sábado, 26 de novembro de 2022

#evolução x matemática

 Conforme a teoria evolutiva mais comumente aceita em nossos dias, o único mecanismo para a evolução é a combinação de mutações aleatórias e seleção natural. Mutações são mudanças aleatórias no sistema genético. Seleção natural é considerada pelos evolucionistas como um tipo de peneira, que retém as mutações “benéficas” e ignora as outras.

Uma vez que mudanças aleatórias em sistemas ordenados quase sempre irão decrementar seus níveis de ordem, praticamente todas as mutações são maléficas aos organismos que as experimentam. Entretanto, o evolucionista insiste que cada organismo complexo existente em nosso mundo hoje surgiu devido a um longo processo de acúmulo de mutações benéficas preservadas pela seleção natural. Nunca ninguém efetivamente observou a ocorrência de uma mutação benéfica genuína na natureza (isto é, que adicione informação genética a um código genético existente), e que, ainda, tenha sido preservada pelo processo de seleção. Por alguma razão, contudo, a ideia possui certo apelo qualitativo e soa eminentemente razoável a muitos – pelo menos até ser examinada quantitativamente.

Por exemplo, considere um simples organismo qualquer composto de apenas 200 partes funcionais e integradas, e o problema de se derivar este organismo através desse tipo de processo. O sistema presumivelmente deve iniciar com apenas uma única parte e então se desenvolver gradualmente ao longo de várias gerações até chegar a 200 partes organizadas. O organismo em desenvolvimento, a cada estágio sucessivo, deve ser integrado e funcional em seu ambiente a fim de sobreviver até o próximo estágio. Cada estágio sucessivo, decerto, se torna estatisticamente menos provável que seu antecessor, uma vez que em um sistema complexo é muito mais susceptível à deterioração que ao aperfeiçoamento. Um sistema integrado de quatro componentes pode mais facilmente sofrer uma mutação (isto é, mudar de alguma forma rapidamente) em direção a um sistema de três componentes (ou mesmo para um sistema não funcional de quatro componentes) do que para um sistema integrado de cinco componentes. Se, em qualquer fase do processo, o sistema sofrer uma mutação deletéria, este ou será completamente comprometido [destruído] ou retrocederá, evolutivamente falando.

Não obstante, o êxito na formação de um organismo de 200 componentes funcionais requer, pelo menos, 200 mutações sucessivas e bem sucedidas, sendo cada uma delas igualmente improváveis. Até evolucionistas admitem que mutações reais são muito raras, e mutações benéficas são extremamente raras – não mais do que uma em mil mutações são benéficas, na maioria dos casos.

Porém, vamos dar aos evolucionistas o benefício de todas as considerações. Assumamos que, a cada passo do processo, as chances existentes para mutações boas e ruins sejam iguais. Assim, a probabilidade para o sucesso de cada mutação é assumida como sendo uma em duas, ou a metade. A teoria elementar da estatística mostra que a probabilidade para o êxito de 200 mutações sucessivas é de (½)200, ou uma chance em 1060. O número 1060, se escrito, seria “um” seguido de sessenta “zeros”. Em outras palavras, a chance para que um organismo de 200 componentes pudesse ser formado através de mutações e seleção natural seria menos que uma em um trilhão, trilhão, trilhão, trilhão, trilhão! Antes que alguém pense que um sistema composto de 200 partes seja irracionalmente complexo, deve-se notar que mesmo uma planta ou animal unicelular pode conter milhões de “partes” moleculares.

O evolucionista pode reagir dizendo que mesmo que um organismo em mutação possa não ser bem sucedido, certamente algum ao redor do mundo poderia o ser, especialmente nos 10 bilhões de anos (ou 1018 segundos) assumidos para a história da Terra. Portanto, imaginemos que cada um dos 1014 pés quadrados [ou 9,29×1013 m²] da superfície da Terra abrigasse um bilhão (ou seja, 109) de sistemas em mutação e que cada mutação ocorresse a cada meio segundo (na verdade levaria muito mais tempo do que isso). Cada sistema poderia, assim, completar 200 mutações em 100 segundos e, em seguida, caso não fosse bem sucedida, começar de novo para uma nova tentativa. Em 1018 segundos, seriam, portanto, 1018/102, ou 1016 tentativas para cada sistema mutante. Multiplicando-se todos os números, a quantidade total possível de tentativas para o desenvolvimento de um sistema composto de 200 partes integradas é igual a 1014x(109)x(1016), ou 1039 tentativas. Uma vez que a probabilidade contra o sucesso de qualquer uma delas é de 1060, é evidente que a probabilidade para que apenas uma dessas 1039 tentativas seja bem sucedida é de somente uma em 1060/1039, ou 1021.

Tudo isto significa que a chance para que qualquer tipo de organismo composto de 200 partes integradas e funcionais possa ser desenvolvido através de mutações e seleção natural apenas uma única vez, em qualquer lugar do mundo, considerando toda a expansão geológica temporal, é menos que uma em um bilhão trilhão. A possível conclusão, portanto, que poderíamos derivar de tais considerações é que a evolução por mutações e seleção natural é matematicamente e logicamente indefensável.

Discussão

evolution_possible-impossible2Tem havido diversas outras maneiras em que criacionistas utilizaram de argumentos probabilísticos para refutar o evolucionismo, especialmente a ideia da preservação de mudanças aleatórias, se benéficas, pela seleção natural. James Coppedge devotou praticamente um livro inteiro, Evolution: Possible or Impossible (Zondervan, 1973, 276 pp.) [em tradução livre, “Evolução: Possível ou Impossível”], neste tipo de abordagem. Eu mesmo tenho usado outros tipos de argumentos baseados em probabilidade para o mesmo fim (veja, e.g., Science and Creation, Master Books, pp. 161-201).

O primeiro livro deste tipo, até onde tenho conhecimento, que refuta a evolução usando matemática e probabilidade foi escrito por um pastor, W. A. Williams, em 1928. Intitulado Evolution Disproved [“Evolução Refutada”], causou-me grande impacto da primeira vez que o li, em 1943, tempo em que eu mesmo lutava contra a evolução.

De fato, os próprios evolucionistas têm atacado o darwinismo tradicional nos mesmos termos (confira o Simpósio do Instituto Wistar, Mathematical Challenges to the Neo-Darwinian Interpretation of Evolution, 1967, 140 pp.) [clique aqui]. Embora aqueles cientistas não rejeitassem a evolução, eles insistiam que o postulado darwiniano da aleatoriedade jamais poderia funcionar.

Ademais, uma vez que a lei do aumento da entropia, ou a segunda lei da termodinâmica, é essencialmente uma afirmação de probabilidades, muitos escritores têm usado essa lei para demonstrar que a evolução é, em qualquer escala de significância, impossível. Evolucionistas tem comumente ignorado os argumentos ou mesmo utilizado argumentos vazios como resposta (“qualquer coisa pode ocorrer se dado o tempo necessário”; “a Terra é um sistema aberto, logo a segunda lei não se aplica”; “ordem pode surgir do caos através de estruturas dissipativas”; etc.) [clique aqui].  No mundo real das observações científicas, oposto às especulações metafísicas, todavia, nenhum sistema ‘mais complexo’ pode “evoluir” de um sistema ‘menos complexo’, ao passo que a probabilidade da origem naturalista da forma de vida mais simples é zero.

A existência de complexidade, de qualquer tipo, é evidência para Deus e a criação. “Ergam os olhos e olhem para as alturas. Quem criou tudo isso? Aquele que põe em marcha cada estrela do seu exército celestial, e a todas chama pelo nome. Tão grande é o seu poder e tão imensa a sua força, que nenhuma delas deixa de comparecer!” (Isaías 40:26).

(Traduzido na íntegra de Dr. Henry Morris, “The Mathematical Impossibility of Evolution”, pg. b-c, ICR, 2003)



extraído de:

https://engenhariafilosofica.com/2016/01/07/a-impossibilidade-matematica-da-evolucao/



sábado, 19 de novembro de 2022

#psicologia e a Bíblia

 

A psicologia é Bíblica?

John Coe

 

 

A resposta é sim, e não, dependendo de quatro maneiras diferentes de interpretar esta controversa pergunta. Mas antes de examinar estas quatro formas, vamos considerar as definições da palavra psicologia.

Definições: (1) Como tarefa, a psicologia tem a ver com a observação e a reflexão sobre as pessoas e suas complexas situações, com o propósito de entender a natureza humana e os seus componentes, crescimento, disfunção e sabedoria para viver; (2) Como um produto, a psicologia é o conjunto sistemático de informações que resultam de uma mente envolvida no entendimento da natureza humana, mudanças, etc. (por exemplo, a psicologia de Freud); (3) Como uma intervenção, a psicologia, ou psicoterapia, é o relacionamento entre o terapeuta e pessoas, que consiste de ouvir com empatia, entender, cuidar com afeto e, quando apropriado, interpretar verbalmente as disfunções, para auxiliar relacionamentos saudáveis, consciência, sabedoria e crescimento.

 

1.       uma psicologia contida na Bíblia? Interpretando a nossa pergunta original com este sentido, a resposta é, claramente, sim. Durante séculos, os teólogos falaram sobre antropologia do Antigo Testamento, a psicologia do Antigo testamento, a psicologia do novo Testamento, a psicologia de Paulo, etc. Os autores bíblicos, sob a inspiração do Espírito Santo, apresentam inúmeras observações e reflexões sobre a natureza da alma humana (Gn 2.7; Lv 24.17), o espírito (Is 29.24), o corpo (Is 31.3), a mente (Fp 2.3), o coração (Sl 90.12), a disfunção (Tg 1.8), o progresso (Ef 3.16-19), o processo de mudança (Rm 12.1, 2), e a sabedoria para viver, como apresenta o livro de Provérbios. Está claro que Deus, sendo o Criador da humanidade, tem uma psicologia abrangente e sistemática, e transmitiu muitas destas noções cruciais por intermédio das reflexões dos autores bíblicos inspirados.

 

2.   As psicologias são formadas separadamente da Bíblia Sagrada e das doutrinas bíblicas? Obviamente, as reflexões de Sigmund Freud e Carl Rogers não são bíblicas, no sentido de que as noções não estão incluídas na Bíblia. No entanto, se as suas teorias bíblicas, no sentido de serem consistenes com a Bíblia ou de estarem refletidas nela, é uma questão mais complexa. Por exemplo, podemos encontrar correlações entre a visão de Freud do “inconsciente” e da “repressão”, e a noção bíblica do “coração oculto” que insiste que sempre há mais nas profundezas de uma pessoa do que na superfície (Pv 14. 13), frequentemente devido à natureza enganadora do coração (Jr 17.9; Rm 1.18). Embora Freud tivesse algumas coisas sensatas e verdadeiras a dizer sobre a natureza dos motivos ocultos do coração, está claro que a sua visão materialista do “inconsciente” e a sua explicação casualmente determinista do funcionamento da mente não são bíblicas. Assim, as psicologias baseadas em observações e reflexões exteriores à Bíblia são uma mistura de ideias que devem ser criticadas uma a uma.

O benefício da investigação destas psicologias extrabíblicas é duplo: (1) Elas podem fornecer exemplos concretos para verdades bíblicas; (2) Elas podem auxiliar a elucidar elementos que os autores bíblicos expuseram apenas superficialmente (por exemplo, vícios e ira).

 

3.       É bíblico envolver-se na tarefa da psicologia, que envolve não somente a Bíblia, mas também a observação e a reflexão extrabíblicas? Os cristãos contemporâneas não chegaram a um consenso sobre isto. Alguns adeptos da posição de aconselhamento bíblico negam qualquer autorização bíblica para isto, ao passo que alguns integracionistas afirmam que existe um precedente bíblico para esta tarefa de fazer psicologia.

Os autores do livro de Provérbios eram homens sábios do Antigo Testamento, que tinham a única função de instruir Israel a viver bem em todas as áreas da vida, submissos a Deus, com base na sua sabedoria e experiência (Pv 1.1-6, 8, 9; 4.1; 6.20). A essência desta sabedoria envolve ter um relacionamento correto com Deus (PV 1.7), que é a fonte suprema de toda a sabedoria (Pv 2.6) e revelação, que é essencial para a saúde mental de um povo (Pv 29.18). Todavia, os homens sábios também insistiram que há uma importante fonte extrabíblica de sabedoria para viver, discernível pela observação e reflexão sobre o mundo natural (Pv 6.6, 30.24-28) e especialmente sobre as pessoas e suas complexas situações (Pv 24-30-34). Deus criou o mundo através da sua sabedoria (Pv 3.19-20), de modo que esta sabedoria está gravada na criação como a ordem natural das coisas (Pv 8.22-31). Pela observação destas leis da sabedoria, na natureza e na vida humana, é possível descobrir um conjunto de sábios princípios para semear e colher, de modo a evitar a tolice e viver uma vida boa, em submissão a Deus, e de acordo com a maneira criada da natureza humana (Pv 8.32-36).

Consequentemente, os sábios do Antigo Testamento fornecem precedentes bíblicos e justificativas para a ciência da psicologia. No caso dos provérbios bíblicos, Deus operou por meio das experiências dos sábios, para produzir observações inspiradas e princípios para a vida. Enquanto a sabedoria reunida nas Escrituras tem sanção e autoridade divinas, a obra continuada da igreja na psicologia está sujeita ao escrutínio das Escrituras, raciocínio e observação. Embora os incrédulos possam descobrir a sabedoria para a vida por meio da psicologia, somente o crente pode conhecer estes princípios e viver de acordo com eles, como é necessário no relacionamento com Deus.

 

4.       A psicoterapia é bíblica? Certamente, a intervenção da psicoterapia é bíblica, no sentido de que as escrituras encorajam a empatia, o entendimento sincero, e relacionamentos de carinho e interesse entre as pessoas. Isto é evidenciado na admoestação a respeito de “seguir a verdade em amor” (Ef 4.15, versão RA), nas instruções “uns aos outros” (Ef 4.32; Cl 3.12-14; 1 Ts 5.11,14), nos dons da igreja (Rm 12.4-8) e nas reflexões e conselhos para uma vida sábia, encontrados no livro de Provérbios (4.1-5). Contudo, o conteúdo daquilo que a psicoterapia transmite, como uma sabedoria, deve ser avaliado pelas Escrituras (Pv 21.30), pela verdade (Pv 8.7) e pela sua apropriação à situação (Pv 25.11).



sábado, 12 de novembro de 2022

# Distrações


Diferente do cristão que está travando uma acirrada luta contra o pecado, o crente que costuma ser enredado pelas distrações é, em geral, alguém que não necessariamente tem cedido ao pecado, mas perde o alvo ao distrair-se com coisas que talvez sejam até mesmo lícitas, mas roubam-lhe o foco de buscar intensamente o Senhor.

A Bíblia diz que, quando Moisés foi ao Egito com uma mensagem de libertação, o faraó aumentou o trabalho do povo para que este se esquecesse da adoração a Deus:

 

Disse também Faraó: O povo da terra já é muito, e vós o distraís das suas tarefas. Naquele mesmo dia, pois, deu ordem Faraó aos superintendentes do povo e aos seus capatazes, dizendo: Daqui em diante não torneis a dar palha ao povo, para fazer tijolos, como antes; eles mesmos que vão e ajuntem para si a palha. E exigireis deles a mesma conta de tijolos que antes faziam; nada diminuireis dela; estão ociosos e, por isso, clamam: Vamos e sacrifiquemos ao nosso Deus. Agrave-se o serviço sobre esses homens, para que nele se apliquem e não deem ouvidos a palavras mentirosas. (Êxodo 5:5-9 ARA).

 

Esse quadro, no meu entendimento, é uma ilustração da estratégia que Satanás tenta aplicar ainda hoje nos cristãos. Aliás, na tipologia bíblica, o faraó é uma figura do diabo, o nosso antigo tirano e opressor, de quem Deus nos libertou (Cl 1.13). Hoje em dia, há muitas pessoas que se envolvem tanto em seus trabalhos e negócios que não conseguem ter tempo sequer de se lembrar de buscar a Deus, que dirá da busca propriamente dita.

 

- Luciano Subirá - Até que nada mais importe. - p. 15


sábado, 5 de novembro de 2022

#preço a ser pago?

  

Muitos abraçam o evangelho pensando apenas naquilo que podem lucrar com sua decisão. Infelizmente, a negligência da igreja começa a partir da nossa própria pregação e ensino, em nossa apresentação do cristianismo, que tem se tornado, cada vez mais focada nos benefícios que as pessoas podem ter – em detrimento do preço que elas terão de pagar.

 

Preço? Você falou em preço a ser pago na vida cristã?

 

Eu não, quem falou foi Jesus! Ele é quem disse que temos que calcular o custo antes de começar a carreira cristã.

 

O conflito que esse conceito gera se deriva de uma visão incompleta dos princípios bíblicos. Ultimamente tenho ouvido muita gente afirmar que “quem entende a graça sabe que não há lugar para esforço na vida cristã”. O problema dos que fazem tal afirmação é que estão apenas com parte da verdade, não estão enxergando o quadro todo.

 

Quando chegamos a Cristo, recebemos uma salvação que é pela fé, e não por obras (Ef 2.8-9). Não há mérito algum em nós e nada que possamos fazer que nos qualifique a receber a salvação como se ela fosse algum tipo de recompensa. Isso é mais do que óbvio, e ninguém questiona essa verdade. Porém, uma coisa é dizer que nossos esforços não nos fazem merecedores – o que é fato – e outra é dizer que eles não são necessários e que não podem, em hipótese alguma, interagir com a graça. O próprio Cristo afirmou: ESFORCEM-SE para entrar pela porta estreita, porque eu lhes digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão (Lc 13.24, NVI – grifo do autor). Se não há necessidade de esforço, por que Jesus exigiria isso de nós?

 

A graça não é uma obra unilateral da parte de Deus. O acesso à graça é por meio da fé (Rm). Se eu não crer, não acesso os depósitos da graça. Portanto, a graça não apenas age em nossa vida; ela reage ao nosso comportamento de fé. E essa fé não se expressa somente por meio de palavras (Rm 10.9, 10), mas também por meio de obras (Tg 2.17, 18).

 

As recomendações bíblicas sobre diligência, dedicação e esforço são abundantes no Novo Testamento. Embora elas não nos façam merecedores de Deus ou de seu reino, não significa em absoluto, que Deus e seu reino não mereçam nossa diligência, esforço e dedicação. Observe a instrução do apóstolo Pedro: Por isso mesmo, vós, reunindo TODA A VOSSA DILIGÊNCIA […]. Por isso, irmãos, procurai, COM DILIGÊNCIA CADA VEZ MAIOR,  confirmar a vossa vocação e eleição; portanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum (1Pe 1.10 – grifo do autor).


- Luciano Subirá - Até que nada mais importe. p. 37 -




sábado, 22 de outubro de 2022

# graça?

 Fico incomodado quando ministros fazem comentários como: “Não há diferença entre um cristão e um pecador; cristãos apenas foram perdoados”. Isso é uma heresia e faz duas coisas horríveis: primeiro, diminui o que Deus fez por nós através de Jesus e, segundo, nulifica sua promessa, mantendo seu povo cativo à corrupção deste mundo que é criada por desejos imorais. […]


Esses perpetradores ímpios, que estão disfarçados de pastores, líderes ou crentes, ensinam ou, mais provavelmente, modelam através de seu estilo de vida aquilo que identificam como “graça permissiva”, em vez da autêntica “graça habilitadora”. Ou seja, a graça permissiva que é ensinada não nos protege da Kriptonita (alusão simbólica ao pecado) nem nos capacita a nos afastarmos dela, mas nos permite viver com pouco ou nenhum limite. Isso prepara o caminho para que a sociedade dite o nosso estilo de vida, pois a graça está sendo reduzida meramente a um cobertor em vez de uma força habilitadora. Portanto, basicamente, crentes vulneráveis ficam livres para buscar os desejos de sua natureza decaída, como modelado pela sociedade, tornando-se então susceptíveis à kriptonita. Esse não é o propósito de Deus.




John Bevere. Kriptonita: destruindo o que rouba sua força.


sábado, 15 de outubro de 2022

#Cristo é o salvador?

 

Sabemos que essa provisão salvadora nos é oferecida pela graça e se recebe mediante a fé (Ef, 2.8, 9). Mas é importante ressaltar que a fé tem uma confissão – uma declaração verbal: Se, com a tua boca, CONFESSARES JESUS COMO SENHOR e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para a justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação (Rm 10.9, 10 – grifo do autor).

Portanto, além de crer com o coração, é necessário confessar com a boca a fim de receber a salvação. E aí surge outra questão: confessar o quê? A igreja moderna passou a pregar que precisamos confessar Jesus como Salvador. Mas não isso que a Palavra de Deus diz. Ela diz que temos de confessar Jesus como Senhor!

Mas Cristo não é o nosso Salvador?

Sim, mas esse não é o objeto da nossa confissão; é o resultado.

A palavra “senhor” é fraca em nossa língua e cultura, mas na língua e cultura dos tempos bíblicos, não. Era uma palavra que expressava algo maior do que costumamos mensurar hoje em dia. A palavra grega traduzida por senhor no Novo Testamento é kurios, e de acordo com o léxico de Strong, significa: “aquele a quem uma pessoa ou coisa pertence, sobre o qual ele tem o poder de decisão; mestre, senhor; o que possui e dispõe de algo; proprietário; alguém que tem o controle da pessoa”. E, em relação aos governantes, poderia significar: “soberano, príncipe, chefe, o imperador romano”. Resumindo, era “um título de honra, que expressa respeito e reverência e com o qual servos tratavam seus senhores”.

Era esse o significado da palavra “senhor”. Quando um escravo se dirigia ao seu amo, seu dono, o chamava de senhor. Era o reconhecimento de que ele nada era ou possuía; que em tudo ele era propriedade de seu senhor. Depois de entender isso, precisamos entender por que a Bíblia nos manda confessar Jesus como Senhor (com esse significado). Por trás dessa confissão é que se encontra a resposta de por que o reino de Deus custa tudo o que temos.

O ato redentor de compra realizado por Jesus requer uma apropriação de fé e uma confissão que reconhece, que torna legítimo o ato de compra. Ao confessar que Jesus é o Senhor, estamos reconhecendo o direito que ele tem de ser nosso dono e a consequente condição de sermos sua propriedade. No momento em que nos curvamos ao senhorio de Cristo e o reconhecemos como nosso dono, estamos “desistindo” de possuir qualquer coisa ou mesmo de ser senhores de nós mesmos.

A única forma de entrar no reino de Deus é mediante esse reconhecimento. Portanto, não há duas opções de cristianismo; uma em que você entrega o que quer e quando quer e outra, mais abnegada, em que você entrega tudo. Só existe a última! E mais uma vez enfatizo: Deus não precisa ser Senhor sobre nossa vida e não necessita de nós como seus servos. Nós é que necessitamos estar debaixo de seu senhorio e da sua vontade!

Quando mudarmos a forma de olhar para esse Deus maravilhoso, sem questionar o que pode parecer um alto padrão de exigência, reconhecendo o seu caráter inquestionável e nos dispondo a viver a mais profunda rendição e busca, tudo será diferente.

 

Luciano Subirá - Até que nada mais importe.

 P, 40 e 41.



sábado, 8 de outubro de 2022

# Ética Cristã

Deus deseja que se faça o que é certo em concordância com seus próprios atributos morais. “Sede santos, porque eu sou santo”, foi o mandamento de Deus para Israel (Lv 11.45). “Sede, pois, perfeitos, assim como perfeito é o vosso Pai celestial” (Mt 5.48), Jesus disse aos seus discípulos. “É impossível que Deus minta” (Hb 6.18), assim, nós também não devemos mentir. “Deus é amor” (1Jo 4.16), e Jesus disse, “amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22.39). Em suma, a ética cristã baseia se na vontade de Deus, e Deus nunca deseja algo que seja contrário ao seu caráter moral imutável. A ética cristã é absoluta A partir do fato de que o caráter moral de Deus não muda (Ml 3.6; Tg 1.17), chega-se à conclusão de que as obrigações morais derivadas de sua natureza são absolutas. Isso significa que são obrigatórias a todas as pessoas e em todos os lugares.