sábado, 5 de novembro de 2022

#preço a ser pago?

  

Muitos abraçam o evangelho pensando apenas naquilo que podem lucrar com sua decisão. Infelizmente, a negligência da igreja começa a partir da nossa própria pregação e ensino, em nossa apresentação do cristianismo, que tem se tornado, cada vez mais focada nos benefícios que as pessoas podem ter – em detrimento do preço que elas terão de pagar.

 

Preço? Você falou em preço a ser pago na vida cristã?

 

Eu não, quem falou foi Jesus! Ele é quem disse que temos que calcular o custo antes de começar a carreira cristã.

 

O conflito que esse conceito gera se deriva de uma visão incompleta dos princípios bíblicos. Ultimamente tenho ouvido muita gente afirmar que “quem entende a graça sabe que não há lugar para esforço na vida cristã”. O problema dos que fazem tal afirmação é que estão apenas com parte da verdade, não estão enxergando o quadro todo.

 

Quando chegamos a Cristo, recebemos uma salvação que é pela fé, e não por obras (Ef 2.8-9). Não há mérito algum em nós e nada que possamos fazer que nos qualifique a receber a salvação como se ela fosse algum tipo de recompensa. Isso é mais do que óbvio, e ninguém questiona essa verdade. Porém, uma coisa é dizer que nossos esforços não nos fazem merecedores – o que é fato – e outra é dizer que eles não são necessários e que não podem, em hipótese alguma, interagir com a graça. O próprio Cristo afirmou: ESFORCEM-SE para entrar pela porta estreita, porque eu lhes digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão (Lc 13.24, NVI – grifo do autor). Se não há necessidade de esforço, por que Jesus exigiria isso de nós?

 

A graça não é uma obra unilateral da parte de Deus. O acesso à graça é por meio da fé (Rm). Se eu não crer, não acesso os depósitos da graça. Portanto, a graça não apenas age em nossa vida; ela reage ao nosso comportamento de fé. E essa fé não se expressa somente por meio de palavras (Rm 10.9, 10), mas também por meio de obras (Tg 2.17, 18).

 

As recomendações bíblicas sobre diligência, dedicação e esforço são abundantes no Novo Testamento. Embora elas não nos façam merecedores de Deus ou de seu reino, não significa em absoluto, que Deus e seu reino não mereçam nossa diligência, esforço e dedicação. Observe a instrução do apóstolo Pedro: Por isso mesmo, vós, reunindo TODA A VOSSA DILIGÊNCIA […]. Por isso, irmãos, procurai, COM DILIGÊNCIA CADA VEZ MAIOR,  confirmar a vossa vocação e eleição; portanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum (1Pe 1.10 – grifo do autor).


- Luciano Subirá - Até que nada mais importe. p. 37 -




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