Posso remover montanhas. Pela fé. Palavras de Jesus: "Em verdade vos digo que se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: passa daqui para acolá - e há de passar, e nada vos será impossível." (Mateus 17.20).
Não preciso usar instrumento nenhum: basta falar, e o monte sai do lugar dando-me passagem. Como numa história das Mil e uma Noites.
A promessa de Jesus não é para ser entendida literalmente, o que pouco significaria; ela tem uma amplitude muito maior porque está a informar-nos que a fé é o acompanhante essencial da oração. Orar sem fé é orar em pura perda.
Se penso em pedir algo a Deus tenho que começar crendo nele. Crendo na sua Palavra, que me manda orar. Crendo na sua intervenção na ordem natural das coisas, ou seja, na sua providência. Crendo nas suas promessas - aqui vai mais uma, de Jesus:
"Pedi e dar-se-vos-á; buscai e encontrareis; batei e abrir-se-vos-á" (Mateus 7.7).
Mais de uma vez Jesus assegurou aos seus discípulos que as orações feitas em nome dele são orações respondidas, embora nem sempre de acordo com a nossa vontade.
É assim que quanto mais leio as Escrituras tanto mais me disponho a crer quando oro. E isso é muito importante - como posso pedir se não tenho esperança de receber?
A atitude mental de quem ora pode ser decisiva: mede-se a oração pela medida da fé com que ela é feita.
A fé não implica só em pedir, mas em esperar. Esperar pela resposta. Algumas vezes, a resposta é imediata; outras, não. Deus não tem pressa. Deus não se precipita. Não se impacienta. Se queremos frutos há de ser na estação própria: fruto temporão1 é fruto sensaborão2.
Mas custa esperar, principalmente em determinadas circunstâncias. Revolvemo-nos na cama, foge-nos o sono, querendo antecipar uma solução que Deus ainda não deu.
Pode até acontecer que cause revolta essa aparente displicência de Deus. Foi o que aconteceu com Marta e Maria, quando o irmão faleceu. Jesus fora prevenido a tempo, por um recado que elas lhe tinham enviado. "Senhor, eis que está enfermo aquele que tu amas" (João 11.3). Mas Jesus, que estava longe, demorou a atendê-las, ficando mais dois dias no lugar em que se encontrava. Quando resolveu partir, era tarde: Lázaro - esse era o nome do enfermo - estava morto. Morto e sepultado. Ao vê-lo chegar, Marta lhe disse com uma ponta de ressentimento:
"Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido" (João 11.21).
Faltou-lhe fé: porque a fé espera sempre; nunca desespera. E enquanto espera ela se fortalece e por isso Deus fá-la esperar. Para que se torne adulta, deixando de ser a criança que quer tudo imediatamente.
A caverna em que Lázaro fora sepultado era a montanha que Marta e Maria deviam esperar que Cristo removesse, mesmo que se tivessem passado 4 dias depois do enterro.
Para a fé o tempo não existe: tanto pode ser hoje como pode ser amanhã; tanto pode ser no tempo como pode ser na eternidade.
Foi assim que os patriarcas morreram. Morreram na fé.
"Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, e crendo-as, e abraçando-as, confessaram que eram peregrinos na terra" (Hebreus 11.13)
2 Sensaborão: Aquele que é extremamente sensabor, sem gosto.
Pastor Rubens Lopes.
Obs.: a meu pai Jair Tomaz... porque a fé em Deus tem norteado sua vida!
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