sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Viver a Sua vontade...










A fábula da lagarta e o profeta Jonas


São dez horas da manhã de uma quarta-feira qualquer na margem oriental do rio Tigre, na Mesopotâmia. Uma lagarta de nome Rá sai a procurar alimento. De longe avista uma enorme aboboreira, viçosa, aparentando estar muito apetitosa. Quando consegue se aproximar e investe contra a primeira folha, percebe que de fato trata-se de uma obra prima de Deus. Logo pensa consigo mesma: - "Tenho alimento para toda a minha vida".

Mas à medida que vai avançando na sua atividade alimentícia, ouve uma voz lamuriosa. Aguça sua audição e confirma a suspeita de que há alguém debaixo da aboboreira. Procura ver entre as folhas e então distingue um homem com cara de tacho, deitado à sombra de sua refeição. O homem começa a dizer: "Como é que se pode ser profeta em Israel com um Deus misericordioso como Jeová? Minha vida não tem mais sentido! Tudo o que eu queria é ver Nínive ser destruída, ver as pessoas pagando por seus pecados". Rá então começa a descer atraída pela fala do estranho, chegando bem perto, ouve um pouco mais do choramingo do pobre coitado: “Eu quero viver o resto de minha vida deitado debaixo desta aboboreira". Quando Ra escuta isto percebe que seu colega não está raciocinando bem, e faz uma interferência:
 —"Como é que é? Você que pode ir mais longe tem inteligência para compreender as coisas, e não quer mais viver?" Jonas ouve intrigado a fala de Rá, a procura e localizando-a lhe responde:
—"O fato de poder andar rapidamente, ter inteligência, não significa que as coisas são boas para mim. Eu gostaria que Deus fizesse o que penso ser o melhor para o meu povo Israel, matando todos os habitantes de Nínive".
—"Mas meu amigo, você me parece ter uma certa experiência de vida e ainda não aprendeu o papel de cada um de nós? Eu sou uma lagarta e vivo o meu ciclo da vida, nascendo, alimentando-me de folhas como estas, construindo um casulo, passando por um período de hibernação, para desenvolver uma nova estrutura física, libertar-me do casulo, sair voando como uma borboleta, visitar centenas de flores, e então morrer. Minha tarefa é polinizar as flores, dando continuidade ao ciclo da vida, expressando a glória de Deus".
—"Mas minha amiga, como posso expressar em minha vida a glória de Deus, se as coisas acontecem de forma diferente do que espero. Eu aprendi que os inimigos do meu povo, que é o povo eleito, devem ser eliminados. Também sei que o nosso Deus, que operou tantos milagres no passado, sempre se mostrou misericordioso. Quando ele mandou-me procurar os ninivitas para pregar o juízo sobre eles, eu fugi pois sabia que o Senhor iria mudar sua sentença em razão do arrependimento que eles certamente demonstrariam".
—"Mas meu amigo, você não é profeta de Deus? Não conhece os segredos de Deus quanto ao seu povo? Sabe que a vontade de Deus é que todos sejam alcançados? Como você pode questioná-Lo em suas ações? Afinal de contas, você é profeta de Deus ou de si mesmo?
—"Não, sua lagarta, eu sou profeta, mas nem sei mais de quem. Tudo me parece muito obscuro. O que eu sinto agora é uma frustração muito grande com tudo o que aconteceu".
—"Você não acha que está invertendo alguns valores, dando mais peso à sua posição, sendo egoísta?"
—"Egoísta, eu? Como é que você pode dizer uma coisa desta? Eu só gostaria que Deus fizesse o que é certo!"
—Mas você conhece a história daquele povo, porém não conhece aquelas pessoas, individualmente. Como você pode odiar sendo profeta de Deus?"
—"Deus não pode ser misericordioso desta maneira. Não dá pra ser feliz como profeta de um Deus que perdoa a qualquer um!"
—"Parece-me que o seu ponto de referência é você mesmo, quando deveria ser o seu Deus. Se Ele lhe deu vida, revelou-lhe o seu propósito, então sua referência precisa ser o próprio Deus".
—"Não adianta você ficar falando comigo essas coisas, porque eu não vou mudar de idéia, não vou abrir mão de minhas convicções, e não quero saber de ser misericordioso!"
—"É meu caro amigo, qualquer um que vive pensando que pode brincar de ser Deus, que não aceita os processos naturais da vida, que se entrega a uma tristeza como a que você está cultivando, não tem muito futuro. Sem compreender a Deus, e viver a sua vontade, não há como ser feliz nesta terra. Veja bem, o Senhor criou-me e enviou-me para que comesse esta aboboreira. Certamente quer que você reflita sobre sua insensatez".

Rá, então retorna à sua folha pensando: - "Humanos, não sabem o que querem. Perdem tanto tempo com coisas que não valem a pena. Se procurassem viver para a glória de Deus intensamente seriam mais felizes e fariam coisas mais importantes. Enfim...


Fonte:
Por Orlando Silva Filho e Rosely Fantoni
Pastor da Ig. Batista Nacional Antioquia
( Extraído do site InJesus)
antioquia@injesus.com.br

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