sábado, 14 de maio de 2022

pecados intocáveis - ira (parte I)

 

Pecados intocáveis – Jerry Bridges

 

[…], precisamos analisar mais profundamente a ira e os seus resultados turbulentos. É normal pensarmos na ira tendo em vista alguns episódios. Ficamos com ira, e depois nos acalmamos. Às vezes pedimos desculpas à pessoa com quem nos enfurecemos, e outras vezes deixamos “passar batido”. Mas, de algum modo, a outra pessoa, com ou sem pedido de desculpas, supera a postura defensiva – seja ela uma contestação furiosa ou um ressentimento guardado na alma – e a vida continua. O relacionamento foi arranhado, mas não desfeito. Não é um jeito fantástico de viver com alguém, contudo é tolerável. Essa parece ser a maneira de muitos cristãos enxergarem o pecado da ira. Aceitam-na como parte da vida.

 

No entanto, a Bíblia não é toda complacente com a ira. Pelo contrário, manda que seja eliminada de nossa vida (v. Ef 4.31; Cl 3.8). Se você examinar esses versículos, descobrirá que, em cada um deles, a ira está associada a pecados horríveis como amargura, reclamação, calúnia, maldade e conversa obscena. Também está incluída na lista de pecados repugnantes de 2 Coríntios 12.20. É óbvio que a ira não anda bem acompanhada e normalmente se associa ao que consideraríamos pecados sérios, podendo até mesmo nos fazer cair em alguns deles.

 

Mas como entender o versículo que diz: “Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira” (Ef 4.26 [ARC])? Paulo não está dando permissão para sentirmos ira, e muito menos nos mandando ficar com ira, como o modo imperativo do verbo pode sugerir. Sabendo que sentimos ira, Paulo está nos ensinando a lidar com ela. Basicamente está dizendo: “Não se agarre à ira. Livre-se dela  o mais rápido possível”. Este é o motivo do esclarecimento: “Não se ponha o sol sobre a vossa ira”.

 

Temos uma expressão idiomática que aconselha: “Corte o mal pela raiz”. É isso o que Paulo nos manda fazer. Lide com sua ira imediatamente, mas, acima de tudo, não vá dormir cheio de ira. Na melhor das hipóteses, ira é pecado (com rara exceção da ira legítima); na pior das hipóteses, ela dá origem a pecados mais sérios.



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