolos concordam ainda que esta vida ou salvação está em Cristo, e que para recebê-la devemos crer nele. Ambos apresentam exatamente a mesma sequência de passos: Escritura - Cristo - fé - salvação. A Escritura testifica de Cristo, a fim de evocar a fé em Cristo, de modo a produzir vida naquele que crê.

A conclusão é simples. Sempre que lemos a Bíblia devemos procurar por Cristo. E devemos continuar procurando até que o vejamos e creiamos. Apenas a medida que continuarmos a nos apropriar pela fé das riquezas de Cristo que nos são reveladas na escritura poderemos crescer rumo à maturidade espiritual e nos tornarmos homens e mulheres de Deus perfeitamente habilitados para toda boa obra" (2Tm 3.17).


John Stott




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