Conforme a teoria evolutiva mais comumente aceita em nossos dias, o único mecanismo para a evolução é a combinação de mutações aleatórias e seleção natural. Mutações são mudanças aleatórias no sistema genético. Seleção natural é considerada pelos evolucionistas como um tipo de peneira, que retém as mutações “benéficas” e ignora as outras.
Uma vez que mudanças aleatórias em sistemas ordenados quase sempre irão decrementar seus níveis de ordem, praticamente todas as mutações são maléficas aos organismos que as experimentam. Entretanto, o evolucionista insiste que cada organismo complexo existente em nosso mundo hoje surgiu devido a um longo processo de acúmulo de mutações benéficas preservadas pela seleção natural. Nunca ninguém efetivamente observou a ocorrência de uma mutação benéfica genuína na natureza (isto é, que adicione informação genética a um código genético existente), e que, ainda, tenha sido preservada pelo processo de seleção. Por alguma razão, contudo, a ideia possui certo apelo qualitativo e soa eminentemente razoável a muitos – pelo menos até ser examinada quantitativamente.
Por exemplo, considere um simples organismo qualquer composto de apenas 200 partes funcionais e integradas, e o problema de se derivar este organismo através desse tipo de processo. O sistema presumivelmente deve iniciar com apenas uma única parte e então se desenvolver gradualmente ao longo de várias gerações até chegar a 200 partes organizadas. O organismo em desenvolvimento, a cada estágio sucessivo, deve ser integrado e funcional em seu ambiente a fim de sobreviver até o próximo estágio. Cada estágio sucessivo, decerto, se torna estatisticamente menos provável que seu antecessor, uma vez que em um sistema complexo é muito mais susceptível à deterioração que ao aperfeiçoamento. Um sistema integrado de quatro componentes pode mais facilmente sofrer uma mutação (isto é, mudar de alguma forma rapidamente) em direção a um sistema de três componentes (ou mesmo para um sistema não funcional de quatro componentes) do que para um sistema integrado de cinco componentes. Se, em qualquer fase do processo, o sistema sofrer uma mutação deletéria, este ou será completamente comprometido [destruído] ou retrocederá, evolutivamente falando.
Não obstante, o êxito na formação de um organismo de 200 componentes funcionais requer, pelo menos, 200 mutações sucessivas e bem sucedidas, sendo cada uma delas igualmente improváveis. Até evolucionistas admitem que mutações reais são muito raras, e mutações benéficas são extremamente raras – não mais do que uma em mil mutações são benéficas, na maioria dos casos.
Porém, vamos dar aos evolucionistas o benefício de todas as considerações. Assumamos que, a cada passo do processo, as chances existentes para mutações boas e ruins sejam iguais. Assim, a probabilidade para o sucesso de cada mutação é assumida como sendo uma em duas, ou a metade. A teoria elementar da estatística mostra que a probabilidade para o êxito de 200 mutações sucessivas é de (½)200, ou uma chance em 1060. O número 1060, se escrito, seria “um” seguido de sessenta “zeros”. Em outras palavras, a chance para que um organismo de 200 componentes pudesse ser formado através de mutações e seleção natural seria menos que uma em um trilhão, trilhão, trilhão, trilhão, trilhão! Antes que alguém pense que um sistema composto de 200 partes seja irracionalmente complexo, deve-se notar que mesmo uma planta ou animal unicelular pode conter milhões de “partes” moleculares.
O evolucionista pode reagir dizendo que mesmo que um organismo em mutação possa não ser bem sucedido, certamente algum ao redor do mundo poderia o ser, especialmente nos 10 bilhões de anos (ou 1018 segundos) assumidos para a história da Terra. Portanto, imaginemos que cada um dos 1014 pés quadrados [ou 9,29×1013 m²] da superfície da Terra abrigasse um bilhão (ou seja, 109) de sistemas em mutação e que cada mutação ocorresse a cada meio segundo (na verdade levaria muito mais tempo do que isso). Cada sistema poderia, assim, completar 200 mutações em 100 segundos e, em seguida, caso não fosse bem sucedida, começar de novo para uma nova tentativa. Em 1018 segundos, seriam, portanto, 1018/102, ou 1016 tentativas para cada sistema mutante. Multiplicando-se todos os números, a quantidade total possível de tentativas para o desenvolvimento de um sistema composto de 200 partes integradas é igual a 1014x(109)x(1016), ou 1039 tentativas. Uma vez que a probabilidade contra o sucesso de qualquer uma delas é de 1060, é evidente que a probabilidade para que apenas uma dessas 1039 tentativas seja bem sucedida é de somente uma em 1060/1039, ou 1021.
Tudo isto significa que a chance para que qualquer tipo de organismo composto de 200 partes integradas e funcionais possa ser desenvolvido através de mutações e seleção natural apenas uma única vez, em qualquer lugar do mundo, considerando toda a expansão geológica temporal, é menos que uma em um bilhão trilhão. A possível conclusão, portanto, que poderíamos derivar de tais considerações é que a evolução por mutações e seleção natural é matematicamente e logicamente indefensável.
Discussão
Tem havido diversas outras maneiras em que criacionistas utilizaram de argumentos probabilísticos para refutar o evolucionismo, especialmente a ideia da preservação de mudanças aleatórias, se benéficas, pela seleção natural. James Coppedge devotou praticamente um livro inteiro, Evolution: Possible or Impossible (Zondervan, 1973, 276 pp.) [em tradução livre, “Evolução: Possível ou Impossível”], neste tipo de abordagem. Eu mesmo tenho usado outros tipos de argumentos baseados em probabilidade para o mesmo fim (veja, e.g., Science and Creation, Master Books, pp. 161-201).
O primeiro livro deste tipo, até onde tenho conhecimento, que refuta a evolução usando matemática e probabilidade foi escrito por um pastor, W. A. Williams, em 1928. Intitulado Evolution Disproved [“Evolução Refutada”], causou-me grande impacto da primeira vez que o li, em 1943, tempo em que eu mesmo lutava contra a evolução.
De fato, os próprios evolucionistas têm atacado o darwinismo tradicional nos mesmos termos (confira o Simpósio do Instituto Wistar, Mathematical Challenges to the Neo-Darwinian Interpretation of Evolution, 1967, 140 pp.) [clique aqui]. Embora aqueles cientistas não rejeitassem a evolução, eles insistiam que o postulado darwiniano da aleatoriedade jamais poderia funcionar.
Ademais, uma vez que a lei do aumento da entropia, ou a segunda lei da termodinâmica, é essencialmente uma afirmação de probabilidades, muitos escritores têm usado essa lei para demonstrar que a evolução é, em qualquer escala de significância, impossível. Evolucionistas tem comumente ignorado os argumentos ou mesmo utilizado argumentos vazios como resposta (“qualquer coisa pode ocorrer se dado o tempo necessário”; “a Terra é um sistema aberto, logo a segunda lei não se aplica”; “ordem pode surgir do caos através de estruturas dissipativas”; etc.) [clique aqui]. No mundo real das observações científicas, oposto às especulações metafísicas, todavia, nenhum sistema ‘mais complexo’ pode “evoluir” de um sistema ‘menos complexo’, ao passo que a probabilidade da origem naturalista da forma de vida mais simples é zero.
A existência de complexidade, de qualquer tipo, é evidência para Deus e a criação. “Ergam os olhos e olhem para as alturas. Quem criou tudo isso? Aquele que põe em marcha cada estrela do seu exército celestial, e a todas chama pelo nome. Tão grande é o seu poder e tão imensa a sua força, que nenhuma delas deixa de comparecer!” (Isaías 40:26).
(Traduzido na íntegra de Dr. Henry Morris, “The Mathematical Impossibility of Evolution”, pg. b-c, ICR, 2003)
extraído de:
https://engenhariafilosofica.com/2016/01/07/a-impossibilidade-matematica-da-evolucao/
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