Imagino que alguém dirá: “Bem, se nos é permitido condenar os atos dos nossos inimigos, punindo e matando-os, que diferença poderá haver entre a moralidade cristã e a perspectiva comum?” Acredito que toda a diferença do mundo! Lembre: nós cristãos acreditamos que o homem viverá para sempre. Portanto, o que importa realmente são aqueles pequenos marcos ou deformações do lado de dentro da alma que se reverterão, a longo prazo, em uma criatura ou celeste ou infernal. Devemos matar, se necessário, mas não devemos jamais odiar (os inimigos) ou ter prazer em odiá-los. Devemos punir, se necessário, mas não devemos sentir prazer em fazê-lo. Em outras palavras, o que é preciso matar é algo que está dentro de nós: a mágoa e o ressentimento, o desejo de querer conquistar-se a si mesmo de volta. Não quero dizer que algum de nós seja capaz de decidir, de uma hora para a outra, que nunca mais sentirá isso. Não é assim que as coisas acontecem. O que eu quero dizer é que, toda vez que isso nos passar pela cabeça, dia após dia, ano após ano, por toda a nossa vida, é preciso que façamos o que é certo. Trata-se de um trabalho pesado, mas a tentativa não é impossível. Mesmo quando matamos e punimos, temos que nos empenhar em ter o mesmo sentimento pelo inimigo que temos por nós mesmo – temos que torcer para que ele deixe de ser mau; esperar que ele seja curado quer seja neste mundo, quer no outro; temos que desejar sinceramente o melhor para ele, sem fazer de conta que somos seus fãs ou sem dizer que ele é legal quando não o é.
C S Lewis – Cristianismo Puro e Simples
Que seja uma semana de grande intimidade com Deus!
Bom dia!!
Inté+
Jair Tomaz
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